sexta-feira, 1 de junho de 2018

Diário de bordo – Macapá (AP)

       
     

Diário de bordo – Macapá (AP) – de 28/05 a 01/06/18

Chicão Santos - Os caminhos nos leva as águas e as curvas do FORTE/SÃO JOSÉ
Rio-Galeão - partimos para Macapá, no Amapá, aquela passagem básica por Brasília. Já era dia 28 de Maio cedo aportamos e lá esta Genaro Dunas nos recebendo com o seu encanto. Antes de descer da aeronave uma notícia daquelas que nos deixa super, hiper felizes, o Marcio Silveira (RS) mandou os parabéns pelo Messenger  e fiquei na tela do celular até encontrar o projeto na lista dos selecionados. Imediatamente comuniquei  que o Amapá sempre nos deu sorte e depois revelei aos membros/participantes do O Imaginário. Que notícia boa. Melhor impossível  para começar nossa jornada nessas “terras tucujus”. Fomos selecionados no Edital Itaú Rumos 2017/2018. Nós nos estabelecemos no hotelCasa. As 13h20 tivemos o primeiro contato com o Rio/Mar/Amazonas.  As 17hs já estávamos no SESC ARAXA para reconhecer o espaço/oficina e ali fomos conversando, trocando figurinhas, falando das ações, dos inter/conexões e quando percebemos já estávamos cercados por pessoas vivas e ávidas por trocas dos fazeres e dos saberes, foram mais de 4 horas frutíferas embaladas ao lado/longe das águas do Rio/Mar. Ao finalizar as atividades do dia 28, já estávamos no hotel. No dia seguinte a chuva como eterna amiga e cumplice gotejava suavemente sobre a cidade vista pela janela do quarto do hotel. Água que banha e que lavou as nossas marcas pelas ruas e caminhos da cidade. No salão de eventos do Sesc Araxá a luz cênica já ia seguindo a planta/mapa e os refletores já instalados desenhava a  mise-en-scène do acontecimento teatral, Neste 29, às 18 horas já no Salão a conversa era sobre a nossa poética/dramatúrgica que perpassa a investigação do cotidiano, das terras, das origens, dos mitos/lendas de memórias. Compreendendo o que somos a cena se abre, Olhares atentos de jovens artistas... Janelas do futuro descortinam nossos novos seres amazônicos. Entre jogos, risadas e entusiasmo da cena futuro encerramos a parte primeiro do nosso trabalho pelo palco que gira nesse norte, neste continente... Uma sensação da importância e da responsabilidade  de “ser amazônico” no Brasil de todas as cores. No dia seguinte juntamos nossos cenários/cases e partimos para o SESC e entre uma afinação de um refletor preparamos nossos holofotes da apresentação. Pelos vidros das portas já cansadas pelo uso e pelo tempo o público assistia curiosamente o aquecimento das atrizes no salão/palco. Mesmo antes a “Mucura” já havia observado tudo atentamente o barulho e as rajadas de luz que interrompeu seu sono na caixa de fio. Fora daqui!!! E a mucura assim o fez e partiu para outro lugar numa laje na parte detrás do salão, possivelmente muito triste por não participar da festa cênica. Exatamente as 20h o espetáculo toma forma e a plateia no deleite do contraste movimento/ação assiste atentamente cena por cena constituído pelas ações físicas e ppoeticas das 4 atrizes/personagens/atrizes. Percorreu exatamente 55 minutos de um trabalho cênico que ainda não alcançou sua plenitude da celebração/apresentação. No debate/conversa as revelações/empatias e o ato confesso de que as violências contra as mulheres pelo “pensamento homem” não estanca e no tema se atualiza com a mesmo velocidade. Perguntas-respostas centradas e oportunas de uma plateia atenta e instigada pela dramatúrgica do tema/mulher. Antes de desfazer a celebração com o público macapaense um senhor discorre uma critica analítica do espetáculo/detalhe reportando do tempo espaço e discriminando cada elemento cenográfico/figurino colocando no seu espaço/forma e decodificando cada objeto, com refinada apropriação do saber da critica teatral. Faz-se uma leitura metódica e cristalina do cenário grade/pilão, dos bancos/instrumentos, das armaduras da cabeça/chapéu  e das roupas/figurinos classificando temporalmente e remetendo ao século XIX. Tudo de forma didática/pedagogicamente e avolumadamente