sábado, 29 de setembro de 2018

Diário de bordo – Castanhal PA de 24 a 28 de setembro de 2018




Chicão Santos

Chicão! Quero trabalhar com vocês novamente. Muito obrigada pela parceria e empatia, e o cuidado e profissionalismo de vocês em todas etapas do projeto. Eline/produtora/Castanhal via WhatsApp.

24/09, partimos para Castanhal uma viagem super tranquilo na VAN/Luiz nosso parceiro, chegamos por volta das 15h40, fomos direto pro SESC conhecer as instalações e depois de fazer um tour pelo SESC que parece um shopping, de tantos atendimentos e gente que circula pelos espaços. Depois fomos se instalar no Durma Bem/hotel, algumas horas de produção e finda o dia. No dia 25/09 dedicação completa ao projeto da Mostra TAPIRI 2019, para entregar no Edital Banco da Amazônia, impressão e postado nos correios. No almoço um açaí com peixe duplo. Que delicia!!!! A tarde continuei nas tarefas de produção e às 17 horas já estava no SESC para iniciar a oficina que em Castanhal foi feita uma fusão das duas oficinas, propiciando ao jovens artistas da cidade um visão ampla do ofício e das demandas que a profissão exigirá para os tempos futuros no campo da arte. Uma turma ávida e com um interesse extraordinário para aprender. Dia 26/09, finalizar mais algumas demandas de produção, almoçar um açaí com peixe frito, acompanhar o inicio da instalação da estrutura GRID na quadra. As 17 horas continuação e termino da oficina. A Nossa produtora/anjo liga e fala de mais pessoas interessadas em participar das vivencias da oficina. A oficina finalizou com o dobro de pessoas/inscritas do dia anterior e com um gostinho de quero mais. Ainda tivemos um tempo para conversar com André e Thamires (professora de Dança), falamos sobre empreender, inovar e as capilaridades dos conhecimentos aprendidos/apreendido na oficina. No dia 27/07, dia da nossa apresentação, pela manhã produção básica e as 14 horas fomos para finalizar a montagem da luz/cenário. O GRID já estava montado com os refletores distribuídos, acompanhado pelo Edmar no dia anterior, faltando apenas a colocação do linóleo e a afinação da luz. Tudo pronto. Foi a primeira vez nessa nossa circulação que colocamos o espetáculo dentro de espaço de uma quadro poliesportiva, o que me causar muita preocupação e apreensão em relação a acústica e ao sistema de som onde as caixas ficavam muito longe do mapa da cena e não tinha meio operacional para aproximar e fazer a ambientação sonora necessária para o espetáculo. Então procedemos com a estrutura que tínhamos ali. Digo também que houve um esforço muito grande do técnico Marinho. Bem era o espaço que a produção local poderia oferecer. Confesso que fiquei com frio na barriga. Bem resumindo e encurtando a conversa, o espetáculo funcionou, mesmo com os problemas técnicos apontados. Enquanto o debate ocorria com alunos da escola de artes e pessoas da plateia, que ali levantavam questões sobre o tema e a ação do O Imaginário. Eu e o Edmar acelerávamos a desmontagem. Tudo embalado e no microonibus (O motora Luiz havia ido em Belém e trocado a VAN pelo Microonibus) . Ainda a conversa se estendia pela quadra e se estendeu até o camarim/sala de artes/ateliê, onde foi preparado pela nossa querida SONIA, em verdadeiro banquete (serviço de camarim)... a conversa continuou enquanto saboreávamos os quitutes. Nosso amigo Claudio e sua esposa se deslocou de Belém para assistir o espetáculo e já esta nos esperando no Durma Bem para uma conversa e para a celebração do encontro. Foram horas a fio com “cerpinha” e uma conversa super agradável e encantadora. Ali também se encontrava o André e Thamiris/dança... Encontro maravilho, cheio de trocas e de perspectivas futuras. Dia 28/09, momento de despedidas de Castanhal e de seguir para Belém e depois para Porto Alegre para finalizar o último circuito do nosso Palco Giratório de 2018 dessas Mulheres do Aluá. Até breve Castanhal/Belém/Pará. Agradecido aos SESCs PA/BELÉM/CASTANHAL.  


