quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Diário de bordo – Vilhena / RO – 18 a 20 de Setembro






 Agrael de Jesus


E a última cidade de Rondônia concluído.   O trajeto ji Paraná até Vilhena foi cheio de Siga/Pare. Paradas inusitadas na beira da estrada. Trechos asfálticos maravilhosos, outros nem tanto. A cidade com seu clima ameno, gostoso. Só de aproximar do município o clima muda. Localizamos o hotel e fomos direto para o almoço "lá varanda", ambiente gostoso, familiar, comida simplesmente gostosa, saborosa. Atendimento primoroso: feito pelos donos. Retorno ao hotel, hospedar, descansar. A noite assistir ao espetáculo "Os cavalheiros da triste figura", do Grupo Boca de Cena. Lindo, maravilhoso. Muitas gargalhadas. Retorno ao hotel, descansar. Manhã do dia seguinte encontro com alunos do I.E.E Wilson Camargo. Meninas e meninos interessados no fazer artístico, na cultura em geral. Bate papo bom, com direito à uma " palhinha" da primeira cena. Sem palavras para descrever a emoção dos adolescentes. A noite espetáculo. Emoções e energia à mil, tudo lindo, perfeito. Muito bom. Fechamento com chave de Ouro. Plateia formada por um público seleto, interessados. Devido ao local da apresentação ser aberto, o público acompanhou todo o aquecimento das atrizes e isso foi muito bom, deu um up no espetáculo. Nem teve o bate papo, mesmo sendo anunciado, o pessoal preferiu tirar fotos e abraçar as atrizes. Confraternização perfeita. Depois desmontar cenário e luz. Embalar e acomodar na Van, retornar ao hotel. Depois conhecer o chopping da cidade. Bate papo com amigos, encontros e reencontros. Mais gargalhadas. Dormir faz bem para a alma e para o espírito. Na manhã teremos que organizar malas e partir para Belém. E vamos que vamos. Agradecimentos especiais, mais uma vez à Márcia, produtora do SESC, pelo cuidado e atenção para conosco. Ao senhor Miracis, o motorista da Van (micro ônibus), o nosso faz tudo, pela doação, dedicação, presteza, não medindo esforços para que tudo esteja a contento. Marcinha e seu Miracis, que Deus continue lhes abençoando e protegendo suas vidas e profisssões. Vou sentir saudades. Obrigada Senhor pela oportunidade de conhecer e conviver com pessoas tão especiais. Firmes e fortes.

Flávia Diniz

Viagem longa, porém, produtiva com conversas de produção e o fazer artístico. Nossa recepção foi ótima! fomos abraçadxs com uma chuva maravilhosa e partindo para o almoço. Nada melhor do que desacelerar depois de muita correria. Músculos tensos.
Fomos presenteadxs com o espetáculo “Os Cavaleiros da triste figura” do grupo Boca de Cena (SE). A estética do trabalho é lindo. Um trabalho que tem muita preparação de ator/atriz. Enfim, um trabalho maravilhoso! Comer algo e retornar ao hotel.
No dia seguinte, fizemos uma visita na escola Wilson Camargo. Uma conversa com os alunos. Um encontro lindo e necessário. Vendo aqueles alunos, me vi em cada um deles, na minha adolescência. Com muita energia. Todos acelerados, ansiosos, empolgados. Mas quando iniciamos a conversa, falando sobre o nosso processo de atriz e do trabalho “As Mulheres do Aluá”, todos encantados, prestando atenção em cada informação. Foi um lindo encontro! se pudesse, ficaria horas conversando com todos. Partindo para o almoço. Após, ir para o hotel descansar. Quando chegamos no espaço onde iríamos apresentar, fiquei surpresa! Uma quadra aberta. Fizemos com a configuração do espetáculo bem intimista. Espaço lotado. Noite de encontros e reencontros. Reencontramos as amigas do grupo Wakanbuki. Depois da desmontagem do espetáculo, saímos para comemorar esses reencontros e encontros. Uma noite de muita conversa sobre nosso ofício. Muita gargalhadas. Já estou com saudade de Vilhena! Lugar agradável! O que nos resta é arrumar as malas e partir para Belém.

