Diário de bordo – Macapá (AP) – de 28/05 a 01/06/18
Chicão Santos - Os caminhos nos leva as águas e as curvas do FORTE/SÃO JOSÉ
Rio-Galeão - partimos para
Macapá, no Amapá, aquela passagem básica por Brasília. Já era dia 28 de Maio
cedo aportamos e lá esta Genaro Dunas nos recebendo com o seu encanto. Antes de
descer da aeronave uma notícia daquelas que nos deixa super, hiper felizes, o
Marcio Silveira (RS) mandou os parabéns pelo Messenger e fiquei na tela do celular até encontrar o
projeto na lista dos selecionados. Imediatamente comuniquei que o Amapá sempre nos deu sorte e depois
revelei aos membros/participantes do O Imaginário. Que notícia boa. Melhor
impossível para começar nossa jornada
nessas “terras tucujus”. Fomos selecionados no Edital Itaú Rumos 2017/2018. Nós nos estabelecemos no hotelCasa. As 13h20 tivemos
o primeiro contato com o Rio/Mar/Amazonas.
As 17hs já estávamos no SESC ARAXA para reconhecer o espaço/oficina e
ali fomos conversando, trocando figurinhas, falando das ações, dos
inter/conexões e quando percebemos já estávamos cercados por pessoas vivas e
ávidas por trocas dos fazeres e dos saberes, foram mais de 4 horas frutíferas embaladas
ao lado/longe das águas do Rio/Mar. Ao finalizar as atividades do dia 28, já estávamos
no hotel. No dia seguinte a chuva como eterna amiga e cumplice gotejava suavemente
sobre a cidade vista pela janela do quarto do hotel. Água que banha e que lavou
as nossas marcas pelas ruas e caminhos da cidade. No salão de eventos do Sesc
Araxá a luz cênica já ia seguindo a planta/mapa e os refletores já instalados
desenhava a mise-en-scène do
acontecimento teatral, Neste 29, às 18 horas já no Salão a conversa era sobre a
nossa poética/dramatúrgica que perpassa a investigação do cotidiano, das terras,
das origens, dos mitos/lendas de memórias. Compreendendo o que somos a cena se
abre, Olhares atentos de jovens artistas... Janelas do futuro descortinam
nossos novos seres amazônicos. Entre jogos, risadas e entusiasmo da cena futuro
encerramos a parte primeiro do nosso trabalho pelo palco que gira nesse norte,
neste continente... Uma sensação da importância e da responsabilidade de “ser amazônico” no Brasil de todas as
cores. No dia seguinte juntamos nossos cenários/cases e partimos para o SESC e
entre uma afinação de um refletor preparamos nossos holofotes da apresentação.
Pelos vidros das portas já cansadas pelo uso e pelo tempo o público assistia
curiosamente o aquecimento das atrizes no salão/palco. Mesmo antes a “Mucura”
já havia observado tudo atentamente o barulho e as rajadas de luz que
interrompeu seu sono na caixa de fio. Fora daqui!!! E a mucura assim o fez e
partiu para outro lugar numa laje na parte detrás do salão, possivelmente muito
triste por não participar da festa cênica. Exatamente as 20h o espetáculo toma
forma e a plateia no deleite do contraste movimento/ação assiste atentamente
cena por cena constituído pelas ações físicas e ppoeticas das 4
atrizes/personagens/atrizes. Percorreu exatamente 55 minutos de um trabalho cênico
que ainda não alcançou sua plenitude da celebração/apresentação. No
debate/conversa as revelações/empatias e o ato confesso de que as violências contra
as mulheres pelo “pensamento homem” não estanca e no tema se atualiza com a
mesmo velocidade. Perguntas-respostas centradas e oportunas de uma plateia
atenta e instigada pela dramatúrgica do tema/mulher. Antes de desfazer a
celebração com o público macapaense um senhor discorre uma critica analítica do
espetáculo/detalhe reportando do tempo espaço e discriminando cada elemento cenográfico/figurino
colocando no seu espaço/forma e decodificando cada objeto, com refinada apropriação
do saber da critica teatral. Faz-se uma leitura metódica e cristalina do cenário
grade/pilão, dos bancos/instrumentos, das armaduras da cabeça/chapéu e das roupas/figurinos classificando temporalmente
e remetendo ao século XIX. Tudo de forma didática/pedagogicamente e avolumadamente
descrita e entendida por todos os presentes. A desmontagem não durou muito pois
a celebração se deu no ambiente festivo de trocas de velhos amigos de tempos