Amanara Brandão
Verde, estrada, calor, açaí, peixe e mormaço. Dois dias de oficina com uma turma que até aumentou do primeiro pro segundo dia. Professores e artistas interessados na área de Gestão Cultural; foi nossa última oficina nesse circuito. A apresentação, numa quadra esportiva que se transformou em teatro no dia 27, espetáculo na configuração 360°. Me recarreguei no carinho recebido do público... dias estranhos pra mim, mas o sol sempre raia... tudo passa. Gratidão Pará.
Agrael de Jesus

Tarde do dia 24 de setembro, partindo de Belém para Castanhal, dessa feita de Van, viagem rápida, só uma hora, trechos da estrada em reforma, recuperação, paisagem inusitada. Pena que fiquei muito desconfortável no banco da Van. Chegando em Castanhal fomos direto para o Sesc, onde fomos recepcionados pelas  queridas Anjas: Eliane e Sonia. Nós apresentaram várias dependências e o espaço onde iríamos nos apresentar. Em seguida Sônia nos acompanhou até o hotel onde nós hospedamos. Retornar a essa cidade é muito bom, me traz lembranças de muitos anos atrás quando aqui estive pela primeira vez. O Cristo Redentor, que antes era na entrada da cidade, hoje praticamente está no meio. A cidade cresceu muito. Depois de manter contato com os familiares, fui dar um rolê pela cidade, ou seja, rua do hotel e a principal, procurando local para jantar. Enquanto esperávamos a lua nos presenteou com sua imagem belíssima. Lua cheia. Na manhã do dia 25, amanheci com um grande desconforto muscular na região do pescoço, ficamos no hotel, almoço na barraquinha da esquina (barraca do açaí), recuperar as energias. Comidinha caseira, bom preço. Matei minha vontade de comer peixe. Descansar para o primeiro dia de oficina a tarde. Após o cochilo observei que o mal estar do pescoço havia intensificado, tô ei um torcilax e preferi repousar mais, não ir ir para a oficina. Esforço demais é prejudicial, tenho que estar plena para o dia da apresentação. Aproveitei, dei uma revisada no texto do espetáculo e também no texto do monólogo do meu TCC. Enquanto descansa carrega pedra. É a vida. No segundo dia da oficina, já estava bem, foi muito divertido e gratificante. Conhecer gente nova é sempre muito bom. Os jogos teatrais sempre me ensinam e me divertem. Jogos instigantes, ativando a memória, curiosidade. Ver as pessoas tentando entender o jogo é muito divertido e me faz refletir no sentido da vida, do conhecimento. O espetáculo foi maravilhoso, casa cheia, público ansioso, plateia atenta, interessada. Tive o prazer e a satisfação de ter na plateia o casal de amigos Dhara e Cláudio, que vieram de Belém até Castanhal, especialmente para nós assistir. Gratidão. O bate papo foi longo, mais de meia hora, sem antes, muitos terem vindo nos parabenizar e querer tirar fotos conosco. Muitos questionamentos, posicionamentos, elogios. Depois de desmontagem, embalagem e embarque do cenário, fomos direto para o hotel, uma social rápida com os amigos, descansar para no dia seguinte partir para mais uma nova etapa. Manhã do dia da partida, acordar cedo, tomar o café, reorganizar a mala, comprar o "Açaí Grosso" que prometi levar para a grande dama Esther Grossi. Tudo pronto para a partida. O dever nos chama. E isso é muito bom. Saindo da cidade, paramos em frente ao famoso Cristo Redentor de Castanhal, registrar nossa passagem por essa bela cidade. Partiu. Rio grande do sul nos espera. E lá vamos nós, de Norte a Sul, literalmente.