Edmar Leite

•Dia 1

Partida cedo, mas nem tanto. Estrada boa, tranquila. Paradas. Leituras. Conversas interessantes. Chegada suave em Vilhena, com uma chuvinha boa pra refrescar. Temperatura amena, tarde de descanso e estudos. Indo prestigiar o Espetáculo: Os Cavaleiros da Triste figura do grupo Boca de Cena! Espetáculo bom; enérgico, teatro de rua, com bases de Comédia Del Arte; fantástico trabalho vocal e corporal; musicalidade forte regional; maestria nos objetos cênicos, máscaras, figurinos e cenário. Eis que Dom Quixote se faz presente mais uma vez em meus caminhos.

•Dia 2

Logo de manhã, Intercâmbio com os alunos do médio 2 da escola Wilson Camargo. Montagem tranquila aos som das maritacas! Mudança de espaço que seria fechado devido à montagem. O Centro do Idoso é um lugar bem interessante para eventos. Cena mais do que aberta. Aquecimento junto ao público, lembrou teatro de rua. Apresentação ótima, enérgica, forte, impactante, público bom por demais! Sempre acho esse formato de 360 melhor e mais poderoso. Reencontro com o Wankabuki! Desmontagem e embalamentos. Despedida de Vilhena. Primeira vez do espetáculo aqui, mas pra mim já é bem a terceira, cidade boa pra fazer teatro! Preparação para alçar novos voos!
Amanara Brandão

Terça-feira, despedida de Jipa logo cedo... Na companhia da produtora Márcia e o motorista Miracis, que nos acompanharam nessa etapa, chegamos à última cidade de Rondônia onde o Palco Giratório levou As Mulheres do Aluá nessa edição. Horas de viagem de Ji-Paraná à Vilhena, perceber a vegetação mudando, de Floresta Amazônica para Cerrado... riqueza! O céu foi fechando e a chuva caiu, baixando a poeira na nossa chegada. À noite tivemos o privilégio de assistir o espetáculo Os Cavaleiros da Triste Figura, do Grupo Boca de Cena-SE, que também estão no circuito.

Quarta-feira, dia de apresentação, e pela manhã fomos à escola I.E.E. Wilson Camargo, ter uma conversa com alunxs do nono ano, adolescentes curiosxs, nas quais me identifico tanto pois foi nessa idade a época que encontrei o Teatro. Na sala lotada de olhares receptivos, Chicão deu início e nós prosseguimos fazendo uma cena e em seguida respondendo aos questionamentos da turma. À noite a apresentação foi uma das melhores nesses quatro anos; no espaço de convivência do idoso, uma área, verdadeiro terreiro, que mais uma vez transformamos em espaço cênico. Como no Teatro de Rua, todo o processo, desde o aquecimento, foi acompanhado pelo público que ia chegando. Senhoras, senhores, adolescentes e nossas amigas do grupo Wankabuki embarcaram conosco e a noite foi mais uma oportunidade de ressignificar nossa arte e valores. Emocionante.

Zaine Diniz


Chegamos ao sul de Rondônia, Vilhena, cidade de ruas largas e aparente calmaria. A viagem até aqui foi tranquila, emoldurada pela paisagem linda desse estado.  A noite tivemos a alegria de ver o trabalho do grupo Boca de Cena, de Sergipe que está também circulando pelo Palco Giratório. Trabalho forte e marcante que ressalta o trabalho exímio de ator - corpo, voz, musicalidade... tudo muito preciso e afinado com a dramaturgia “Cavaleiro da Triste Figura”. No dia seguinte, participamos de um bate papo com alunos do 9º ano do Instituto Wilson Camargo onde pudemos falar sobre nosso trabalho e ouvir chicao Santos que deu uma aula sobre o teatro de Rondônia, e nos bastidores, a ansiedade e desejo dos alunos sobre o fazer teatral. Muito legal esse reconhecimento do nosso fazer na arte. Partimos para a apresentação onde quero destacar a habilidade do nosso encenador chicao Santos em transformar espaços cênicos juntamente com o técnico Edmar Leite que ao contrário de nós atrizes que ficamos a tarde toda no aconchego do hotel, nos preparando para apresentação, eles passam a tarde toda subindo e descendo escadas, montando iluminação, adaptando e transformando os espaços . Eles dão todo esse suporte para que o espetáculo aconteça e que possamos chegar, alongar, aquecer e apresentar. Obrigada meninos!!  E assim aconteceu, com formato que possibilita maior mobilidade das cenas e assim, me joguei e me deixei levar pela energia do público presente e atento. Foi uma troca intensa. Me senti renovada. Como de praxe convidamos para o bate papo que aconteceu em forma de “sessão de fotos” e conversas com cada pessoa que me procurava para falar das impressões sobre o que assistiram e se reconheceram na obra. Enfim, missão cumprida e recebida nesse circuito de RO. Sigamos agora para Belém.