descrita e entendida por todos os presentes. A desmontagem não durou muito pois a celebração se deu no ambiente festivo de trocas de velhos amigos de tempos passados e de tempos presentes. Ali mesmo já criamos conexão para um encontro no Teatro Marco Zero, dos amigos Daniel de Rocha e da Tina, no dia que se avizinha. No dia de corpus christi (31/05), pela manhã partimos para uma saudável caminhada pela orla da cidade Eu e Zaine pisamos com firmeza pelas calçadas/beira rio de uma maré baixa, a água sumiu e uma lama, contaminada pelo lixo plástico de mentes/dementes. De norte a sul os passos firmes e as paradas para um registro pelas lentes dos celulares. No meio do caminho o FORTE de São José que nos convidou para uma visita pelas memorias de lugares tão poucos visto nos detalhes vistos pela “moldura do tempo”, caminhos estreitos, vistas de janelas e portas, mofo de arte da paredes envelhecidas pelo tempo. Um gole de gengibirra açoitei na garganta ressequida e um tanto de goles guardei na garrafa  (in) sacolada. Do forte ao Sacaca no meio do caminho um açaí batido na hora do fruto recém colhido. Pelas passarelas andamos e os registros anotados em fotos e lentes. O Museu repleto de caminhos e de sombras das arvores/florestas. Já no entardecer o carro/van do Sesc, conduzido pelo REI DAVI, nos esperava para o teatro marco zero para o encontro do grupo que recebe o mesmo nome e os amigos artistas. As crianças e adolescentes preparam e nos brindaram com uma cena da Matinta Pereira, com tons cênicos de crianças brincantes que no palco figuram com as vozes dos seres da floresta. Entre conversas e cuscuz feito pela Tina a gurizada se espalham pelos espaços da casa/teatro. A conversa de ofício se estabelecem  com os artistas articuladores da Rede Teatro da Floresta que ganha força pelas pautas urgentes dos nossos encontros amazônicos.  E assim sendo embalava esse grande rede que via fazer tecer nossas ações. Depois disso tudo o Marabaixo já fervilhava no Barracão  da Dona Gertudes, aquecidos pelo liquido etílico da gengibirra, o aluá dos negros macapaense. Horas a fio ao som do tambor  e ao ritmos da dança, que circula o tempo todo pelo salão/varanda, a fé e a devoção de mulheres e homens. Embebecidos fomos embora para o hotel/casa para preparar a partida de volta para casa/ninho dos Os Imaginários. Até breve Macapá.
Genaro Dunas disse, Genaro fala: Não gosto de despedidas... A gente se encontra daqui a pouco em algum lugar do Brasil. Quero mais uma vez agradecer pela passagem aqui por Macapá... Eu estou feliz demais pelo resultado.

Agrael de Jesus - Chegada em Macapá, madrugada do dia 28, última cidade de apresentação dessa etapa. Tempo bom. Temperatura mais ainda. Voltar a essa cidade, reencontrar pessoas que nos acolhe como um dos seus é muito gratificante e emocionante. Ao amanhecer no hotel constatação de muita chuva. A tarde reajuste para a oficina da noite. Os dois dias de oficina foram maravilhosos, povo determinado e seguro do querer. Público fiel. Conhecer novos seres com particularidades especiais foi muito enriquecedor. Sem esquecer que no primeiro dia de oficina tivemos um participante especial "uma mucura" kkkkkkk. Genaro com sua atenção e delicadeza especial proporcionou uma vivência exemplar e ainda tinha a hora da MERENDA. A apresentação foi boa, o bate papo melhor ainda, como sempre mais tempo do que o espetáculo. Amei. No dia livre, além da visita ao Museu Sacaca e ao Forte de São José do Macapá, fomos ao Teatro Marco Zero, lugar acolhedor, onde alguns alunos nos apresentou o ensaio de uma das peças do repertório. Aí tivemos mais um bate papo produtivo, onde mais uma vez o mestre Chicão Santos mostrou seu peculiar conhecimento. Última noite, fomos ao Marabaixo da tia Gertrudes. Muito bom. Algumas gengibirra, volta ao hotel antes da meia noite, pois na madrugada teremos que partir. Aeroportos, casa, sentimento de dever cumprido. Obrigada Senhor meu Deus é meu pai por tudo isso que está me proporcionando. E que venham as outras etapas. Agora vou almoçar.