Flávia Diniz
Viagem tranquila da capital para o interior.
Uma volta com as companheiras de trabalho/vida por perto do hotel, curtindo a lua cheia e molhando a palavra... Após isso, uma noite de descanso.
Desde que cheguei em Castanhal, saboreando o melhor açaí, a melhor culinária do Pará. À noite, dia de conhecer a turma da oficina. Uma turma de diferentes idades, pessoas com muita energia e sede de aprender sobre gestão/produção cultural. Uma oficina bem didático e dinâmica, com jogos teatrais e teoria de produção. São quatro horas de oficina. O horário voa. Hotel.
Dia introspectivo, com muita música carimbó e açaí. A oficina foi bastante intercalada com jogos teatrais e as teorias de produção. A turma amou nossa passagem. Após a oficina, uma conversa com a Agrael, cervejinha gelada e muita introspecção. Aprendo ouvindo os mais velhos. E ainda tenho muito que aprender.
Dia de apresentação, e foi a mesma configuração de Vilhena, numa quadra. Bem intimista. Pra mim, sempre que a configuração do espetáculo é bem intimista, percebo que temos um ganho, uma potência. A apresentação foi maravilhosa. Bate-papo muito rico. Nada mais justo que pós espetáculo molhar a palavra e prosear com xs amigxs. Novas amizades. E por fim, chega a hora da nossa partida para o Rio Grande do Sul.


Edmar Leite
•Dia 1 - Aproveitando a manhã para reajustar acordos e aparar arestas. Tarde de viagem pra Castanhal. Chegada, reconhecimento do espaço, escolhas, descanso.

•Dia 2 - Uma volta pela cidade, aproveitando pra adquirir materiais de papelaria para concluir uns mapas de iluminação. Logo a tarde a primeira parte da Oficina. Público muito bom, interessado, composto boa parte por alunos da escola de teatro local. Energia boa, fluxo. Oficina mista, do planejamento do fazer teatral até a prática. Boa interatividade, trocas. Dinâmica no lanche de servir ao outro trouxe reflexão. Um dia repleto.
•Dia 3 - Dia de montagem da luz. Tudo pronto, falta só afinar. Segunda parte da oficina. Quase dobrou o número dos presentes na oficina. Quando a energia é boa o resultado é maravilhoso. Participação ativa do grupo inteiro. Conclusão muito satisfatória.
•Dia 4 - Dia de apresentação. Conclusão da montagem, cenário e afinação! O forte calor sendo o nosso aliado mais uma vez. Espetáculo daquela forma diferente, 360 graus, cena escancarada, espaço alternativo de quadra! Apresentação forte e potente. O canto, as vozes e os tambores ecoaram por todo o lugar, trouxeram ainda mais poder para a mensagem! Bate papo importante e participativo. Grande presença de todos os participantes da oficina! Despedida da cidade. Cidade pequena porém de grande potencial, turma de teatro promissora e que certamente criará uma grande cena local! Apesar de ter morado 3 anos no Pará, foi minha primeira vez na cidade, lugar interessante e que certamente voltarei um dia.
Zaine Diniz

Voltar a Castanhal me trouxe boas lembranças de outro projeto do Sesc que participei, o Amazônia das Artes, que promove a circulação de grupos/espetáculos do Norte, dentro da Amazônia legal, projeto esse importantíssimo para a produção artística dessa região tão grande NORTE. Em 2013 vim com o espetáculo AVOAR com Suely Rodrigues e grande elenco. Saudades dos colegas de cena, do espetáculo que marcou muito minha vida! E hoje estar em castanhal, ver como essa cidade se transformou, cresceu, e como tudo mudou, desta vez dormi muito bem no Hotel Durma Bem, pense num hotel aconchegante!  Primeiro dia de oficina e foi maravilhoso, a energia estava diferente, todo mundo com gás a mil, irradiando energia boa de compartilhamento, trocas e aprendizagem. Pessoas interessadas, grupo de prontidão e disponibilidade. No segundo dia, dobrou o número de participante - coisa boa se reverbera!!  A apresentação em uma quadra de esporte, nada que Chicão Santos juntamente com Edmar Leite não consigam transformar (cada dia mais confio e deixo rolar, pois sei da capacidade de transformação) sei que tudo vai dar certo, sempre!  Espaço aberto, vozes dobradas para reverberate no espaço, público atento, amigos que vieram de Belém para assistir, sessão de fotos intensa e depois bate papo super interessante. Amei passar quatro dias nessa cidade que me ofereceu além de novos amigos: Tamires, André, Marcos, Diego, Lili e tantos outros queridos!  Em especial Sônia e Eliane nossas anjas do Sesc que nos deram uma atenção muito especial. Foi maravilhoso!!  Seguimos agora para RS... o espetáculo não pode parar, nem a gente.



















quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Diário de bordo – Belém / PA – 20 a 24 de Setembro




Agrael de Jesus

Chegada em Belém, madrugada do dia 21, setembro, muito cansaço após quase 12 horas de viagem com várias conexões (Vilhena/Cuiabá/Belo Horizonte/Belém). É de se perturbar ao ponto de esquecer o ser e o ter. A receptividade da curadora do Sesc e nossa Anja Clarissa, com seu abraço de boas vindas e seu sorriso, que nos acompanhou até o hotel. Gratidão pessoa linda. Após uma maravilhosa madrugada de sono, descanso merecido e se situar no tempo e no espaço, mandar notícias pra casa e para os meus amores, é hora de dar um passeio pela cidade. Rever lugares, o lindo e majestoso Rio Mar, revisitar a feira do ver-o-peso, sentir gostos e cheiros: O famoso cheiro do Pitiú. Logo na chegada fomos recepcionados pelas ciganas baianas(nunca vi cigana na Bahia, e olha que eu sou de lá), nos assediando para "ler a mão", não sou nova, não caio nessa. Alguns cederam  e foram surpreendidos com a esperteza das revelações e constatações. De volta ao hotel, almoço, descanso, hora de ir para o teatro. Apresentação a noite. Local lindo, espaço iluminando, aconchegante, acolhedor.   Conhecer mais alguns e algumas colaboradores do Sesc, pessoas simpáticas, prestativas, prontas a se doarem . Dentre essas pessoas, a Bárbara, menina mulher, miúda no tamanho físico, mas gigante no conhecimento e generosidade, expert no saber artístico teatral. Gratidão. A apresentação foi maravilhosa, casa cheia, plateia entendida do que é e o que o teatro pode fazer e mudar em nossas vidas e no mundo, interessadas em compartilhar. Tive o grande privilégio de conhecer o professor universitário, de teatro, Marton Maués. Pessoa com um vasto conhecimento na área. Este acompanhando seus alunos. O abraço e as felicitações do poeta, escritor, palhaço e ator Mário Zumba me recarregaram as energias, certificando ainda mais da necessidade de nunca esmorecer diante as adversidades e jamais deixar de buscar conhecimentos novos. O Pessoal do grupo Gruta, com seus 51 anos de existência e resistência, pessoas lindas, maravilhosas, todas disponíveis. Aqui as agradeço na pessoa da atriz Astrea Lucena. Após o espetáculo, uma socialzinha com todo esse pessoal e mais alguns tantos pratas da casa que se ajuntaram a nós. Satisfação enorme. Dia seguinte, passeio na estação das docas, almoço no Point do açaí, experimentar pela primeira vez o peixe frito com açaí. Aprimoramento de paladar. Isso também é cultura. Após o almoço o soninho chega, aí fomos direto para o teatro posto que teríamos oficina logo mais às 14hs. Aproveitei para tirar um cochilo no chão do teatro, entre os bancos, lugar sagrado, privilégio de poucos. Hora da oficina, público bacana, conhecer gente nova e tudo de bom, além de sempre aprender   muitas coisas com Chicão Santos. "Nunca sabemos tudo que nada precisamos saber, nem nunca sabemos nada, que nada podemos ensinar". Fica a dica. Após oficina veio o pensamento Giratório com o grupo Gruta e convidados. Mais conhecimentos, debates, questionamentos. Conhecer mais pessoas do meio artístico teatral. A professora Bárbara deu um show de conhecimento e pertencimento. Domingo pela manhã continuação da oficina. A tarde descansar para a noite ir conhecer o espaço Casarão do Boneco, rever amigos, fazer tantos outros e assistir ao espetáculo " Querem Caferem" dos Palhaços Trovadores. Lindo espetáculo. Palhaça/Palhaço que se personifica na frente do público, uma metamorfose. Isso era tudo o que me faltava para impulsionar mais ainda minha ideia de Palhaçaria. Nada de mágica, caras super pintadas, caretas. Alegria, isso sim. Desmistificar toda essa coisa piegas. Pronto:  Minha palhaça nasceu, está se vestindo, paramentando-se. Aguardem...Sim, ela já tem nome, mas por enquanto é só um "BIZÚ". No Casarão do Boneco tive a grata satisfação de conhecer, entre tantas outras pessoas maravilhosas, o casal Dhara e Cláudio Cardoso. Pessoas maravilhosas e abençoadas. Obrigada ao casal pela amizade e atenção dispensada. Segunda feira, hora de partir para Castanhal, sem antes degustarmos uma deliciosa caldeirada  no restaurante Narita, por indicação e na companhia do grande anfitrião Mário Zumba, que desta feita me presenteou com três lindos e maravilhosos livros de sua autoria. Gratidão imensa pela consideração, respeito e carinho. Tenha certeza que seguirei seus conselhos. Esses livros os usarei para alegrar crianças, idosos e adultos em minha Palhaçaria. Retorno ao hotel, pegar bagagens, embarcar na Van e seguir rumo a Castanhal. Desbravando esse Brasil lindo e maravilhoso, que muitos querem terminar de destruir. Deus queira que tal coisa não aconteça. Agora seguir em frente. Somos seres humanos com nossas perfeições e imperfeições. Temos sentimentos e ouvidos apurados. Tchau Belém, até breve.