passados e de tempos presentes. Ali mesmo já criamos conexão para um encontro
no Teatro Marco Zero, dos amigos Daniel de Rocha e da Tina, no dia que se
avizinha. No dia de corpus christi (31/05), pela manhã partimos para uma saudável
caminhada pela orla da cidade Eu e Zaine pisamos com firmeza pelas
calçadas/beira rio de uma maré baixa, a água sumiu e uma lama, contaminada pelo
lixo plástico de mentes/dementes. De norte a sul os passos firmes e as paradas
para um registro pelas lentes dos celulares. No meio do caminho o FORTE de São
José que nos convidou para uma visita pelas memorias de lugares tão poucos
visto nos detalhes vistos pela “moldura do tempo”, caminhos estreitos, vistas
de janelas e portas, mofo de arte da paredes envelhecidas pelo tempo. Um gole
de gengibirra açoitei na garganta ressequida e um tanto de goles guardei na
garrafa (in) sacolada. Do forte ao
Sacaca no meio do caminho um açaí batido na hora do fruto recém colhido. Pelas
passarelas andamos e os registros anotados em fotos e lentes. O Museu repleto
de caminhos e de sombras das arvores/florestas. Já no entardecer o carro/van do
Sesc, conduzido pelo REI DAVI, nos esperava para o teatro marco zero para o
encontro do grupo que recebe o mesmo nome e os amigos artistas. As crianças e
adolescentes preparam e nos brindaram com uma cena da Matinta Pereira, com tons
cênicos de crianças brincantes que no palco figuram com as vozes dos seres da
floresta. Entre conversas e cuscuz feito pela Tina a gurizada se espalham pelos
espaços da casa/teatro. A conversa de ofício se estabelecem com os artistas articuladores da Rede Teatro
da Floresta que ganha força pelas pautas urgentes dos nossos encontros amazônicos. E assim sendo embalava esse grande rede que
via fazer tecer nossas ações. Depois disso tudo o Marabaixo já fervilhava no
Barracão da Dona Gertudes, aquecidos
pelo liquido etílico da gengibirra, o aluá dos negros macapaense. Horas a fio
ao som do tambor e ao ritmos da dança,
que circula o tempo todo pelo salão/varanda, a fé e a devoção de mulheres e
homens. Embebecidos fomos embora para o hotel/casa para preparar a partida de
volta para casa/ninho dos Os Imaginários. Até breve Macapá.
Genaro Dunas disse, Genaro fala: Não
gosto de despedidas... A gente se encontra daqui a pouco em algum lugar do
Brasil. Quero mais uma vez agradecer pela passagem aqui por Macapá... Eu estou
feliz demais pelo resultado.
Agrael de Jesus - Chegada em
Macapá, madrugada do dia 28, última cidade de apresentação dessa etapa. Tempo
bom. Temperatura mais ainda. Voltar a essa cidade, reencontrar pessoas que nos
acolhe como um dos seus é muito gratificante e emocionante. Ao amanhecer no
hotel constatação de muita chuva. A tarde reajuste para a oficina da noite. Os
dois dias de oficina foram maravilhosos, povo determinado e seguro do querer.
Público fiel. Conhecer novos seres com particularidades especiais foi muito
enriquecedor. Sem esquecer que no primeiro dia de oficina tivemos um
participante especial "uma mucura" kkkkkkk. Genaro com sua atenção e
delicadeza especial proporcionou uma vivência exemplar e ainda tinha a hora da
MERENDA. A apresentação foi boa, o bate papo melhor ainda, como sempre mais
tempo do que o espetáculo. Amei. No dia livre, além da visita ao Museu Sacaca e
ao Forte de São José do Macapá, fomos ao Teatro Marco Zero, lugar acolhedor,
onde alguns alunos nos apresentou o ensaio de uma das peças do repertório. Aí tivemos
mais um bate papo produtivo, onde mais uma vez o mestre Chicão Santos mostrou
seu peculiar conhecimento. Última noite, fomos ao Marabaixo da tia Gertrudes.
Muito bom. Algumas gengibirra, volta ao hotel antes da meia noite, pois na
madrugada teremos que partir. Aeroportos, casa, sentimento de dever cumprido.
Obrigada Senhor meu Deus é meu pai por tudo isso que está me proporcionando. E
que venham as outras etapas. Agora vou almoçar.
Edmar Leite - Dia 1 - Chegamos de madrugada, segundo
trecho foi complicado, entretanto chegamos bem e com boas notícias! Vejo Rumos
para ano que vem ^^ Buenas Genaro. Ritmo amazônico. Boas lembranças daqui.