Chicão Santos

18/09, às 8 horas partimos para o Portal da Amazônia, nossa querida Vilhena. Serão aproximadamente 350 km passando por três cidades: Presidente Médici, Cacoal e Pimenta Bueno. A pressa para chegar é para assistir nossos colegas de ofício do Sergipe, Os Cavalheiros da Triste Figura/Boca de Cena. Lá vamos nós por essa BR 364. Chegamos por volta de 13h30 e fomos direto pro “Varanda Restaurante” saborear a culinária do Cone Sul. Ficamos num hotel próximo ao SESC LER. A ansiedade para assistir Os Cavalheiros da Triste Figura aumentava por cada minuto de demorava passar... Uma pausa para fazer a produção (publicação de diário, emissão de notas fiscais e contatos com produtores dos SESCs) e já era hora de ir a quadra do SESC LER assistir os colegas do Sergipe. Chegamos na quadra é a cena já estava pronta e o público chegando para prestigiar essa importante ação do Palco Giratório. Havia na plateia uma romaria de jovens, com faixa de mister e miss, estudantil e da cidade. Coisa que a gente só vê em cidade do interior. Por coincidência sentei numa cadeira ao lado do Palhaço Peteleco, Erique, com uma história familiar de circo linda que começou em Campo Grande e que repousa agora em Vilhena, entre tietagem, fotos e trocas de contatos foi o suficiente para ter início ao espetáculo: Os Calheiros da Triste Figura, do Grupo Boca de Cena, que surgiu em 2005, coincidentemente no mesmo ano do O Imaginário. O espetáculo apresentado cumpriu a sua função e agradou a todos que ali estava. Com dramaturgia aberta e inspirada em Dom Quixote de la Mancha  do escrito espanhol Miguel de Cervantes faz um percurso pelas narrativas dos últimos acontecimentos no país e fincado nas matrizes da cultura popular nordestino, especialmente na música e nos folguedos populares. Um espetáculo tem cuidado em todos os seus detalhes, dramaturgia, figurino, preparação vocal, coreografia e direção. Foi um privilégio assistir esse trabalho dos amigos de Aracajú. No dia 19/09 vamos escola estadual Wilson Camargo para bate-papo com os alunos, sobre teatro/história do teatro e a importância do O Imaginário na cena Amazônica. Numa sala/auditório olhares encantados e almas limpas de jovens estudantes. Conversamos, falamos, perguntamos, respondemos e as mulheres (Zaine, Amanara, Flavia e Agrael) fizeram a passagem do texto... foi encantador. Antes, porém uma conversa com os professores, sobre teatro e de coisas de futura e viva. A arte/teatro ganhando os espaços e também voando/girando por todos os lugares. Foi uma vivencia/experiência fantástica com os alunos e professores. Valeu muito. Dali saímos deixamos a atrizes no hotel e partimos para conhecer o espaço onde iriamos fazer a montagem do espetáculo a ser apresentado à noite. Ao passar pelo portão do Centro do Idoso, avistei um espaço cheio de possibilidades cênicas e falei, pra Marcia e Eunice, nossas produtoras do SESC vai ser ali e se confirmou que seria ali mesmo. Até fomos no Salão que tínhamos a pauta reservada. Voltamos para o hotel/restaurante e as 14 horas partimos para a montagem de luz/cenário. Tudo muito rápido e acompanhado por nossa produtora Marcia e um Funcionário do SESC LER de Vilhena. As atrizes já estavam no espaço e iniciou o aquecimento e o publico foi chegando... lotando o espaço e um movimento frenético da produção local, trazendo cadeiras e mais cadeiras. Recebemos a presença do nosso amigo/pai/professor Cintra, um amigo de longas datas e que foi professor da Geniele/Amanara Brandão. A cena aberta e tudo desmistificado, revelado ao público. É aquecimento das atrizes, agora vamos fazer uma oração para a devida proteção para que possamos realizar uma boa cena para todos vocês. Estivemos no Teatro Palladiun em Belo Horizonte, com capacidade para 2.200 pessoas e hoje estamos aqui, fazendo um teatro vivo, humanizado e com verdades e realidades. Ali naquele espaço demonstramos que o teatro é vivo e pode acontecer em qualquer lugar, basta bons artistas e um público que tenha interesse de celebrar o encontro. E foi assim que aconteceu em Vilhena. Um dia para entrar na história do teatro Brasileiro, Amazônico e Rondoniense. Paragens ao SESC pela promoção do acesso/acessibilidade e de fazer o teatro chegar em todos os lugares. Encerramos nossa circulação pelo Estado de Rondônia com “chave de ouro”. Foi lindo demais! Parabéns ao Presidente do Sistema Fecomercio: Raniery Araújo Coelho, ao Diretor Regional do SESC/RO: Valdyr Fernandes, Marya Braga/Andressa Batista e a todos os Técnicos/Diretores que fazem o SESC. É o SESC fazendo a arte girar neste imenso Palco Giratório RO. Depois dessa circulação por Nova Mamoré, Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Presidente Médici e Vilhena partimos para Belém do Pará... seguimos neste Palco e essas Mulheres do Aluá que gira pelo Brasil.