Flávia Diniz

Uma viagem pra lá de cansativa. Nunca vou entender as cias aéreas. Estávamos em Vilhena e o nosso destino era Belém. Fizemos conexão em Cuiabá e Confins. Mais ou menos umas 12 horas de viagem. Mas toda essa logística cansativa, valeu a pena! De volta à Belém. Acordar e ir ao Ver-o-Peso, sentir o cheiro do pitiú. Toda aquela sonoridade de uma feira, sotaque, ciganada... A cigana que enrola outra cigana. Como pode?! Meu Laboratório de Stanislavski custou um pouco caro com as ciganas do Ver-o-Peso. Mas tudo bem, levando para o lado positivo, na cena teve um ganho. Aprendi com aquelas ciganas. Não confiar em qualquer pessoa. Nunca se sabe do passado daquelas mulheres. De onde vieram, qual é a história de cada uma. Fiquei muito pensativa depois do ocorrido. Mas enfim, desejo luz à todas. O sotaque do Pará me encanta. O açaí, a famosa cachaça de Jambu. Treme muito. Gênero Musical. Pela segunda vez no palco do teatro Sesc Boulevard, é como se eu estivesse em casa. Adorei a apresentação. Adoro sentir a energia do público e nesse dia todxs estavam ali, dentro da história em que estávamos contando. Desmontar cenário e ir para o hotel. Noite em Belém, com cachaça de Jambu e boas companhias é igual a vibração boa!
Amei conhecer o projeto “Guitarrada das Manas” Sinto-me representada nesse trabalho de muita resistência no universo da música que ainda, infelizmente, tem suas barreiras. Fico muito feliz quando vejo uma mana crescendo com sua arte, seu trabalho.
Dia de oficina. Turma ansiosa e concentrada. Achei interessante a didática da oficina. Foi bem intercalada. Hora tinha prática de exercícios, hora teoria de produção. O dia foi bem produtivo. Após a oficina, tivemos um Pensamento Giratório com o tema “O gênero Feminino na produção teatral”. A conversa foi calorosa. Dói esse processo de desconstrução. Tem que se esforçar muito. Enfim, conversa calorosa e produtiva. Conheci o espaço Casa Sete. Espaço da Janaína. No dia seguinte, na parte da manhã, último dia de oficina. Manhã passou rápido. As 4 horas de oficina voaram. Foram muitas informações, ainda estou absorvendo. Amei voltar em Belém e apresentar no mesmo palco e com o mesmo trabalho.  Espero que voltemos de novo, mas com outro trabalho. Os dias passam rápido, logo o dia da partida chega. É hora de partir para Castanhal.

