quarta-feira, 15 de agosto de 2018

DIÁRIO DE BORDO... ANÁPOLIS (GO) 11 A 15 DE AGOSTO


Zaine Diniz
Que maravilha chegar pela rodovia nessa cidade tão bonita!  A paisagem da estrada me fez viajar e refletir sobre os países dentro do nosso Brasil...  os sotaques, os sabores, as pessoas receptivas e acolhedoras!  No nosso aquecimento no palco, já recebemos a tão querida Rita Queiroz, uma grande artista amiga nossa de Porto Velho que reside agora aqui em Anápolis. E foi uma felicidade só!  Rita, Luna sua filha e a amiga Cecília , muitas histórias, relembramos nossa passagem pelo Seringal Santa Catarina onde apresentamos em 2010 antes de partir para o palco giratório daquele ano e quanto foi importante para as pessoas daquela localidade e para nós  que bebemos e Comemos da nossa história pra depois sair para o mundão de meu Deus!  Nossa apresentação foi assim, com uma plateia atenta e calorosa que participou do bate papo de maneira calorosa.  Palco pequeno - que deixou a apresentação mais intimista, com mais entrosamento do elenco e público. Mais uma vez favoreceu essa troca de energia tão importante para a cena. Dois dias de oficina, com participantes cheios de energia e disposição para trocar, brincar e dialogar sobre o Ator e a Cena, bem conduzido por Chicão Santos e todo o grupo apoiando e desenvolvendo técnicas de aquecimento corporal/emocional e sensorial. O tempo seco castigou um pouco: nariz e olhos irritados... normal para quem usa uma lente de contato rígida, sem a qual não enxergo a um palmo do meu nariz (alta miopia) nem tudo é perfeito Mas... Paciência. No último dia, um encontro especial no ateliê de Rita, onde tivemos a honra de compartilhar pinceladas de óleo sobre tela em uma obra que estava nos esperando! Celebração total, onde Luna nos presenteou com uma mesa de delícias e um bom café da hora. Gratidão aos amigos, aos técnicos do sesc, ao público, aos meninos e meninas da oficina... Aos novos amigos!   Hora de partir   Vitória ES nos espera.

Agrael de Jesus
Anápolis, cantinho lindo no Interior de Goiás, terra de gente boa, acolhedora, fala mansa, gosto pelo prosear.  O translado de Goiânia até Anápolis foi mais um tour. O motorista super gentil, nos apresentava todo o trajeto, que por sinal tem uma linda paisagem. Em Anápolis recepção calorosa e cuidadosa do pessoal do Sesc. Já no hotel, deixar as malas e se arrumar para assistir o grupo Pernambucano Côco de Tenbei, com a dança do côco. Vigor, ritmo, sincronismo. Tentei dar uns passos, mas a pegada é forte. Manhã do dia 12, dia dos pais. Saudades do meu pai que já não se encontra mais entre nós. Visita ao mercadão central. À tarde conhecer o espaço da apresentação "Auditório do Sesc Centro", espaço acolhedor, maravilhoso. Nova configuração. Concentração, aquecimento corporal e vocal. Emoções à mil. Espetáculo fluiu, lindo, casa cheia, na plateia a grande diva Rita Queiroz com seus familiares e amigos. Tudo lindo. Bate papo gostoso, com questionamentos e posições pertinentes. Na manhã do dia 13, a convite do Luiz, fomos conhecer Pirenópolis, cidade histórica, onde tivemos a oportunidade de conhecer a Cachoeira do Moinho Velho. Lugar lindo....Os dois dias de oficina foram maravilhosos, público selecionado à dedo. Meninas e meninos conhecedores da área, inteirados, conhecedores do fazer teatral e interessados em aprender mais e mais. Até Rita Queiroz e sua filha Luna participaram da oficina. Antes de irmos ara o último dia da oficina, tivemos a oportunidade de visitar o Ateliê da Rita Queiroz, espaço lindo, acolhedor, onde tive a oportunidade de, pela primeira vez na minha vida, manusear pincéis e tintas. Sendo agraciada com o privilégio de compartilhar de sua obra. Grande emoção. Comuniquei-a da minha experiência o que ela pediu minha autorização para citar em alguma obra sua, o que prontamente concordei. Celebração, confraternização, encontros e reencontros maravilhosos. Jamais esquecerei. Obrigada Sesc Anápolis e toda a sua equipe, obrigada aos artistas e amigos. Levarei saudades. Me aguardem, eu voltarei.