Edmar Leite - Dia 1 - Chegamos de madrugada, segundo trecho foi complicado, entretanto chegamos bem e com boas notícias! Vejo Rumos para ano que vem ^^ Buenas Genaro. Ritmo amazônico. Boas lembranças daqui. Nostalgia boa de Belém (que morei 3 anos) devido ao sotaque, sabores e configuração da cidade. Almoço e preparar para oficina. Oi Vânia. Oficina, boa conversa. Introdução sobre o fazer teatral ma Amazônia, Contextos, vivências, realidades, experiências, troca, dinâmicas.
Dia 2 - Amanheceu chuvoso e com a temperatura mais amena, como já disse uma amiga da última vez que vim, o macapaense sempre tem um agasalho e um guarda chuva na bolsa.. Reconhecendo o Território. Saintz! Segunda etapa da oficina. Conversa sobre montagem e produção. Troca de experiências. Exercícios, jogos, dinâmicas. Vivência. Reencontro com os amigos do Marabaixo! Celebração. Matéria. Energia potente! Suadero. Lua Cheia. Mais notícias boas, agora de BH.
Dia 3 - Dia de apresentação. Solzão potente, mas logo veio a chuva. Partindo pra finalizar a montagem. Espaço lindo esse Sesc Araxá. Valeu Amaury e Marcelo. Montagem ocorreu bem e em tempo hábil. Tanta água e.. burocracias.. ces la vie.. Rumbora que bóra! Mucura na caixa! Eita lelê! Espetáculo intimista, forte, fluiu, abarcou, comunicou. Presença massiva da galera que fez oficina. Reencontro com o Paulinho e a Marina. Bate papo rico, gostoso, vivências, memórias, análises, impressões. Desmontagem, embalamento, prontos pra partir. Comunhão com o Marabaixo! Casa de mãe! Caixa que sincroniza com o coração! Novo Instrumento pra mim, Cafumba! Dança Cacicó! Valeu Alan! Emendando, Olha o Curiaú! Minoria? Kkkkkkkkkkkkk Wakanda forever! Acolhimento, família, Euforia, relaxamento, tensão, balanço, movimento, eita! 7 Energia, força, beleza! Perceber, espaço, tempo, ritmo! Celebração!
Dia 4 - Dia ensolarado. Calor gostoso. Remoendo, repensando, relembrando! Reconhecimento local. Indo para o Teatro Marco Zero! Rodateatro Regional, pauta Encontro Norte/Nordeste de Teatro em Salvador/BA (Rede Brasileira de Teatro de Rua) Recepção boa, grato Tina e Daniel. Lugar aconchegante! Lindo. Lugar de formação e resistência. Ensaio dos alunos! Bate papo com os alunos. Conversa da pauta e sobre criar a Rede Teatro da Floresta! Encontro anual! Mapeamento dos espaços, sedes próprias. Projeto de circulação nesses espaços. Daniel, Paulo, Sol, Rosa e o O Imaginário. Contexto. Conexões internacionais. Como se preparar: passaporte, linguagem. Conversa muito boa, aprendizado, trocas, planejamento e futuro. Livro de presente. Visita ao Barracão da Tia Gertrudes. Despedida do Marabaixo! Celebração! Dança com ginga e fluidez, olhar forte, giros, firmeza, graça. Grato Macapá que essa terceira se torne uma quarta! Grato ao O Imaginário/RO pela oportunidade e experiência! Grato ao Sesc por esse projeto maravilhoso que é o Palco Giratório, sem ele dificilmente teríamos uma oportunidade de circular nosso país, trocando e ganhando experiência! Primeira etapa concluída com louvor! E que venham as próximas! Dia 05 - Retorno pra casa. Fim da Parte I.