Edmar Leite

•Dia 1 - Chegando de madrugada. Recepcionado pelo forte calor. Felicidade de voltar aonde considero minha segunda casa. Lembranças e sensações boas. Foram 3 anos morando aqui durante a pré adolescência e apenas poucas vindas esporádicas desde 2002. Logo hoje já teremos montagem e espetáculo! Segunda vez de As Mulheres do Aluá por aqui. Aproveitando a manhã pra ir ao Ver-o-peso. Partindo pra montagem mais uma vez no Sesc Boulevard! A típica chuva das duas da tarde se mostra. Espaço lindo, histórico, memórias pulsantes, equipe de montagem do Mestre Rui e do Marquinhos é show! Tudo pronto. Apresentação forte, dinâmica, ritmada, boa! Desmontagem e embalamentos. Conhecendo um pouco da cultura local popular.
•Dia 2 - Manhã de descanso, leituras e escrita. Tarde de oficina, primeira parte. Oficina de produção e gestão cultural, com pequenas intervenções de jogos de teatro. Público diverso e bom. Interessados, bom diálogo e aprendizado de ambas as partes.  Noite de Pensamento Giratório, tema: A Mulher na Cena Amazônica, com o grupo Gruta, mediado pela Clarissa e de depois Barba RRÁ! O Gruta existe a mais de meio século, esteve desde o princípio do teatro de Belém! Contextos, histórias, saberes e situações trocadas. O valor de ter voz! A identificação e a união se faz necessária.

•Dia 3 - Manhã de oficina. Segunda parte e conclusão da oficina, foi uma ótima troca. Saber que a oficina incentivou a retomada de um projeto já esquecido de uma de nossas alunas foi muito recompensador, haverá esse resgate com mais direcionamento e compreensão! Logo a tarde um almoço em família, muito bom rever meus primos Israel e Wanessa. Que eu volte logo e consiga rever o restante dos parentes e dos amigos que essa cidade abriga. Cidade grande, pulsante, viva, recheada de cultura e memórias. Sua arquitetura que mistura o antigo e o novo, ruas estreitas, arborizada, tão bela e plena, mas que com certeza merece um pouco mais de atenção de quem a governa.. Francesinha da Amazônia  que me enche de alegria quando chego e que me completa de saudade quando me despeço...

