sexta-feira, 31 de agosto de 2018

DIÁRIO DE BORDO – JOÃO PESSOA - (PB) 25 a 30 DE AGOSTO







Zaine Diniz


Depois de horas no avião, finalmente chegamos a João Pessoa, final da tarde que já estava escurecendo, correria, hotel, bagagens e saímos para almoçar e jantar. Passear pela beira mar e relembrar outras passagens que tive nessa terra tão bonita! Algumas boas lembranças, outras nem tanto, que eu gostaria de esquecer as “nem tanto” mas a minha memória é de elefante, transponho essas lembranças mas ...   No domingo houve mudança de planos e eu aceitei, pelo coletivo abri mão dos meus desejos pessoais e vivi o meu domingo invertido. Na companhia da Cia Oxente realizamos o nosso intercâmbio extra oficial e que senti o carinho de cada um para conosco. Margarida, Mônica, Palmira e Jamil. Gratidão demais!! Não gosto de muito “viva a natureza”, mas o espaço da Margarida realmente é muito lindo e valeu muito conhecer, a Boa companhia, boa comida, jamais vou esquecer esse dia. A segunda chega e... Vamos trabalhar, pois por causa disso viemos parar aqui. A oficina teve um público bem seleto e transcorreu de forma bem instigante, pois Chicão Santos tem bagagem, conhecimento que nos leva a querer aprender sempre mais. A apresentação no Theatro Santa Roza foi um show estar naquele espaço tão especial e tão cheio de histórias e linnnndo de viver, acústica perfeita, tudo pleno.  O bate papo com o público foi muito bom, na plateia o amigo Maciel que falou tão bem sobre o trabalho e a história da nossa região. Assistimos também o trabalho lindo de Ana Marinho, tão delicado e forte que assusta pela sensibilidade da artista. Fizemos também o intercâmbio com Ana marinho e Duda e foi de uma riqueza imensa, pela bagagem dos coletivos, nos transbordamos com histórias de grupos e bastidores que nos levam a refletir cada vez mais sobre a importância do trabalho de grupo e de como o ego e individualismo pode acabar com tudo isso. Enfim, despedir do Anderson que foi nosso anjo, nosso cicerone e que agora também é nosso amigo!  Não vou esquecer da alegria dele e entusiasmo pelo teatro. Seguimos para Campina Grande.

Flávia Diniz

Chegando em jampa e sendo abraçada pelo mormaço, calor. Porém, minutos depois a chuva caiu. Acho que nós somos a própria chuva. A cada lugar em que passamos, vem a chuva e o frio. Visitando o centro histórico de jampa. Curtindo um show do Macumbia, com direito à chuva.
Dia 2 - Dia livre
Clima bipolar: hora faz sol, hora vem chuva.
Já dizia Macumbia: “As praias daqui são mais belas, e as ruas, tem o verde mais verde...” E é verdade!
Jamil da Cia Oxente, um grande produtor e guia turístico também, nos levou para almoçar com direito à uma vista muito bela da praia de Conde. Após isso, fomos conhecer a famosa praia de Tambaba. Maravilhosa! Fui correr na parte da praia de Tambaba que é de nudismo. Voltei a ser criança: CORRER NUA NA PRAIA SEM NENHUMA PREOCUPAÇÃO. LIBERDADE.
Visitamos a casa da querida Margarida. Com direito a banho de argila, piscina natural. Reencontrar a formiga Tucandeira. Ficar bem próxima do verde, das árvores.
Aquele cafezinho maravilhoso, tapioca, pudim e uma ótima conversa com a cia oxente.
E o dia não termina por aí... eu achando que havia zerado a vida pelo o fato de ter conhecido a praia de nudismo Tambaba... Jamil nos levou para conhecer uma casa de show e conheci pessoalmente o artista Gil Bala, o rei do batidão.
Dia 3 - Oficina de Gestão cultural
Com a presença de Rita e Anderson, mais nós, do grupo, fizemos trocas maravilhosas.
À tarde, reencontrei algumas amigas maravilhosas. Matamos a saudade. Em seguida, fomos assistir o espetáculo com Ana Marinho, “Razão para Ficar”. Um espetáculo que conta histórias de mulheres que foram para o hospital psiquiátrico, algumas delas não tinha motivo algum para estarem neste hospital. Espetáculo muito impactante.
Dia 4 - Apresentação
O Teatro de Santa Roza é o quinto teatro mais antigo do Brasil. Um lugar maravilhoso de apresentar-se! Todo organizado, as pessoas que trabalham no teatro, tem um zelo pelo o lugar. Amei toda a estrutura do espaço.
As pessoas que assistem o espetáculo, a grande maioria ficam para o bate-papo, sempre temos um ótimo feedback.
Dia 5 - Reencontros e Intercâmbio com Ana Marinho e Duda Moreira.
Na parte da manhã visitei o ateliê da grande artista visual Georgia Cardoso. Foi intenso. Tivemos uma troca maravilhosa.
Um passeio com o amigo Emerson, trocas, vivências.
À noite, tivemos o intercâmbio no espaço Tamarindeira com as queridas Ana Marinho e Duda Moreira. Uma noite intensa, maravilhosas. Espetáculo de Ana Marinho tem o link com o espetáculo As Mulheres do Aluá. As histórias dos processos se cruzam.
Nossa Passagem por Paraíba foi e está sendo muito intenso, produtiva.