Zaine Diniz - Macapá, última cidade da 1ª parte do circuito 2018 Palco Giratório. Eita palco que gira, que roda e nos leva a esse lugar “encantado” Macapá - Região Norte, nosso terreiro - o calor, a chuva, o Rio que abraça essa cidade, a comida típica e em especial o Açaí - claro que temos em Porto Velho e do bom mas o açaí daqui é muuuuuuito bom!! Alimentada por essa culinária, partimos para a Oficina que nos alimentou a alma nos dois primeiros dias, com as trocas, a vivência que tivemos com pessoas que fazem a cena - uns iniciando, outros já na estrada, mas juntos lá compartilhando com a gente. Foi uma celebração de histórias do mestre Chicão, com toda sua experiência da cena e trocas de energias com os jogos propostos por nós, onde todos se jogaram e foi muito proveitoso. A apresentação no 3º dia foi assim, cheia de energia, com bate papo riquíssimo no final, onde mais uma vez trocamos com o público que foi tão receptivo e acolhedor. Falamos sobre estar rodando  com esse trabalho tão especial que representa as mulheres não só de RO mas de todos os cantos desse país, que foram “petrificadas”, “caladas” pelo Pensamento Homem e como isso tudo reverbera , onde as mulheres se reconhecem nas histórias de Bebê, Catharina, Zefa e Elisa. Dediquei a apresentação a todas as mulheres e em especial à minha prima Mariana Oliveira que foi vencida por um câncer e nesse dia partiu pra outra dimensão. Essa doença terrível que acabou com os planos, os sonhos dessa jovem de 27 anos, com tanta coisa pra viver. Mas a cena não pode parar, e atuei com toda minha energia - como sempre faço - mas essa precisei de mais, pra sufocar a dor de perder uma pessoa tão querida! Pela dor da minha família neste momento... me tornei mais forte. Mariana pra sempre no meu coração. E no último dia da nossa passagem por Macapá, mais encontros. Pela manhã, encontrei me com esse rio imenso e exuberante e suas marés    Estava baixa, o grande rio estava seco às margens...  até os grandes recuam e voltam mais tarde, cheios, mais fortes e plenos! Depois, passeio pelo Forte São José que pra mim foi um momento único, um mergulho na história ... emocionante. E a tarde, me encantei mais ainda, agora no Teatro Março Zero dos amigos Daniel e Tina, que desenvolvem um trabalho tão lindo e tão importante, com crianças e adolescentes do bairro, e que nos presentearam com apresentação do ensaio da peça que estão montando, ganhamos livro dado Daniel e sua dramaturgia, um grande abraço com todas as crianças no palco e uma merenda maravilhosa feita pela Tina. Tudo foi tão emocionante que nossa companheira Agrael veio às lágrimas vendo as crianças tão empenhadas, e aproveitando uma oportunidade que nos não tivemos quando crianças - pelo menos eu e ela, as mais “vividas” do elenco. E para fechar com chave de ouro, a noite fomos participar do Marabaixo no Barracão da Tia Gertrudes, onde a noite foi encantadora, tambores, dança e muita gengibirra!!  Salve os encantados!!!  Até breve Macapá    Evoé!

Flávia Diniz - 1ª dia - chegamos de madrugada em Amapá... melhor recepção possível: recebemos a notícia que  fomos selecionados pelo projeto Rumos Itaú Cultural! Esse projeto está sendo maravilhoso. Só notícias boas.
2ª dia - na parte da manhã fiquei mais dentro do quarto ouvindo minha amiguinha (Amanara) aprendendo as notas musicais de uma música do Caetano e também improvisando células musicas no pandeiro. Inclusive, até entrei pra brincadeira.
Fomos almoçar e chegando naquela orla de macapá me bateu uma nostalgia da última vez que estive lá... foi maravilhoso! não demoramos tanto, fomos direto para o hotel. Estava muito ansiosa pela a oficina. À noite fomos para o sesc. Durante a oficina, pude conhecer um pouco da história de cada pessoa que estava lá, para trocar as informações. O primeiro dia de oficina foi mais teoria, mais conversa e que também foi muito bom ouvir (sempre é bom) ouvir o mestre Chicão, e aquelas pessoas que estavam presentes e contaram um pouco de sua trajetória na arte.