Nostalgia boa de Belém (que morei 3 anos) devido ao sotaque, sabores e configuração
da cidade. Almoço e preparar para oficina. Oi Vânia. Oficina, boa conversa.
Introdução sobre o fazer teatral ma Amazônia, Contextos, vivências, realidades,
experiências, troca, dinâmicas.
Dia 2 - Amanheceu chuvoso e com a
temperatura mais amena, como já disse uma amiga da última vez que vim, o
macapaense sempre tem um agasalho e um guarda chuva na bolsa.. Reconhecendo o
Território. Saintz! Segunda etapa da oficina. Conversa sobre montagem e
produção. Troca de experiências. Exercícios, jogos, dinâmicas. Vivência.
Reencontro com os amigos do Marabaixo! Celebração. Matéria. Energia potente!
Suadero. Lua Cheia. Mais notícias boas, agora de BH.
Dia 3 - Dia de apresentação. Solzão
potente, mas logo veio a chuva. Partindo pra finalizar a montagem. Espaço lindo esse Sesc Araxá.
Valeu Amaury e Marcelo. Montagem ocorreu bem e em tempo hábil. Tanta água e..
burocracias.. ces la vie.. Rumbora que bóra! Mucura na caixa! Eita lelê!
Espetáculo intimista, forte, fluiu, abarcou, comunicou. Presença massiva da galera
que fez oficina. Reencontro com o Paulinho e a Marina. Bate papo rico, gostoso,
vivências, memórias, análises, impressões. Desmontagem, embalamento, prontos pra
partir. Comunhão com o Marabaixo! Casa de mãe! Caixa que sincroniza com o
coração! Novo Instrumento pra mim, Cafumba! Dança Cacicó! Valeu Alan! Emendando,
Olha o Curiaú! Minoria? Kkkkkkkkkkkkk Wakanda forever! Acolhimento, família,
Euforia, relaxamento, tensão, balanço, movimento, eita! 7 Energia, força,
beleza! Perceber, espaço, tempo, ritmo! Celebração!
Dia 4 - Dia ensolarado. Calor gostoso.
Remoendo, repensando, relembrando! Reconhecimento local. Indo para o Teatro
Marco Zero! Rodateatro Regional, pauta Encontro Norte/Nordeste de Teatro em
Salvador/BA (Rede Brasileira de Teatro de Rua) Recepção boa, grato Tina e
Daniel. Lugar aconchegante! Lindo. Lugar de formação e resistência. Ensaio dos
alunos! Bate papo com os alunos. Conversa da pauta e sobre criar a Rede Teatro
da Floresta! Encontro anual! Mapeamento dos espaços, sedes próprias. Projeto de
circulação nesses espaços. Daniel, Paulo, Sol, Rosa e o O Imaginário. Contexto.
Conexões internacionais. Como se preparar: passaporte, linguagem. Conversa
muito boa, aprendizado, trocas, planejamento e futuro. Livro de presente.
Visita ao Barracão da Tia Gertrudes. Despedida do Marabaixo! Celebração! Dança
com ginga e fluidez, olhar forte, giros, firmeza, graça. Grato Macapá que essa
terceira se torne uma quarta! Grato ao O Imaginário/RO pela oportunidade e
experiência! Grato ao Sesc por esse projeto maravilhoso que é o Palco
Giratório, sem ele dificilmente teríamos uma oportunidade de circular nosso
país, trocando e ganhando experiência! Primeira etapa concluída com louvor! E
que venham as próximas! Dia 05 - Retorno pra casa. Fim da Parte I.