Agrael de Jesus

Chegar em João Pessoa, mais um retorno entre muitos outros. Cada retorno em situação diversa. Cada retorno rever pessoas e lugares. Grandes modificações, transformações. Reencontrar amigos, colegas de trabalho de longas datas, famílias. Emoções e sentimentos aflorados. Já no aeroporto a recepção calorosa dos Anjos do SESC. Translado ao hotel. Mesmo hotel em que já me hospedei várias vezes. Grandes modificações. Bairro e praia de Tambaú, grandes e boas recordações. Lembranças maravilhosas. Muito bom esse sentimento. No domingo ensolarado, encontrar o pessoal do grupo Oxente. Almoço num local com uma vista privilegiada. Segunda Feira manhã e tarde, oficina com Chicão Santos arrasando como sempre. A noite assistir a uma apresentação local. Espetáculo maravilhoso, trabalho lindo, atriz competente e com uma sensibilidade incrível. Na terça pela manhã Almoçar com minhas amigas, a tarde repouso para o espetáculo da noite. A tardinha conhecer o teatro. Fiquei extasiada, local lindo, maravilhoso, acústica perfeita, construção histórica. Interior todo em madeira. Aquecimento corporal, vocal, montar a personagem, dançar, dançar, dançar.... Apresentação maravilhosa, casa cheia, plateia com alguns conhecidos e amigos. Bate papo gostoso, emocionante, saudoso. Tudo muito lindo. Manhã de quarta feira, conhecer as redondezas do hotel, a noite intercâmbio muito proveitoso com duas pessoas simplesmente queridas, tendo ainda a oportunidade de assistir a apresentação de breves cenas do Breves cenas do módulo da oficina: vozes.  Retorno ao hotel, fazer as malas, preparar para, na manhã de quinta feira partir para Campina Grande. Mais uma missão a cumprir.

Edmar Leite

•Dia 1

Manhã boa, com um friozinho. Manhã de viagem. E cada vez mais percebo que é preciso ser organizado e estar sempre alerta, aeroportos grandes são complexos e qualquer deslize pode complicar as coisas, porém conseguimos embarcar tranquilamente, o voo foi calmo. Chegada tranquila. Calor nos recepciona. Eita que aqui escurece cedo. Reconhecendo os arredores. Instalado. Descanso.

•Dia 2

Dia livre, reencontro e dia com o Grupo Oxente, conexão. Conhecendo mais da região , almoçar em comunhão , trocar histórias, experiências e saberes. Reconexão com o mar, da forma mais natural, pura e primitiva possível. Visita a casa da dona Margarida, ligar lindo, cercado pelo verde, argila e de águas, lembrando nossa casa amazônica. Equilíbrio. Dia de reabastecer.

•Dia 3

Dia de Oficina, cada vez mais me interesso e passo a entender mais o nosso ofício. Boa troca sobre o fazer teatral e seus meios. Aproveitando o intervalo para ver mais do centro histórico, lugar carregado de histórias, memórias e vida. Cada vez mais percebo que ampliar o entendimento de como nosso meio funciona é a melhor maneira de crescer profissionalmente. Fomos à Tamarindeira assistir uma apresentação de "Razão para ficar"; cena forte, densa, cheia de nuances; tratava de ciclos, solidão, claustro, abandono, loucura; atuação primorosa de Ana Marinho com sua sutileza nos movimentos mínimos, precisão nas ações físicas, olhar, reação ao ambiente e estado de alerta. Dia de aprendizado.