3ª dia - Lembro de ter acordado cedo... turbilhão de pensamentos. E já estava sofrendo por antecedência, com saudade daquela cidade maravilhosa, das pessoas, do clima indeciso. Ora chove, pra faz sol... Fui até o shopping andar, almoçar, depois voltei para o hotel. Na parte da manhã as horas parece que voam em Macapá e a tarde parece que tem uma lentidão...
À noite fomos para o sesc, para a oficina. Último dia de oficina e meu coração só sofrendo... só conheci pessoas maravilhosas, cada uma com suas peculiaridades. Tive a oportunidade de passar uma técnica de aquecimento na oficina. E a presença de dois amig@s do marabaixo estavam lá... cantamos dançamos.  Foi tudo maravilhoso e produtivo! Como sempre, só tenho a agradecer por esse projeto sesc palco giratório pela a oportunidade de aprender, vivenciar momentos agradáveis!
4ª dia - dia de apresentação! mais que nunca ansiosa, nervosa. Desde que comecei a fazer teatro sempre tive essas sensações de ansiedade, nervosismo.
Fomos almoçar na orla... aquela orla é maravilhosa! Em seguida, eu e Amanara fomos para o hotel. Melhor concentração: Amanara aprendendo a tocar pandeiro, improvisos nos instrumento... kkk
Nesse dia a tarde passou rápido. Fomos para o sesc. Apresentamos e em seguida houve o debate. O debate foi maravilhoso. A cada debate, pensamento giratório, oficina, só aprendo coisas boas! Ter o feedback o público, melhor ainda. Em seguida, fui para o hotel.
5º e último dia - A saudade já estava falando mais alto. Não sei diferenciar se era da família de Porto Velho ou da família que deixei em Macapá. Na parte da manhã fui visitar o Museu Sacaca. Nostalgia pura! Vi uma casinha que parecia a casa da minha vó! O cheiro, o lugar me levava para o interior, para a beira do rio de Pvh. Lembrei-me da minha infância, dos momentos que tive na casa da minha avó, em Calama.
Fui Almoçar com a Agrael. Pós almoço, o grupo foi conhecer a sede do grupo Marco Zero e conversar sobre a rede de teatro da floresta. Chegando lá, fui surpreendida com uma turma de teatro de adolescentes com um potencial, com aquela sede de aprender! Me emocionei! A maioria da turma era de meninas, adolescentes. Senti orgulho de ver aquelas jovens fazendo teatro! Depois dessa vivência com o grupo Março Zero, fomos até a orla de Macapá. Estava muito agitado. Em seguida, fui para o hotel arrumar malas, figurinos e depois me arrumar pra cair no marabaixo! Oh povo que tem uma energia! e ainda mais com a gengibirra! Noite maravilhosa, reencontrando colegas que participaram da oficina e foram assistir ao espetáculo. Muita dança, gengibirra e uma energia grandiosa!


Amanara Brandão - De 28/05 à madrugada do dia 01/06 foi a nossa INTENSA passagem por Macapá! Dias 28 e 29, segunda e terça-feira, foram os dias de oficina "O ator criador de cena", onde a palavra "cena" ganha um amplo sentido com a presença do nosso mestre-diretor do O Imaginário, Chicão Santos, que nos traz toda sua bagagem de 40 anos trilhando o Teatro não só em Rondônia, mas na cena da Amazônia. Uma turma com pessoas tão receptivas e abertas à troca, foi uma inspiração, foi mais uma vez FORTALECEDOR e de empoderamento povo da floresta. Na quarta, dia 30, dia de espetáculo! E, pela terceira vez, As Mulheres do Aluá nessa terra amapaense, e minha emoção de poder voltar aqui, após 4 anos de espetáculo, e me perceber em meu processo de amadurecimento, mais uma vez nessa terra dando voz à essas histórias e me sentindo ao menos um pouco mais madura; pessoalmente e profissionalmente. A conversa após o espetáculo foi tão interessada que rendeu até o combinado de no dia seguinte, 30, fazermos uma visita aos colegas do Grupo de Teatro Marco Zero. E assim foi feito! Na tarde da quinta-feira tivemos o prazer de visitar