Zaine Diniz - Macapá, última cidade
da 1ª parte do circuito 2018 Palco Giratório. Eita palco que gira, que roda e
nos leva a esse lugar “encantado” Macapá - Região Norte, nosso terreiro - o
calor, a chuva, o Rio que abraça essa cidade, a comida típica e em especial o
Açaí - claro que temos em Porto Velho e do bom mas o açaí daqui é muuuuuuito
bom!! Alimentada por essa culinária, partimos para a Oficina que nos alimentou
a alma nos dois primeiros dias, com as trocas, a vivência que tivemos com
pessoas que fazem a cena - uns iniciando, outros já na estrada, mas juntos lá
compartilhando com a gente. Foi uma celebração de histórias do mestre Chicão,
com toda sua experiência da cena e trocas de energias com os jogos propostos
por nós, onde todos se jogaram e foi muito proveitoso. A apresentação no 3º dia
foi assim, cheia de energia, com bate papo riquíssimo no final, onde mais uma
vez trocamos com o público que foi tão receptivo e acolhedor. Falamos sobre
estar rodando com esse trabalho tão
especial que representa as mulheres não só de RO mas de todos os cantos desse
país, que foram “petrificadas”, “caladas” pelo Pensamento Homem e como isso
tudo reverbera , onde as mulheres se reconhecem nas histórias de Bebê,
Catharina, Zefa e Elisa. Dediquei a apresentação a todas as mulheres e em
especial à minha prima Mariana Oliveira que foi vencida por um câncer e nesse
dia partiu pra outra dimensão. Essa doença terrível que acabou com os planos,
os sonhos dessa jovem de 27 anos, com tanta coisa pra viver. Mas a cena não
pode parar, e atuei com toda minha energia - como sempre faço - mas essa
precisei de mais, pra sufocar a dor de perder uma pessoa tão querida! Pela dor
da minha família neste momento... me tornei mais forte. Mariana pra sempre no
meu coração. E no último dia da nossa passagem por Macapá, mais encontros. Pela
manhã, encontrei me com esse rio imenso e exuberante e suas marés Estava baixa, o grande rio estava seco às
margens... até os grandes recuam e
voltam mais tarde, cheios, mais fortes e plenos! Depois, passeio pelo Forte São
José que pra mim foi um momento único, um mergulho na história ... emocionante.
E a tarde, me encantei mais ainda, agora no Teatro Março Zero dos amigos Daniel
e Tina, que desenvolvem um trabalho tão lindo e tão importante, com crianças e
adolescentes do bairro, e que nos presentearam com apresentação do ensaio da
peça que estão montando, ganhamos livro dado Daniel e sua dramaturgia, um
grande abraço com todas as crianças no palco e uma merenda maravilhosa feita
pela Tina. Tudo foi tão emocionante que nossa companheira Agrael veio às
lágrimas vendo as crianças tão empenhadas, e aproveitando uma oportunidade que
nos não tivemos quando crianças - pelo menos eu e ela, as mais “vividas” do
elenco. E para fechar com chave de ouro, a noite fomos participar do Marabaixo
no Barracão da Tia Gertrudes, onde a noite foi encantadora, tambores, dança e
muita gengibirra!! Salve os encantados!!! Até breve Macapá Evoé!
Flávia Diniz - 1ª dia - chegamos de madrugada em
Amapá... melhor recepção possível: recebemos a notícia que fomos selecionados pelo projeto Rumos Itaú
Cultural! Esse projeto está sendo maravilhoso. Só notícias boas.
2ª dia - na parte da manhã fiquei
mais dentro do quarto ouvindo minha amiguinha (Amanara) aprendendo as notas
musicais de uma música do Caetano e também improvisando células musicas no
pandeiro. Inclusive, até entrei pra brincadeira.
Fomos almoçar e chegando naquela
orla de macapá me bateu uma nostalgia da última vez que estive lá... foi
maravilhoso! não demoramos tanto, fomos direto para o hotel. Estava muito
ansiosa pela a oficina. À noite fomos para o sesc. Durante a oficina, pude
conhecer um pouco da história de cada pessoa que estava lá, para trocar as
informações. O primeiro dia de oficina foi mais teoria, mais conversa e que
também foi muito bom ouvir (sempre é bom) ouvir o mestre Chicão, e aquelas
pessoas que estavam presentes e contaram um pouco de sua trajetória na arte.
3ª dia - Lembro de ter acordado
cedo... turbilhão de pensamentos. E já estava sofrendo por antecedência, com
saudade daquela cidade maravilhosa, das pessoas, do clima indeciso. Ora chove,
pra faz sol... Fui até o shopping andar,
almoçar, depois voltei para o hotel. Na parte da manhã as horas parece que voam
em Macapá e a tarde parece que tem uma lentidão...
À noite fomos para o sesc, para a
oficina. Último dia de oficina e meu coração só sofrendo... só conheci pessoas
maravilhosas, cada uma com suas peculiaridades. Tive a oportunidade de passar
uma técnica de aquecimento na oficina. E a presença de dois amig@s do marabaixo
estavam lá... cantamos dançamos. Foi
tudo maravilhoso e produtivo! Como sempre, só tenho a agradecer por esse
projeto sesc palco giratório pela a oportunidade de aprender, vivenciar
momentos agradáveis!
4ª dia - dia de apresentação!
mais que nunca ansiosa, nervosa. Desde que comecei a fazer teatro sempre tive
essas sensações de ansiedade, nervosismo.