•Dia 4

Dia de montagem e Espetáculo. Teatro histórico, bonito, cheio de memórias. Ocorreu tudo na tranquilidade, técnicos mestres com carga grande de teatro. A apresentação foi ótima, sempre na crescente! Domínio da cena cada vez maior. Público grande e bom. Ficaram quase todos para o debate, cada vez ficam mais pessoas. Desmontagem e embalamentos.

•Dia 5

Aproveitando a manhã para ir ao ateliê de Georgia Cardoso, artista que se destaca na pintura por suas cores e linguagem fortes que remetem à natureza do universo feminino. Logo depois, revendo amigos de infância que recentemente se mudaram para Jampa. Noite de Intercâmbio, na Tamarindeira, conversa boa, histórias e troca de experiências sobre circulações e nosso fazer teatral. Assistindo à conclusão de um módulo da oficina de teatro local. Conversa sobre as apresentações. Dias de trocas. Até breve jampa, lugar bonito, arborizado, receptivo e deixou com gosto de quero mais.

Amanara Brandão

Chegando em João Pessoa, chamei logo no açaí! Foi meu almoço-lanche, que já veio dando aquela força. Tarde ensolarada, ventania de beira-mar que toma conta da cidade toda. A sorte de encontrar na agenda cultural da cidade um show acontecendo de uma banda que gosto tanto (Macumbia), fui assistir na companhia da Flávia, presenteadas pelo pôr do sol aconchegante, visto do centro histórico. Também encontramos meu amigo Emerson, que havia assistido ao espetáculo em 2015 em Macapá (quando circulamos pelo projeto Petrobrás Distribuidora) e estávamos ansiosos para nos conhecermos e ele assistir novamente esse trabalho que já mudou tanto de lá pra cá.
De acordo com a programação, o domingo era livre e tivemos a graça de encontrar nossas amigas da cia. Oxente que nos levaram para um passeio (êee, coisa boa é Tambaba!!!). Muitos assuntos sobre  nosso fazer teatral foram o tempero desse almoço em grupo, seguido de praia e uma visita à aldeia Mãe d'Água (casa de campo da Margarida, um mimo, lugar de cura mesmo). E como o "fogo da juventude" não se apaga, já que Jamil e Késsia estavam animados para nos mostrar o movimento de João Pessoa; eu, Flávia e Edmar ainda fomos conhecer o famoso batidão da Paraíba, animadíssimo!!!
Segunda foi dia de oficina de Gestão guiada pelo Chicão Santos, no Sesc Centro, onde fomos acompanhados por Anderson e Rita (que já têm experiência na aérea, o que tornou a oficina uma grande troca de saberes). No fim da tarde, um rápido encontro com minhas amigas Bruna e Sigrid, que vieram de Porto Velho para morar aqui em João Pessoa esse ano, e matamos a saudade de gente de beira-rio na beira-mar (no dia da apresentação elas estavam lá no público, com a filha Bia também, uma família linda!). À noite, no Espaço Tamarindeira  (mais um espaço de resistência e encantamento, que tive a honra de conhecer) assistimos ao espetáculo monólogo "Razões Para Ficar", com a atriz Ana Marinho, no qual o tema da violência contra a mulher é abordado a partir da perspectiva da violência psicológica, com pesquisa sobre mulheres internadas em manicômios. Pessoalmente, foi uma experiência incrível de identificação e alívio em ver um tema que já me transpassou tanto sendo encenado com tamanha maestria. No público encontrei uma artista plástica que eu conhecia através do Instagram, a Georgia Cardoso, e combinamos de eu ir conhecer o ateliê dela.
Terça, dia de apresentação, pela manhã saí numa caminhada solitária de 10kms pela beira do mar, tantos pensamentos a serem meditados, fui catando lixo e conchas pela areia (conchas que utilizarei para fazer os colares artesanais que produzo), vivendo a poesia que é o viver a vida, poesia esta que por vezes sangra, mas também é gozo. Não consegui cochilar à tarde, borbulhando energia, que se refletiu na apresentação à noite. No Teatro Santa Roza, aquela estrutura gigantesca que chega até intimidar quem não esteja preparado... fiquei imaginando quanta gente construiu isso tudo, quanta gente trabalha pra manter, quantas artistas incríveis já passaram por aqui... O bom é que estamos acostumadas a diversos tipos de espaços, então foi mais uma apresentação, com êxito, enérgica, nos surpreendemos com a quantidade de pessoas no público (e que, como de costume, estavam muito extasiadas ao fim da apresentação, e a fim de ouvir mais da gente). Me sinto privilegiada por viver algo como isso, dá um negócio por dentro...
Na quarta tínhamos intercâmbio com a Ana Marinho e Duda Moreira no espaço Tamarindeira, à noite. Então, como combinado, pela manhã fui fazer a visita na casa-ateliê da Georgia (tipo um intercâmbio extra), convidei a Flávia e o Edmar, que também foram viver esse momento que foi quase como entrar em outra dimensão. Georgia nos recebeu e apresentou suas incontáveis obras, as quais são telas que abordam o universo feminino a partir da visão holística, que ela faz com maestria, com suas cores e traços fortes, que fazem de seu trabalho uma verdadeira alquimia. Foi forte esse encontro, em certo momento o Edmar teve que ir embora então ficamos as três, conversando sobre nossas origens, processos pessoais de vida e criação; rolou uma catarse extremamente potente nesse encontro, "coisa de mulher", rsrs. Na noite, o tempo foi ficando frio, a chuva caiu, e lá estávamos nos novamente no Espaço Tamarindeira, dessa vez ao redor de uma mesa, compartilhando as experiências nessa conexão Norte-Nordeste, nos dando conta das semelhanças nessas realidades (que parecem maiores que qualquer diferença), um momento de reflexão fortalecimento através da troca.
Quinta era dia de despedida, qualquer minuto era importante ser vivido; banhar no mar, fazer os agradecimentos em meio as águas, na rua do hotel rever o menino Carlos que todo dia tava ali "tia, me dá um real?", sem esquecer as dificuldades também perceber os privilégios e mais uma vez me perguntar o que é que a vida quer de mim... O que seja: entrego, confio, recebo e agradeço.
O caminho terrestre para Campina Grande foi de encher os olhos, a inspiração... uma paisagem que eu só vida por fotos, literatura, TV... está aqui, na minha frente, ou melhor: Eu estou nela. Aqui estamos.