Edmar Leite
•Dia 1

Dia de viagem. Pegando a estrada cedo, viagem tranquila demais. Altos e baixos. Águas. Chegada boa. Instalados. Cidade do interior com jeito de cidade grande, porém sem perder a tranquilidade. Cidade bonita e organizada. Pude prestigiar uma apresentação do Coco de Tebei, no encerramento do Sonora Brasil local! Verdadeiros Mestras e Mestres em ação foi bonito por demais de se ver, assistir me trouxe saudade, energia, inspiração.. E pra finalizar o dia com chave de ouro, pude conhecer uma parte da galera que organiza os movimentos culturais independentes na cidade, num local onde acorria um brechó/sarau, muita gente jovem reunida produzindo arte, coisa boa! Boa chegada Anápolis, boa chegada! E o frio ganhou espaço!

•Dia 2

Dia amanheceu frio e seco, mas logo o sol achou seu lugar! Dia bom, dia de espetáculo, hora da montagem! Espaço diferente, auditório, adaptação foi a chave pra dar tudo certo! Equipe ágil e super solícita. Adaptação é a chave também para o Palco Giratório em si; diferentes espaços, equipamentos, espaços, climas, cidades, pessoas; possibilidades ilimitadas de aprendizado crescente, experiências! A apresentação foi muito boa, bate papo também, contamos com a presença de Rita Queiroz, pesquisadora que foi uma das bases para a construção do espetáculo. Um dia muito bom.

•Dia 3

Conhecendo mais de Goiás com o Luís. Histórias que se cruzam e reverberam, como a de Santa Dica, mulher forte que lutou contra os "poderosos" de seu tempo. Reenergizando com as pedras e águas frias desse centro oeste, purificado, reequilibrado, inspirado, focado e feliz. Grato por essa grande oportunidade de vivência e experiência nesse Palco. Primeiro dia de oficina, conversa boa sobre as realidades do nosso meio. Interação e troca. Participantes ligados de diversas formas à arte. Dia amplamente proveitoso.

•Dia 4

Acordando mais leve. Conhecendo mais a cidade, motivado, parques que inspiram, da tranquilidade do nado dos peixes à velocidade do mergulhão que os busca; até o pombo encontrou tempo pra se banhar e depois descansar ao sol. Visita ao Estúdio da dona Rita, me senti em casa, participei de um quadro coletivo e foi muito legal e inusitado. Segundo dia de oficina, interações, conexões e entendimentos. Turma muito boa e disposta, grato por tudo. Reencontro com a Isa. Encerramentos.

•Dia 5

Preparar para partida. Até mais ver Anápolis.