a sede e ainda assistir ao ensaio das crianças e adolescentes alunos de Daniel e Tina... Uma linda turma de pequenas-gigantes atrizes e atores! Contando de forma encantadora a história da Matinta Pereira, personagem do folclore amazônico, cheios de verdade e vontade de fazer acontecer o Teatro nesse lugar! Foi emocionante ver tamanho potencial nesses aprendizes... E na noite fomos nos emocionar no Marabaixo, reencontrando os amigos da cena local e amigos do Marabaixo da Juventude. Festejo e Fé é o que brilha nessa terra! Pessoalmente, foi uma experiência incrível ver tantas pessoas pretas, assim como eu, empoderadas e felizes fazendo jus às nossas raízes e transformando em luz toda a dor a que fomos sujeitados um dia. Nossos corações unidos ao som das caixas que tocam noite a dentro, os cantos que chamam "ladrão", por vezes divertidos por vezes um grito de protesto e libertação, os pés arrastando, quadril rebolando e a saia arrastando pelo salão noite a dentro... aqui é comunidade, gengibirra e caldo à vontade, é só chegar. Ativismo na alta! Arte e transcendência! Intervenção artística já! E pra finalizar, mais um fruto dessa interação AP-RO: um resgate da Rede de Teatro da Floresta. Articulação é o que há!



terça-feira, 29 de maio de 2018

DIÁRIO DE BORDO – RIO DE JANEIRO













DIÀRIO DE BORDO – RIO DE JANEIRO – 24 a 27 DE MAIO.
Local: Teatro da ESEM
Data 23/05 – 19h30
Local: ESEM
Data 26/04 – 18h30 – pensamento giratório – O Teatro em Rede

Zaine Diniz - Partindo de POA ,  a incerteza se decolaríamos devido às atuais circunstâncias q vive o país sem combustível!!!   Mas deu tudo certo e chegamos no Rio de Janeiro, que nos recebeu com clima ameno 19° muito caloroso.  Apresentamos no teatro do ESEM para um público jovem, cheios de curiosidade sobre o trabalho, sobre nosso dia a dia do ofício, e sobre o “Pensamento homem”. Foi muito bom trocar com eles. No Pensamento Giratório no dia seguinte, ouvir o mestre Chicão Santos explanar sobre as redes da Amazônia, do Brasil, com tanta propriedade e conhecimento, me faz ter certeza cada vez mais das escolhas que fiz na minha vida.  Em seguida, assistir o grupo Código, da Baixada do RJ  me confirmou essa certeza, ver atores tão jovens e tão potentes no seu trabalho cuja temática forte e cheia de verdades, me emocionou.  Enfim, Rio foi muita emoção! Evoé!!
Flavia Diniz - 1ª dia - chegamos no rio de janeiro dia 24/05, fomos direto para o hotel. 2ª dia - dia de apresentação! Academia. Almoço. Concentração. A apresentação foi muito boa e o bate-papo melhor ainda! Pós isso, fomos para o hotel. 3ª dia - Pensamento giratório. Tivemos a manhã livre. Fomos à praia. Minha segunda vez tendo o contato com a água salgada, com o mar. Almoçamos. Fomos para o pensamento giratório. Cada dia que passa aprendo muito com @s mestres/mestras, com as pessoas. Sou muito grata a esse projeto maravilhoso que é o palco giratório. 4ª dia - dia de despedida do rj. À tarde partimos para o aeroporto.
Agrael de Jesus - Diário de Bordo. E o Rio de Janeiro continua lindo.....bonito....violento ....é isso me entristece muito. Clima ameno, chegamos e fomos direto para o hotel, descanso, preparação e concentração.  Apresentação maravilhosa, casa cheia, plateia formada em sua maioria por alunos do ESEM. Concentração total é interesse em saber mais sobre o Espetáculo em si. Isso ficou evidente no bate papo pós espetáculo. No pensamento giratório presenciei um show do meu Mestre Chicão, numa demonstração de conhecimento e domínio do assunto abordado, deixando admirado e de queixo caído alguns globais que se faziam presente: No Norte se tem conhecimento. Foram momentos de congraçamento, aprendizado. Tô vivendo dias inesquecíveis em minha vida. Parabéns pra mim.