Chicão Santos

25 de Agosto partimos do aeroporto Guarulhos (SP) para João Pessoa para mais uma etapa do nosso circuito/Palco Giratório – João Pessoa – Campina Grande – PB. A tarde e a noite se completa pela orla assistindo um forró pé de serra e um show de embolada. Já no dia 26/08 um dia livre para todos os integrantes, mas livre pra nós é possiblidades de encontro e assim realizamos um encontro com a Cia Oxente (PB) para um almoço, passeio, visitas, bate papos e um circuito por diversos lugares. Foi maravilhoso esse intercambio/livre entre O Imaginário X Cia Oxente de Teatro (só faltaram Tainá e Maciel). Já no dia 27, Oficina de Produção/Gestão do nosso ofício, no Sesc/Centro com Arderson/Produtor/Anjo do Sesc/PB, membros do O Imaginário e Itamira do Teatro Santa Roza. Neste mesmo lugar/momento fiz contato com Henrique do Teatro Santa Roza sobre a montagem do dia seguinte. Na noite fomos assistir o espetáculo: “Razão para ficar”, com atuação de Ana Marinho que fará o intercâmbio entre a artista e O Imaginário. A apresentação foi no Espaço Tamarindeira. “Razão para ficar”, com atuação de Ana Marinho, com Direção de João Paulo Soares, Dramaturgia de Ana Marino, Cenário de Maria Botelho, Iluminação de Fabiano Diniz, Figurino de Vilmara Georgina e com produção de Dudha Moreira. “O espetáculo foi construído a partir da tese da professora Thalyra Lima (2010) sobre as histórias de vida e o processo de reinserção social de mulheres egressas do Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, hoje moradoras do Serviço Residencial Terapêutico da cidade de João Pessoa. A dramaturgia costura vozes e histórias de oito mulheres, trechos da obra de Clarice Lispector, poemas de Adélia Prado e Lisbeth Lima. A encenação busca evidenciar as consequências de um regime de internação que isola e elimina os sujeitos, tratados como pacientes, e evidencia os limites frágeis entre saúde e doença: as relações perversas de uma sociedade que condena ao confinamento mulheres em situação de pobreza, abandonadas pelas famílias e pelo Estado”. Dia 28, às 13 horas, fomos para o Teatro Santa Roza para a montagem (luz/som/cenário). Lá já esperavam pro nós Junior (luz) e mais os outros técnicos que agora não recordo os nomes e em seguida o Henrique (som)... a montagem seguiu muito rápida e já era 17 horas, quando ainda tive tempo de percorrer as lojas em busca de “enforca gato” ou abraçadeiras para dar mais segurança na hora de embalar o cenário. Mais tarde já estavam no Teatro às atrizes e o público começou a ocupar o hall de entrada do histórico e cheio de memória Teatro Santa Roza. As 20h00 iniciou o espetáculo para uma excelente plateia, inclusive nossos amigos da Cia Oxente, agora com a presença de Maciel. Enquanto rolava o bate papo a desmontagem também era acelerada. Tudo na VAN. Antes porém uma troca de abraços/afeto com o amigo Maciel.
No dia seguinte 29/08, tive a oportunidade de JAMPA por outros olhares, do barco que percorria as ondas/vento forte e também das piscina do mar/salgado. A noite fomos para o Espaço Tamarindeira para nosso intercâmbio e nossa conversa cruzou as experiência e vivencias dos trabalhos e deste palco que gira. Já no dia 30 do mês que quase se findo partimos para Campina Grande. Até muito breve João Pessoa.