Flavia Diniz
viagem tranquila e rápida de Goiânia à Anápolis. Clima ameno, porém, muito seco. Haja manteiga de cacau e muita água para hidratar a pele. Provei o pequi, apesar de não ter nada a ver com o tucumã, mas a cor lembrou. Pra mim, lembra tucumã! À noite, curtindo aquele côco seco, cultura popular de Pernambuco. O côco de Tebei é praticado por um grupo de agricultores. 5 Minutos dançando côco seco, já começo a sentir as pernas, haja base, fôlego. Tudo maravilhoso. Muita energia.
Dia seguinte, dia de apresentação. Dia de aproveitar o sol no parque do Ipiranga. Como sempre as manhãs de Anápolis sempre frias, secas. Conheci de perto um pato-mergulhão guloso. A cada mergulho, voltava com um peixe. Agilidade. Esperteza. Paciência. Percepção. É disso que precisamos ser na vida. Depois dessa cena, de toda coreografia dos pássaros uma pausa para o almoço.
Tivemos uma ótima apresentação! E a honra de ter como público Rita Queiroz. Uma grande mulher, beradeira, artista, guerreira! Bate-papo maravilhoso! Rico.
Tive a oportunidade que conhecer Pirenópolis, cachoeira do Moinho Velho, com o companheiro Luiz que fez esse guia turístico, nos levando num lugar maravilhoso. Foi mágico. Um descarrego tomar banho de cachoeira, ficar perto das pedras. Equilibrar as energias.
Os dois dias de oficina, a galera afiada. Ligados. Abertos para as trocas. Com a presença de Rita Queiroz e sua filha Luna.
Fomos convidados para conhecer o ateliê de Rita. Tivemos o privilégio de brincar com uma de suas telas, enquanto conversávamos, íamos pintando, ouvindo histórias de Rita. Tempo voa. O café maravilhoso de Luna, tudo feito com carinho, amor. Conversas sobre o sagrado feminino. Me sentindo em casa. Desde já, sentindo saudade dessas trocas. Da culinária. Toda as pessoas envolvidas, culinária, sotaque, compensa o clima, a umidade.

Amanara Brandão
E como eu vinha falando sobre lugares serem feitos de pessoas... pois bem! Anápolis vem como a confirmação do quanto o Goiás é receptivo. No transporte terrestre de Goiânia pra cá, uma oportunidade de apreciar a paisagem, e encantar-se com tamanha beleza e grandeza (apesar de que eu tenho dito que "o Cerrado é bonito mas o nariz sangra", resultado da baixa umidade do ar que pegamos nesses dias). Na noite de sábado, no Sesc, assistimos a apresentação do grupo do Coco de Tebei, de Pernambuco, que estão circulando pelo Sonora, onde me emocionei com tamanha verdade e vitalidade nessa manifestação artística que busca conservar suas raízes, envolvendo o público, que no fim até dançamos juntos! Mais tarde, pude conhecer um bazar colaborativo que estava acontecendo num quinta cultural, era forró ao vivo e na exposição jovens que, assim como eu, estão em sua correria independente nas artes, sem patrão e sem medo da vida, sempre em busca do aprendizado e fazendo a cena acontecer!
Domingo, dia de apresentação, o palco aconchegante que exigiu uma customizada na configuração estética da cena, mas que não prejudicou em nada, e sim nos deixou mais próximas, o calor humano potencializado circulando, espetáculo com energia. Na presença da grande Rita Queiroz, uma das principais inspirações para as pesquisas do grupo O Imaginário, me deixou muito honrada. Até a visitamos na terça-feira, ela e sua filha Luna, e pintamos um quadro juntos (todos do grupo deixaram sua colaboração na tela), em meio a conversas sobre memórias, transformações pessoais e anseios, e pra fechar um café da tarde no jeitinho goiano de ser. Na segunda e terça foi dia das 8h de oficina, com pessoas principalmente "do teatro", com sede de compartilhar. Segunda também foi dia de desfrutar dos presentes naturais dos quais essa terra é rica, e o Luiz foi o grande anfitrião, gratidão! Saber sobre a revolucionária Santa Dica em Pirinópolis, perceber a presença de comunidades voltadas para a permacultura no caminho, centros de estudos espiritualistas com tantas pessoas interessadas em serem melhores...
Esses dias por aqui foram de energia intensa, estou "pipocando" por dentro, quase não sinto sono de tanta vitalidade que me transborda (acho que é culpa das pedras, cristais do Cerrado, sobre os quais caminhamos, rs). Valeu,  Anápolis!