Zaine Diniz

Chegar em Belém já me assanha o paladar: açaí ... a primeira coisa que pensei e a primeira refeição que fiz... pra mim basta!  Só quero açaí do grosso e mais nada. Passeamos no mercado do ver o peso, e eu só com esse objetivo: açaí. Troquei um conselho por um dinheiro com uma cigana (baiana) meio fake mas valeu a experiência, e Andei muito, andaria mais se não fosse tantas sacolas (juro, não fui eu quem comprou) Mas enfim, percebi que não sou mais tão fã de feiras e mercados populares, os cheiros, o tumulto e tromba tromba me deixam meio apavorada e incomodada - minha visão baixa - não me deixa mais apreciar tanto esses espaços. Não me condenem, mas sou sincera, prefiro espaços refrigerados.  O teatro do Sesc Boulevard nos recebe mais uma vez, pense num palco acolhedor ,  camarim pronto e nós também. Corpo e voz aquecidos e a entrega na cena aconteceu! Por mais que já tenhamos apresentar esse trabalho, sempre é uma emoção nova. O bate papo com público não aconteceu pois no dia seguinte teria o Pensamento Giratório e desta vez com Intercâmbio com o grupo Gruta. E assim foi, aconteceu o primeiro dia de oficina com o mestre Chicao Santos que me surpreende pela capacidade de compartilhar seus saberes e experiências da sua longa jornada de produção. Em seguida aconteceu o Pensamento e Intercâmbio com o grupo Gruta onde Mais uma vez Chicão discorreu tão bem sobre a história do O Imaginário e sobre a resistência desse coletivo em seu fazer teatral, pesquisas, Festival Amazônia Encena, Tapiri - formação de atores e ações pontuais na área cultural.  A mulher na cena amazônica também foi tema do Pensamento Giratório e como é importante esse espaço de fala dentro do palco giratório, para nos fortalecermos, sermos reconhecidas não apenas como temáticas de trabalho, mas como fazedoras da nossa história, sem desmerecer, muito pelo contrário e sim reconhecer o trabalho de homens como Chicão Santos  que tem sensibilidade de propor e levantar espetáculos como o nosso: trazendo a mulher para a cena e como protagonistas de uma temática que nos é pertinente. Se não fosse assim, no nosso caso, esse espetáculo nem existiria! Gratidão. Nos meus 25 anos do fazer teatral, com minha prática e teoria, ao contrário de que muitos pensam, estudamos muito e sempre, independente da academia, pois nada se estabelece sem competência e entrega total, foram poucas as vezes que parei para discutir com outros coletivos, com colegas de profissão sobre o nosso ofício e nossa trajetória na arte. No outro dia seguiu a oficina, com a mesma potência do ministrante e interesse do público presente, que perguntaram muito e agradeceram também a oportunidade. Conhecer Mário Zumba, artista que morou em Porto Velho e que nos acompanhou em alguns encontros gastronômicos foi incrível, Pessoa iluminada e juntos fomos também assistir Querem Caferem, nossa amiga Romana, no Casarão dos Bonecos dos nossos amigos do Im bust, onde reencontramos Paulo e  Adriana, muito especial estar no espaço deles, encantador e potente com tantas possibilidades, me fez crer no poder do teatro, que transforma os espaços e nas pessoas também .   Reunião básica do grupo para acertamos os ponteiros e coloca-los novamente na mesma direção - se fez necessária, para conseguirmos encerrar o projeto com a mesma potência e energia que iniciamos. Agradecida, nos despedimos de Belém com um almoço com o amigo Zumba e que nos presenteou com seus livros e abraços.

Amanara Brandão

Contando a partir do dia 21, já que o dia 20 inteiro foi de trânsito de Vilhena-RO a Belém. Chegando na madrugada do dia 21. Muita felicidade em estar de volta a essa cidade que pouco conheço mas tenho tanto apreço. Agora com mais tempo e interesse; de volta ao Teatro do Sesc Boulevard, lugar aconchegante que tem um ar histórico cultural muito forte. Perceber o quanto o espetáculo cresceu desde a última vez que nos apresentamos aqui (em 2016), isso é gratificante demais. O público tão lindo, cheio de jovens artistas que nos transmitem cumplicidade e inspiração mútua. Os dois dias de oficina foi a mesma energia por parte das participantes, de interesse pela gestão cultural. A roda de conversa "Pensamento Giratório" com o grupo gruta foi extremamente importante e acalorada, visto a complexidade que o tema do gênero feminino na produção teatral na Amazônia traz em questão. Momento de perceber o quanto ainda precisamos dialogar MUITO entre nós mesmos, pra uma percepção cada vez mais apurada do lugar de fala de cada um, pra a partir daí otimizarmos nossa ação dentro do tema proposto.
Fiquei muito feliz com essa passagem por Belém devido às pessoas que pude conhecer e conviver, já tenho até família nessa terra (volto em breveeee!). Como a sagitariana que sou (com a lua em libra que tenho), é isso que me move: O ENCONTRO. Grata pelo cuidado tão atencioso da produção local, pelas amizades que aqui pude fazer (em especial Cinara, Danilo e Nelson, artistas independentes que me acolheram como família), pelo som que fizemos juntos, todo afeto e festejo compartilhado. A transformação segue acontecendo... regada a muita água doce desse Rio imenso que nos atravessa e conecta.