Edmar Leite - Rio de Janeiro 25/05 - 27/05 - Dia 0 - Ontem à noite chegamos ao Rio novamente, Perifa, Marielle Vive, não foi pelo cartão postal. O outro lado da moeda.. Mas, continua lindo, continua sendo... Buenas Andressa! Chegada no hotel, descanso. Dia 1 - Reconhecendo os arredores. Almoço, partida pro ESEM, que beleza de lugar, quem dera tivesse estudado numa escola assim, escola que respira arte. Olá Ludmilla. Montagem de cenário e luz. Tudo tranquilo. Valeu Timbó e Carlinhos. Buenas Léo, bom te rever! Meninas em entrevista no Palco. Passagem. Espetáculo foi ótimo e fluiu muito bem e bate papo também. Desmontagem e embalamento. De volta pro hotel. Dia 2 - Reconexão com o Mar. Treino de base. Pensamento Giratório - Teatro em Rede. Vicente - mediador Sesc nacional. Chicão: Contexto histórico, redes, festivais, macro. Alina - MATER: Rede do Estado, democratização da verba pública, fiscalização de venda de ingressos. Gustavo, formação de platéia. Daniel - MOVA: Registro, coletividade. Jorge, Covasc et al - Rede Baixada em Cena: Rede Metropolitana, fortalecimento, alternativa de renda, divisão de trabalho, organização. Liga do Teatro - Produtores. Discussão - Como viver da arte, Repensar e debater políticas públicas. Lei Rouanet é insuficiente? Precisa de política de estado. Se preparar pra debater com os políticos. Saber o que queremos. Mostrar o que queremos. Rico, esclarecedor, realidade, conexão. Com Teatro a gente pode alavancar a mudança. Eita elevador, prossiga.. Naquele instante.. Espetáculo muito bom. Teatro documental. Visitando casa de amigos. Luz sensível e poética. Cenário prático e eficiente. Memórias doces e amargas.. Comunhão. Proximidade. Intimidade. Sorte que... Um dia muito especial, completo. Preparar pra ir.. Valeu Ludmilla.  Deixar as malas no jeito pra amanhã.. Dia 3 - Reunião de manhã. Almoço. Terminar de arrumar tudo. Grato mais uma vez Rio. Até a próxima. Valeu Andressa. Partiu Macapá.
Amanara Brandão - 27 de maio de 2018, Rio de Janeiro - RJ. Clima de incerteza paira no país...  A única certeza que me habita é que nossa participação no Palco Giratório aqui pelo Rio de Janeiro está sendo de muito aprendizado e fortalecimento coletivo; dia 25/05 nos apresentamos no Teatro da Escola Sesc de Ensino Médio (Uau, que estrutura!!!), com a plateia predominantemente jovem, curiosa e a fim de debater o tema proposto no espetáculo, e ontem 26/05 participamos do Pensamento Giratório juntamente ao Mater(RJ) e a Rede Baixada em Cena(RJ), discutindo as Redes de Teatro numa conexão Rondônia - Rio de Janeiro, que bom saber que somos muit@s nesse fazer artístico de resistência, junt@s somos mais fortes e vamos mais longe, potencial de transformação evidente quando conseguimos nos reunir dessa forma para expor as dificuldades e buscar soluções juntos. Estar nessa cidade me traz a sensação de estar anestesiada... anestesia moral e emocional pra viver nessa terra tão maravilhosa e tão violenta; passar os dias tentando não lembrar que a qualquer momento balas perdidas podem encontrar nosso caminho, passar pela periferia, sentir o mau cheiro e o mau presságio de ter que lidar com tanta desigualdade, injustiça, tristeza... Em 2016, época do golpe, nós participávamos do Sesc Amazônia das Artes, e dessa vez (greve dos caminhoneiros) o Brasil em tensão e novamente estamos rodando esse país fazendo TEATRO! A nossa intervenção/revolução é poética e talvez mais real e eficiente que qualquer outra. Seguimos.