Chicão Santos

VOU DE KOMBI!!!!!!
A saída de Goiânia para Anápolis prevista para às 10 horas, do dia 11 de agosto se confirma e ali estava Luiz Sérgio e Senhor Agostinho prontos para nos conduzir até Anápolis. Até ai tudo conforme o acertado a não ser a minha viagem. A viagem até Anápolis no Trem/Kombi... o coisa boa, lembrei-me da nossa Kombi, a toda poderosa. A viagem/conversa sobre todos os assuntos e o cenário/malas como testemunha. A BR duplicada e suas faixas sinalizadas nos conduziam ao nosso destino. Um veículo bem cuidado assim como todos os bens/capital do SESC. Chegamos rápidos, entre um semáforo/verde e a simpatia do motorista/Guia, deixamos as malas no Hotel e esticamos até o SESC para deixar o cenário. Tudo muito como se fosse tempo de formula 1 e já estamos  no hotel. Amo Kombi. #kombielegal. O restante do dia passou como o tempo da Kombi e à noite já estávamos no Sonora Brasil assistindo o côco do Pernambuco. Um presente lindo de um projeto/aposta do SESC. Embebecido pelos sons/sonoridades voltamos para o hotel/casa. O dia de todos pais/12 de agosto começa com a montagem da luz num auditório/teatro/transformado. Tudo muito rápido. O mapa mudado, as cenas às avessas. O proposito de mostra o trabalho em todos os lugares. A equipe/Cultura SESC sempre presente e atenciosa, formada por um time de primeira: Luiz/Tiago/Patrícia/Sâmi um espetáculo de receptivo. A noite se anuncia, na “boquinha da noite” e tivemos a grande satisfação de receber a nossa grande Rita Queiroz/Maria Cecília/Filho para primeiro contato para matar a saudade. Que momento lindo e inspirador, pois as atrizes já estavam em aquecimentos para a apresentação das “As Mulheres do Aluá”. A apresentação ocorre nos fios cênicos entre o GRID montado no palco/auditório/cênico.  No pós-apresentação o debate vai desenhando essa teia de conflitos/atos/tensão que se propõe violências/pedofilia/mortes de mulheres. O tempo reflexivo ressoa nas palavras “beradeiras” de Rita Queiroz e sua família/amigos. São questões postas e questões que urgem mudanças. Não podemos viver num mundo/violência sofrida/sentida a todo instante. Um ciclo que parece não ter fim. Nós /todos somos a chave/mudança dessa realidade cena/nua/crua.
Dia 13, estamos nos mesmo local em estado de prontidão para a troca, num ambiente oficina. A conversa se desenvolve, assim como os corpos biografados nos propósitos/mudança consciência corpo/alma/sentimento. A Rita Queiroz participa da primeira parte como uma menina/moça de outros tempos. Entre um jogo/dinâmica o tempo passa muito rápido e já é hora da primeira despedida.
Que dramaturgia escolher, que caminho percorrer, que projeto seguir... Assim começou o segundo dia da oficina. Uma breve viagem pelas nossas escolhas, nossas pesquisas e nossos projetos dramatúrgicos. Conversa e relatos de experiências que o grupo vem experimentando ao longo dos tempos. A Amazônia é a segunda marca mais conhecida no mundo, como fazer com que esse marketing jogue a favor do teatro que estamos propondo para o País e para o Mundo. As memórias, as narrativas e a construção dramatúrgica nesse universo onde impera a transmissão geracional por meio da oralidade. O ator criador e a cena como construir uma plataforma capaz de dar conta das demandas desses novos tempos. O corpo, o desequilíbrio no espaço cênico e a atuação personagem-narrador-ator assim transcorrem o processo/jogo/técnica no ambiente de oficina. Jovens talentos e de muita presença cênica. Experimentando e vivenciando momentos singulares do encontro/oficina e com trocas energias/potências. Assim terminamos nossa troca/oficina em Anápolis.