Chicão Santos

“Querem Caferem”... “Lei as minhas mãos e descubra o meu futuro”...

20/09, partimos de Vilhena rumo a Belém no Pará e voltamos a logística das cias aéreas brasileiras de Vilhena para Cuiabá para Confins e para Belém/PA um volta ao redor do planeta Brasil. Nossa curadora manifestou preocupação em relação a cancelamento de voos e Márcia nossa produtora/anjo SESC/RO ficou ali no aeroporto até a confirmação e saída da aeronave. Cautela muita cautela pela equipe do SESC/RO. Pois já havia ocorrido cancelamento com o Grupo Boca de Cena do Ceará. Ficamos tranquilos quando o avião posou e partirmos para Cuiabá-Confins-Belém. Nossas atividades em Belém compreendem: apresentações, oficina e pensamento giratório. Chegamos em Belém e já era dia 21/09, na recepção nossa Curadora Palco Giratória Clarissa, um privilegio para poucos ter uma recepção deste calibre. Dali partimos para o Hotel. 21/09 partimos logo cedo para tomar um açaí com peixe no Ver-o-Peso, no meio do caminho “as baianas” para ler as mãos/destinos e saquear nossas reservas. Depois do açaí fomos para a montagem. Lá estava o RUI nosso amigo de 3 passagens pelo Cine Teatro SESC Boulevard. Rui o tipo faz tudo. A montagem foi rápida e já estávamos a espera do nosso público. O espetáculo ganhou luz e brilho com uma boa plateia, com a amiga Ester e o grande amigo Mário Zumba, o primeiro artista a receber um prêmio nacional lá em nossa terra Rondônia (Prêmio de dramaturgia). A desmontagem foi rápida e sem debates, pois no dia seguinte haverá pensamento giratório. Dia 22/09, às 14 horas já estávamos novamente no Cine Teatro para a realização da Oficina fizemos a fusão das duas oficinas, falando de produção/gestão e o ator criador e a cena. Os alunos eram bastante jovens, com 3 ou 4 pessoas com mais idade. Após discorrer os conteúdos das primeiras quatro horas, já era 18 horas e ai foi trocar de cenário e participar do pensamento giratório com a presença dos dois coletivos que investigam e traz a cena os temas do feminino, gênero, violências contra as mulheres, mitologias Amazônicas e outros da nossa rica região norte. O pensamento traz a discussão da mulher na cena. A discussão embalada por vivencias, relatos de experiências. A conversa foi se aprofundando e mostrando a importância das mulheres e o ofício na arte na nossa região. Já no domingo a oficina foi concluída das 9 as 13 horas e fomos pro Hotel. Os ruídos voltaram e as provocações demonstraram nossa fragilidade do “modo operante” de lidar com o coletivo. Enfim... Pássaros em voos rasantes... Com asas curtas nesse mundo de incompreensões e de ideologização que atesta nossa falta de profissionalismo e de inteligibilidade e respeito. Estamos tiramos de nós mesmos a coisa mais preciosa que possuímos como “ser humano”/Ser artista – o brilho próprio.
Na noite fomos, acompanhado do fiel escudeiro Quixotesco: Mario Zumba, no Casarão com os Bonecos, conhecer o importante, lindo e potente espaço das cênicas, do IN BUST TEATRO COM BONECOS, fomos recebidos pelo Paulo/Adriana e outros amigos. Aproveitamos para assistir ao espetáculo “Querem Caferem”, com a amiga Romana, um trabalho super bacana e que nos proporcionou momentos de risos e alivio das tensões desta fornada.
No dia 24/09, fizemos uma reunião de avaliação de nossa participação no Palco Giratório e para aparar as arestas/conflitos/ruídos para seguirmos girando nesse Palco Giratório. Vamos almoçar com o Maria Zumba e depois partimos para Castanhal. Até logo Belém do Pará.