Chicão Santos - Rio-Galeão – o som dos pneus ao tocar o solo anunciava o pouso silencioso da aeronave na cidade maravilhosa. Percorremos linhas amarelas, vermelhas e de todas as cores no contraste de uma cidade/favela e ainda maravilhosa/feia que compõem uma arquitetura urbana tão distinta da pobreza extrema aos arranha-céus imponentes de uma metrópoles de estratificação/classes sociais, nada disso tirou o brilho dos nossos olhos e da sensação de retornar ao RIO para cumprir mais uma agenda do Palco Giratório. Ficamos.  Ficamos na Barra quase Tijuca, as acomodações escolhidas a dedo pela produção que não hesitou em nos colocar no Promenade, um flat de tamanha envergadura, com uma estrutura arquitetônica arrojada e que nos acolheu em seu equilíbrio Selva/pedra/floresta. Acomodações dignas, muito dignas. E o equilíbrio arquitetônico nos levou até o mar/praia da barra, o mar azul e suas ondas frenéticas misturam nossas energias e recarregam nossas baterias de sal/areia do mar. No caminho do hotel ao Sesc que é o lugar do ensino de médio e que nos acolhe no ESEM (Escola de Ensino Médio do SESC) e já estávamos com os cenários e todo material de cena no grande palco de um teatro italiano de magnitude e de beleza extrema/extraordinária com uma “plástica cênica” e seu som/acústico que aguça nossos ouvidos e nossas percepções. No receptivo Ludimila e no palco garagem Carlinhos e Timbó, amigos e profissionais do mais fino trato e de importância aquilatados/sábios do ofício e geniais das relações dos coletivos e do trabalho. A montagem transcorreu na normalidade e entre uma conversa e outra foi finalizada a luz. Luz que cortava toda a extensão palco marcava os depoimentos das atrizes: Zaine e Agrael para a memoria do DN – Departamento Nacional do SESC. O publico silenciosamente adentrou e se acomodaram nos 600 lugares da ávida plateia. As mulheres e o aluá se espalham pelas frestas da madeira do palco/sagrado do oficio do artista. Já na conversa do debate/troca e relatos de mulheres/meninas e atrás do corta-fogo a desmontagem do cenário corria a toda velocidade entre o derramar de caroços de milho de pipoca que ali caia e dava uma sonoridade no chão do palco. Na corrida e nas gotas frias da chuva. Já tinha tudo acomodado na Van/transporte para o hotel/hospedagem. O sono dos corpos cansados não esbravejava na noite fria carioca. No dia seguinte o sol/mar reflete no corpo notícias da greve anunciada/do petróleo/óleo/caminhão/patrão.
Na tarde destes 26 de maio a conversa se embalava pelas redes do teatro da floresta, da baixada e da brasilidade. Tudo e urgente, leis, normativas, renunciam... Lei Rouanet, futuro do conceito, do material e do imaterial, da obra e do conteúdo que circula e não circula pelos continentes teatro/casa vazias, reeducação de artistas/públicos/plateias... preâmbulos de garantias fundamentais. O pensamento é giratório com jovens e velhos conhecidos... Somos todos unidos lutar por pautas urgentes. O pensamento fica nos anis/memorias para fazer refletir o censo e o bom senso. Se correr o bicho pega se ficar o bicho come. Unir para enfrentar os obstáculos presentes e futuros. Depois um presente com nosso deleite o espetáculo da baixada, que temas  tem e que costurava com os temas já mostrados das vivencias das mulheres. Ver espetáculo reflexão com sonetos dramatúrgicos de veias jovens bem traçadas para jovens atores que não titubear no silencio e na palavra. Se é para refletir é assim que age nosso espaço/corpo. A noite finda. As questões são tantas e que permanecem no corpo e nas lembranças. Corpo que repousa e que transita na calmaria de mais uma noite silenciosa. 27 de março o primeiro pensamento/lembrança que sai da minha cachola é do nascimento da minha filha a exatamente 26 anos atrás, numa sensação diferente causada pela ausência/distancia, pois ela encontra-se do outro lado do mundo/Europa. Mas o oficio chama e de uma gravação de teaser para Macapá, conversas e uma caminhada mata/floresta/Mar finalizo essa jornada no Rio de Janeiro e partimos Macapá.