terça-feira, 18 de setembro de 2018

Diário de bordo – Ji-Paraná / RO – 17 de Setembro







Flavia Diniz

Viagem super rápida de Presidente Médici à Ji-paraná. Nós chegamos na hora certa, do almoço! É só o tempo de descansar um pouco e colocar a gira para girar. Dia de apresentação e de reencontros. Minha primeira vez apresentando no teatro Dominguinhos. Me senti à vontade no palco, senti segurança. O bate-papo foi muito rico com a presença do coletivo Marcha das Margaridas. Trabalho concluído com sucesso. Após isso, a noite foi de muita conversa com os amigos. No dia seguinte, arrumar as coisas e partir para Vilhena.

Agrael de Jesus

Minha segunda casa, onde aqui cheguei em Rondônia no ano de 1975, ainda Vila de Rondônia, onde a cidade ia da Vila Jotão ao bairro 2 de Abril. Onde os kms 3, 4, 7 e 9 eram longe de mais. Hoje todos aglomerados na cidade. Revisitando a cidade, revendo amigos. Amo esse cantinho. Almoço, descanso no hotel, a noite espetáculo. Espaço lindo e acolhedor, Teatro Dominguinhos, que leva o nome do meu amigo Domingo, Dominguinhos para os amigos e íntimos, pessoa que muito contribuiu para e com a cultura dessa cidade e região. Justa homenagem. O espetáculo fluiu, apesar da minha dificuldade com a garganta e o cuidado com as pregas vocais. Na platéia pessoas queridas que a muito tempo acompanha nosso trabalho. Gratidão imensa pela presença da minha amiga, irmã e companheira de lutas Aninha Teixeira, musicista e incentivadora. No bate papo muitos quereres, saber do processo, da dramaturgia, do ser artístico. Crianças elogiando nosso trabalho. Menina mulher que faltou aula para nos assistir, pois na oportunidade passada não pode. Isso me dá mais força para continuar nessa missão. Muito me emociona tudo o que está acontecendo comigo. Desmontagem do cenário e luz, embalagem e acomodação na Van. Hotel, descanso. Amanhã partir cedinho para Vilhena. Novas emoções nos aguardam. Em tempo, agradecer a nossa Anja e o nosso Anjo, Márcia  (Sesc) e seu Miracis (motorista do micro ônibus), nosso Severino, que não medem esforços para que tudo corra a contento. As mulheres da Marcha das Margaridas, engrossando o discutir o papel da mulher na sociedade enquanto pessoa importante nessa sociedade predominantemente machista. Amei tudo. Ji Paraná me aguarde, breve voltaremos. Obrigada pelo acolhimento.