Fomos almoçar na orla... aquela
orla é maravilhosa! Em seguida, eu e Amanara fomos para o hotel. Melhor
concentração: Amanara aprendendo a tocar pandeiro, improvisos nos
instrumento... kkk
Nesse dia a tarde passou rápido.
Fomos para o sesc. Apresentamos e em seguida houve o debate. O debate foi
maravilhoso. A cada debate, pensamento giratório, oficina, só aprendo coisas
boas! Ter o feedback o público, melhor ainda. Em seguida, fui para o hotel.
5º e último dia - A saudade já
estava falando mais alto. Não sei diferenciar se era da família de Porto Velho
ou da família que deixei em Macapá. Na parte da manhã fui visitar o Museu
Sacaca. Nostalgia pura! Vi uma casinha que parecia a casa da minha vó! O
cheiro, o lugar me levava para o interior, para a beira do rio de Pvh. Lembrei-me
da minha infância, dos momentos que tive na casa da minha avó, em Calama.
Fui Almoçar com a Agrael. Pós
almoço, o grupo foi conhecer a sede do grupo Marco Zero e conversar sobre a
rede de teatro da floresta. Chegando lá, fui surpreendida com uma turma de
teatro de adolescentes com um potencial, com aquela sede de aprender! Me
emocionei! A maioria da turma era de meninas, adolescentes. Senti orgulho de
ver aquelas jovens fazendo teatro! Depois dessa vivência com o grupo Março
Zero, fomos até a orla de Macapá. Estava muito agitado. Em seguida, fui para o
hotel arrumar malas, figurinos e depois me arrumar pra cair no marabaixo! Oh
povo que tem uma energia! e ainda mais com a gengibirra! Noite maravilhosa,
reencontrando colegas que participaram da oficina e foram assistir ao
espetáculo. Muita dança, gengibirra e uma energia grandiosa!
Amanara Brandão - De 28/05 à
madrugada do dia 01/06 foi a nossa INTENSA passagem por Macapá! Dias 28 e 29,
segunda e terça-feira, foram os dias de oficina "O ator criador de
cena", onde a palavra "cena" ganha um amplo sentido com a
presença do nosso mestre-diretor do O Imaginário, Chicão Santos, que nos traz
toda sua bagagem de 40 anos trilhando o Teatro não só em Rondônia, mas na cena
da Amazônia. Uma turma com pessoas tão receptivas e abertas à troca, foi uma
inspiração, foi mais uma vez FORTALECEDOR e de empoderamento povo da floresta.
Na quarta, dia 30, dia de espetáculo! E, pela terceira vez, As Mulheres do Aluá
nessa terra amapaense, e minha emoção de poder voltar aqui, após 4 anos de
espetáculo, e me perceber em meu processo de amadurecimento, mais uma vez nessa
terra dando voz à essas histórias e me sentindo ao menos um pouco mais madura;
pessoalmente e profissionalmente. A conversa após o espetáculo foi tão
interessada que rendeu até o combinado de no dia seguinte, 30, fazermos uma
visita aos colegas do Grupo de Teatro Marco Zero. E assim foi feito! Na tarde
da quinta-feira tivemos o prazer de visitar a sede e ainda assistir ao ensaio
das crianças e adolescentes alunos de Daniel e Tina... Uma linda turma de
pequenas-gigantes atrizes e atores! Contando de forma encantadora a história da
Matinta Pereira, personagem do folclore amazônico, cheios de verdade e vontade
de fazer acontecer o Teatro nesse lugar! Foi emocionante ver tamanho potencial
nesses aprendizes... E na noite fomos nos emocionar no Marabaixo, reencontrando
os amigos da cena local e amigos do Marabaixo da Juventude. Festejo e Fé é o
que brilha nessa terra! Pessoalmente, foi uma experiência incrível ver tantas
pessoas pretas, assim como eu, empoderadas e felizes fazendo jus às nossas
raízes e transformando em luz toda a dor a que fomos sujeitados um dia. Nossos corações
unidos ao som das caixas que tocam noite a dentro, os cantos que chamam
"ladrão", por vezes divertidos por vezes um grito de protesto e
libertação, os pés arrastando, quadril rebolando e a saia arrastando pelo salão
noite a dentro... aqui é comunidade, gengibirra e caldo à vontade, é só chegar.
Ativismo na alta! Arte e transcendência! Intervenção artística já! E pra
finalizar, mais um fruto dessa interação AP-RO: um resgate da Rede de Teatro da
Floresta. Articulação é o que há!