terça-feira, 28 de agosto de 2018

DIÁRIO DE BORDO SÃO PAULO - JUNDIAÍ - 22 a 25 DE AGOSTO



Zaine Diniz
Terra da garoa, aqui estamos!  E ela nos recebe com um sol agradável, na medida certa.  Trânsito maluco, apressado demais, carros e pessoas. Embarcamos na van rumo a Jundiaí, cidade que me surpreendeu pela agradável paisagem de interior com um jeito de cidade grande que eu gosto muito. Um repouso no corpo e tudo começa no dia seguinte: a primeira apresentação aconteceu com energia e com presença total do elenco, no segundo dia, mais potente ainda, meu aniversário mais uma vez em dia de apresentação, normal e especial, pois nesses quase 30 anos de teatro da pra contar as vezes que comemorei em casa. O palco tem outra função além da que se destina! E comemoro 51 anos com energia, saúde, amor e compromisso com o meu trabalho ( em breve terei um dia de folga/ócio necessário para mim) faço questão disso também.  Nesse dia recebemos a visita de um amigo do início da minha carreira como atriz, Gilson Menezes que nos levou a um passeio a uma fazenda de café da época dos grandes barões do café e da triste história da escravidão do nosso Brasil, história essa que nos envergonha por tamanha brutalidade em nome da cor da pele. As escravidões de hoje são outras , enfim. Depois da apresentação, terminamos a noite com um debate fervoroso, caloroso, cheio de reconhecimento e pertencimento sobre a temática do nosso trabalho. Ainda com amigos comemorar com um buffet oriental (não abro mão da minha comida preferida) agosto ainda não terminou... na esperança de ainda ganhar um bolo com muitos morangos. Presentes, eu mesma me darei, pois o mais importante já ganhei. Que venha Jampa, e de preferência com sol.

Flávia Diniz
Viagem rápida e tranquila. Observando os Paulistas e vendo tudo acelerado. Ansiosos. O motociclista que é piloto de motovelocidade pra sobreviver em sp. O morador de rua que tenta reciclar o lixo na marginal tietê, arriscando a própria vida em sp. Tudo isso para sobreviver.
Enfim, chegando em Jundiaí. Feliz, por ver o sol sorrindo pra mim. Precisando de calor, de ver o sol. Algumas horas depois, temperatura cai. Noite chuvosa. Circulando por Jundiaí, observando os lugares... empresas que só pensam em lucros. Pessoas aceleradas que não percebem o que está consumindo. É a proposta da grande metrópole nacional.
É difícil conseguir desacelerar pra descansar... quando está quase desacelerando, já é um novo dia. Tudo de novo.
Dia de apresentação. Casa quase cheia. A cada apresentação, sempre é algo diferente. Antes de entrar em cena, aquele frio na barriga. Durante a apresentação, percebo o público ligados, incomodados. No bate-papo, as pessoas ainda extasiadxs com o tema. Missão cumprida.
Foram duas apresentações. No segundo dia, tinha gente que foi assistir outra vez, e no bate-papo, ficam caladas, observando, pensando. Impactadxs.
Os dias passaram que não percebi. Foi tudo muito rápido. Dia seguinte, nossa partida.
À caminho de João Pessoa.