Edmar Leite

•Dia 1 - Pegando a estrada um pouco mais tarde. Tivemos mais tempo pra descansar e colocar trabalhos em dia. Ainda pensativo.. e a danada da estrada alimenta ainda mais essa condição.. Naquela árvore solitária no meio do pasto, quantos viventes já se abrigaram à sua sombra? Aonde essa pequena estrada nos leva? Esse riacho é profundo? Questões visuais que estimulam ainda mais as questões pessoais de cunho interno. Hoje a montagem será um tanto mais tranquila, de volta ao prédio de teatro! Viagem tranquila e rápida. Almoço e logo depois entrevista na TV para divulgar o espetáculo. Montagem tranquila, equipe boa e desenrolada, tudo pronto pra apresentação. Estar de volta ao prédio de Teatro trouxe um certo alívio e mais segurança, ter mais tecnologias disponíveis e pessoas pra auxiliar é bom demais.  A apresentação foi boa, intensa, visceral. Estar tão perto do palco trouxe com mais força a sensação de estar em cena e trouxe novas perspectivas e sensações.. o canto, as batidas e as passadas reverberadas sintonizavam como os pulsos de um grande músculo cardíaco. Bate papo show! Desmontagem e embalamentos tranquilos demais. Tudo pronto pra Vilhena amanhã! Conversa boa com os amigos da Amanara; Cairã e Bruno, sobre os movimentos culturais independentes, o tema de hoje, projetos, espaços vivos, permacultura e o fazer artístico em geral. Ji-Paraná já se tornou uma segunda casa para o grupo. Vir aqui é como chegar em outro bairro de nossa cidade. Sempre fomos bem recebidos. A cidade cada vez mais as entrelaça as artes. Até breve.

Amanara Brandão 

Que felicidade estar de volta a essa cidade! Chegar na hora do almoço, revisitar a cidade com o olhar. Lembranças de dois anos atrás, quando viemos com dois trabalhos: o mesmo espetáculo, As Mulheres do Aluá, e o espetáculo de rua O Mistério do Fundo do Pote, que lotaram o Teatro Dominguinhos e a praça em frente a ele. Estar nesse palco novamente e perceber o quanto o espetáculo cresceu, o quanto cresci, de lá pra cá... isso é gratificante demais! Ver no público pessoas que gosto tanto; que se mostram parceiras mesmo, nessa lida da resistência cultural. A apresentação foi na alta energia, passamos 'o recado! No bate-papo, o interesse recorrente em relação à pesquisa e a sensibilização geral. Depois, a mesma correria de desmontagem de luz e cenário, embalar e carregar o microônibus pra partir pro próximo destino logo pela manhã. Na noite adentro, sambas embalaram o brinde e as conversas na casa do Cairã e do Bruno, meus amigos que foram nos assistir e me receberam em vosso lar, onde prosseguimos com o tema do espetáculo, da permacultura e tantos outros, nessa linha da transformação que queremos e pela qual trabalhamos; e a surpresa de saber que esse lar está em processo de se tornar uma casa cultural também. Espero ansiosa pela hora de voltar por Jipa, com minhas poesias e todo astral de somar no movimento. O movimento somos nós.

Zaine Diniz

Cada vez mais aprecio este espaço da escrita, falar sobre vivências, experiências e sensações de cada lugar, me fortalece como artista que procura se aperfeiçoar em todos os sentidos. Tudo tranquilo em Jipa, produção efervescente, entrevista ao vivo na tv, espaço bacana pra divulgar o projeto e convidar a população para assistir nosso trabalho. Na apresentação “barriguinhas” ainda surgem, e reafirmo que nem em todas as falas cabem improvisos, é preciso ter técnica, sensibilidade e inteligência emocional para contextualizar esse recurso que nos é pertinente, se não for assim, cairá no lugar do “estranho” e “sem sentido” , nada que não possa ser corrigido com mais concentração no trabalho que não acontece só no palco, mas principalmente antes de ir ao palco. Mas aconteceu e com energia lá no alto! O bate papo foi extremamente rico, com falas do público que foram importantes (precisamos ouvir mais, deixar que falem) para entendermos o papel do nosso trabalho. As oficinas de produção estão sempre mostrando as lições que aprendemos OU NÃO na prática do dia a dia de um projeto tão grandioso como esse e que nos mostra que temos muito que aprender...  ser mais profissional, mais proativa, mais ligada e de prontidão Sempre!. Estamos no mesmo barco - e que barco lindo! Tudo finalizado, embalado o cenário, hora de partir. E lá vamos nós para Vilhena, sempre aprendizes nos palcos da vida e das emoções. Trabalho de grupo é assim, o que seria do amarelo se todos gostassem do azul? Assim disse o poeta.