Agrael de Jesus
Nossa recepção em São Paulo, com destino à Jundiaí, foi feita pela Carol, pessoa simpática e muito agradável. A grande Jundiaí.                      Cidade interiorana mas, devido a proximidade com a capital, com vida frenética. O hotel/ Flet em que ficamos hospedados é muito bom e aconchegante. Por ter ficado só num Flet me possibilitou trabalhar escrevendo mais um pouco do meu TCC, sem ter que incomodar as meninas colegas de quarto. Foram dias de reflexão, leituras, trabalho. Revisitando o texto. Dia de conhecer o teatro e primeira  apresentação. Espaço maravilhoso. Passagem da luz, posicionamento no palco. Casa cheia, plateia maravilhosa e interessada, nos dois dias de apresentação foi assim. O bate papo fluiu intensamente nos dois dias. No segundo dia de apresentação, tivemos a honra de termos o público presente juntos para cantarmos o parabéns para a nossa amiga e  colega de palco Zaine Dinis. Na volta para o hotel uma paradinha rápida para um jantarzinho de comida japonesa. Tudo maravilhoso. De volta ao hotel aproveitar para fazer as malas. Amanhã cedo partimos para São Paulo/ João Pessoa. Agradecida aos céus por tudo e por todos em minha vida. DEUS.

Edmar Leite
•Dia 1

Manhã de viagem, do frio ao frio. Trecho aéreo bem tranquilo. Trecho de carro até Jundiaí foi bom. Paisagem diferente, matas de arvores iguais. Serras verdes. Cidade bonita, convidativa. Reconhecendo os arredores. Cidade de interior com jeito de cidade grande, porém com o ritmo menos frenético, boa chegada. Amanhã é dia.

•Dia 2

Dia amanheceu ensolarado. Dia de montagem e apresentação. Que teatro lindo, gigante, super bem equipado, um exemplo de organização e cuidado. Produção e equipe técnica super profissionais e solícitos. Que equipamentos maravilhosos, mesa diferente, novidade boa e experiência nova pra mim, até pra escrever os nomes das cenas em tela tinha como e o detalhe das luminárias sendo mini elipsos foi a cereja do bolo. A apresentação foi muito boa, cada vez o nível cresce mais, bate papo foi interessante. Amanhã tem mais.

•Dia 3

Dia amanheceu muito bom. Notícias boas. Pendências acertadas. Completando algumas coisas que faltavam. Tranquilidade. Breve volta pela cidade. Apresentação de hoje foi ainda melhor, hitmo, força, entrega, equilíbrio ganham cada vez mais espaço. Segundo vez que a Zaine celebra o aniversário durante o Palco Giratório, muito legal. Embalamentos, preparar para partida. Jundiaí, cidade receptiva, calorosa, de clima gostoso, organizada, com muitos sobe e desces, seu verde e seus rios. A vontade de voltar é grande.

Amanara Brandão

Da maresia que toma conta da ilha em SC para a correria da metrópole SP, um choque pro organismo que segue sendo forte vivendo essas mudanças bruscas (que, no fundo, são uma delícia). Sinto certa intimidade com SP, por ter família e amigxs nessa terra que visito  com frequência. Observar a correria traz uma enxurrada de reflexões ou só o vazio de perceber a vida automatizada. Carol nos recepcionou de  forma tão atenciosa, sorriso largo receptivo.
Vivi um pequeno trauma na quarta à noite, em ver o racismo sutilmente agressivo num boteco (isso vai virar conto também, tenho escrito alguns durante a circulação).
As apresentações na quinta e na sexta foram cheias de energia, com o Teatro mais ou menos cheio, um público que nos assistiu em êxtase, ficando em peso para o bate papo, mexidos e interessados em saber mais sobre Rondônia e a nossa realidade distante porém tão parecida no que diz respeito às violências de gênero...
Jundiaí me trouxe lembranças, da família (vovó e vovô maternos, que moram no interior de SP), e dos meses que passei na capital ano passado vivendo aprendizados. Levo pra vida. E volto.