Chicão Santos

O caminho para Ji-Paraná foi rápido e já por volta das 12 horas já estávamos  instalados no hotel/porto. Jipa é uma cidade acolhedora é para nós uma segunda casa. O “furação” passou. Ouvi essa expressão, após o almoço ao lado do teatro Dominguinhos, das nossas produtoras do SESC Marcia/Simone fazendo referência a passagem da nossa gestora Keila Barbosa, presidente da Fundação Cultural de Ji-Paraná. Na verdade ela age como um furação na vida cultural da cidade... sacode a cidade com eventos de todos os cantos e lugares. É um ser inquieto, não para, não sossega. Uma agitadora cultural. As 14 horas já estávamos no Dominguinhos para dar inicio a montagem da luz/cenário para a apresentação. Tudo pronto e muito rápido, com uma equipe virtuosa e participativa na luz e no som. Acena é aberta e o público já estava ouvindo as vozes de mulheres pelos autofalantes do som que ali propagava. Uma  apresentação de olhares diferentes, som e luz operada pela coxia lateral direita do palco, uma sensação estranha. Entre um tropeço/escorregão nas palavras que alude a dramaturgia, resultado da ingenuidade e indelicadeza de um péssimo hábito de usar celular/whatsap antes das apresentações ato que desconcentra, desequilibra e instabiliza a concentração. Nem o “pai é nosso” fica livre. Uma plateia boa para uma segunda-feira do Palco que gira. Enquanto o debate acoitava a curiosidade da plateia. A desmontagem atingia a mesmo “velocidade cibernética”, com a correria minha e do Edmar as embalagens já seguiu pra o micro-ônibus palo porta sem trava. Tudo pronto e a caminho do Hotel para dia seguinte partir para Vilhena para mais uma apresentação. Rondônia lá vamos nós para o Portal da Amazônia. 









segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Diário de bordo – Presidente Médici / RO – 16 de Setembro







Agrael de Jesus

Do trecho entre Ariquemes e  Presidente Médici continuei observando e admirando a paisagem linda e famliar. Uma paradinha rápida em ji Paraná, minha segunda casa e partiu Médice. No hotel, almoço bom, bonito, com fartura e barato. Retornando ao hotel e aceitando o convite da nossa Anja Márcia fui com ela visitar seus parentes, aproveite a saída para dar uma paradinha no hospital municipal para ter uma avaliação médica do estado da minha garganta que a dois dias me perturbava. Preciso estar com a saúde em dia para continuar a jornada. Médico muito simpático, receitou alguns antibióticos e inflamatórios e mandou a enfermeira me aplicar uma injeção de bezentacil, o que ele mesmo fez questão de fazer. Doeu, por uma ou duas horas.kkkkkk A noite estava bem melhor. O espaço da apresentação era pequeno, mas a acolhida do povo superou tudo. Me surpreendi a cada instante algumas pessoas da plateia falando entre si e me apontando. Depois fiquei sabendo que era por causa da minha grande semelhança com a minha irmã Esmeraldina, mais conhecida por Dina, que morou muitos anos aqui nessa cidade e atendia no hospital como médica que é. Fiquei muito feliz em perceber o carinho que o povo tem por ela. O espetáculo foi gostoso. O bate papo final super participativo. Até a próxima Médice. Ji Paraná e Vilhena nos espera.

Edmar Leite
•Dia 1 - Pegando a estrada logo no início da manhã. Viagem tranquila, estrada boa. Aproveitando o tempo para colocar leituras e escritas em dia. Montagem trabalhosa porém tranquila. Centro Cultural com boa estrutura e que falta bem pouco pra se tornar teatro. Sabendo como era o local já se tinha uma diretriz estabelecida. Criatividade e improviso em alta. Objetividade e eficiência, mas é aquela questão, mar calmo não cria bom marinheiro. Tudo pronto pra apresentação. Apresentação boa, intensa. Bate papo primoroso, feliz em saber que os jovens estão tomando consciência de mundo cada vez mais cedo. Desmontagem rápida e prática. Descanso e preparo pra próxima cidade. Pensativo.. Em Médici também nunca tinha ficado mais de uma hora, é um lugar pacato, público bom de teatro e que quer mais. Até breve.
Amanara Brandão
Pela manhã seguimos pela BR 364... mais uns kms para revisitar com o olhar. Sítios, casas isoladas em meio o verde, crianças brincando e passarinhos nas cercas. O relevo vai mudando, Rondônia tem uma diversidade muito interessante; pequenos morros e pedras escuras, montanhas, vão surgindo e dando um novo movimento à paisagem. Me inspira!!! Chegamos à Médici já na hora do almoço; é deixar  as malas no hotel e partir para refeição. Novamente, aquela correria na tarde, descanso e montagem de luz e cenário. Apresentação às 19:30. O local, Centro Cultural, com seu auditório tão convidativo, também se transformou em Teatro. O pequeno palco foi suficiente para colocarmos nossos corpos, vozes e histórias em cena, tocar e sermos tocadas. Os refletores, novamente fazendo uma luz de ribalta (aquela frontal, que vem de baixo pra cima), apoiados em mesas e tijolos.... isso que é Arte!!! O interior tem feito muito bem pra nós... tenho percebido. E tenho me sentido muito inspirada e feliz em estar aqui, no Estado em que nasci e vivo, contando essas histórias que partiram daqui. É tudo nosso!