Chicão Santos
No dia 22 saímos de Floripa as 9h30 e chegamos em São Paulo às 11h30. Lá estava Carol nos esperando com a VAN para partimos até Jundiaí, interior de São Paulo. O restante da tarde foi para organizar a parte burocrática e de produção/Notas e publicações no Blog “As Mulheres do Aluá”. As 16h30 deu uma entrevista para a Radio Cultural SP, via telefone, falando da cena em Porto Velho, do trabalho do O Imaginário e do processo de trabalho do espetáculo. A entrevista foi conduzida pela Adriana Braga. A noite  caiu sobre a cidade e fiquei no flat apart hotel. Na manhã de 23 Eu e Edmar fomos pro SESC fazer a montagem (9hs). Deixar tudo pronto para o espetáculo, com a programação de duas sessões (23 e 24). Entrei em contato com a Escola de Teatro Atuará, e descobriu que a Carol é uma das sócias e ai aproveitei para solicitar a gentiliza de emprestar suas dependências para uma reunião com os Técnicos e Gestores/Produtores do Itaú Rumos 2018/2019, do projeto: memórias poéticas – sobreviventes do crescimento das arvores. A montagem foi muito rápida e tranquila com ajuda da Carol e do Motorista (montagem das grades). O técnico do Teatro/Luz já esteve em Porto Velho na inauguração do Teatro Guaporé, com o espetáculo: A Falecida, com a Lucélia Santos, grande elenco. Rodrigo técnico do Sesc Jundiá estava no elenco da Falecida (coincidências). A apresentação foi muito bem aceita por uma plateia que lotou a casa. (A atriz Agrael esqueceu a “boqueira”, no hotel e utilizou a VAN para busca-la). No dia seguinte 24, acordamos para um momento de encontro, com o Gilson Menezes, amigo e parceiro de cena de longas datas (1986), ainda quando fazíamos teatro em Cacoal/RO, no grupo Essência das Coisas. O encontro teve inicio  no café do hotel e se estendeu até uma citytour pela cidade e depois até uma fazenda antiga, da época dos “Barrões” do Café, uma fazenda de uma história passada de cenas comoventes e tristes, pois ali registra uma divida história com os nossos negros. Troncos/senzalas a parte triste do passeio. O outro lado da história viva do café a sua trajetória pelo mundo. Os processos de produção/secagem e fabricação/torragem/moagem e empacotamento. No caminho percorrido a igreja, o lago e a casa/grande/senzala onde a princesa Izabel se hospedava nas suas passagens por São Paulo. Ali mesmo para comemorar o aniversário da Zaine Diniz almoçamos e partimos para o hotel para outro encontro com os técnicos e produtores do Itaú Cultural/Rumos na sede da Escola de Teatro Atuará da nossa produtora Carol/Anjo do Palco Giratório. Enquanto conversamos sobre o projeto a cena em Porto Velho os demais integrantes do elenco estavam no teatro se preparando para a apresentação. A equipe do Rumos muito atenciosa e preparada apontavam as demandas e os ajustes a serem corrigidos/adequados e assim afinamos/praticamente/pactuamos  a nossa reunião de trabalho avançou e antes das 19 horas encerramos  nossa agradável conversa acerca do projeto memorias poéticas – sobreviventes do crescimento das arvores. Avan/Cardoso já estava aposto para nos conduzir para o teatro Sesc Jundiaí. O público já presente adentou a plateia. Nossos convidados Gilson Menezes/Michele/Davi/Vitor e Regina/Maiara do Rumos se espalharam pelas cadeiras numeradas do Teatro/SESC. O espetáculo criou uns ruídos na plateia, talvez pela identificação pelas provocação/proposta da dramaturgia. O debate colado na cena fluía naturalmente, assim como a desmontagem. Tudo muito rápido/pratico com a ajuda do Gilson/Vitor/Davi. Tudo na Van e partimos para celebrar junto com a família do Gilson esse momento importante/afeto/gratidão. Depois para o hotel/descanso. Dia seguinte 25, às 8 horas, num pós café/hotel partimos Guarulhos/SP/aeroporto e no corre-corre do aero/shopping embarcamos Jampa/Paraíba. Até breve Jundiaí terra/linda/cidade.