Flavia Diniz
Uma viagem tranquila. Cenário da natureza maravilhosa. É o tempo de chegar no hotel, guardar as coisas, almoçar e descansar.
As horas passam rápido. Em seguida, chega a hora de ir para o teatro. Iluminação faz a magia. Em cada lugar que a gente passa, a figuração do espetáculo muda. Sempre é muito positivo. Todas as possibilidades, desde iluminação à figuração do espetáculo. E isso só nos fortalece como artistas, seres humanos. Sinto-me privilegiada com essa experiência que estou tendo ainda jovem.
Interessante ver que o público após espetáculo ficam todos para o bate-papo. E se deixasse, duraria mais que o espetáculo.
Na hora da desmontagem do cenário, vem batendo uma saudade do lugar, das trocas. Hora de organizar o figurino, arrumar malas e partir para um outro lugar, auditório que vira teatro, ou algum espaço que a arte permita essa magia. E ter essas ou outras sensações, mas com mais densidade. Vem, Ji-Paraná!

Zaine Diniz

Domingo de calmaria, chegamos em Médici , clima ameno com cara de domingo literalmente. Diferente dos técnicos que logo partiram para montagem, fiquei no hotel, preparando cabelo, corpo e alma para a apresentação de logo mais. No espaço do centro cultural, tudo pronto e eu também, palco um pouco apertado, mas nos adaptamos e tudo correu bem, movimentos mais equilibrados considerando as luzes da ribalta que limitam minha mobilidade por falta de visão mesmo. Ao final, um bate papo delicioso com pessoas sensíveis que se comoveram com o trabalho é levantaram a importância da cidade de receber um espetáculo como nosso. Fiquei feliz de ver na plateia minha amiga “Mariquinha” Lucilda ou Leila, amiga querida de infância, adolescência, faculdade... Irmã de coração !   Assim nos despedimos de Presidente Médici... Feliz.

Chicão Santos


7h30 do dia 16/09, partimos para mais uma apresentação na cidade de Presidente Médici, distante aproximadamente 150 km de Ariquemes. Deslocamento e apresentação no mesmo dia, sem brechas/ruídos/preguiças. A Cena do Palco que invade Rondônia. Chegamos na cidade que tive uma relação de vizinhança, pois morrei em Cacoal por quase 25 anos e tinha uma presença muito ativa nesta cidade. Lembrei-me da Terezinha, que carinhosamente eu chamava de Madre Tereza, que tocava um grupo de teatro aqui nos anos 80 e 90 e também do Fábio Camilo que esteve por aqui e fez teatro por um bom tempo. Bom... Fomos almoçar, uma comida deliciosa, com um fogão à lenha, deixando sempre quentinha. E nesse pós almoço fomos fazer a montagem da luz e cenário, um desafio, pois o auditório, chamado de Centro Cultural Ivone Melo Gonçalves, um espaço cheio de possibilidades, mas pouca inflaestrutura para um local cênico, sem vara de luz/som. Para colocar o espetáculo tivemos que alterar completamente a rota/mapa da cena. E já anunciava o inicio e o público foi chegando e lotando parte central da plateia. As pessoas ficaram encantadas com as histórias/temas, sobre gênero/violências contra as mulheres. No interior as unidades do SESC/LER tem um trabalho intenso é importante para alterar essa triste realidade da falta de acesso e de promoção das artes. Um trabalho coletivo e importante. Embalamos tudo e colocamos na nossa Van/ônibus para retornar a Ji-Paraná para mais uma apresentação. E lá vamos nós por esse Palco que gira por Rondônia.