sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Diário de bordo – Alegrete RS de 03 a 05 de outubro de 2018





Saímos de Lajeado para Alegrete às 9h10 sentido Venâncio Aires no RSC 453, viajando mais de 480 km na VAN/Carlos até chegar em Alegrete. Almoçamos em Santa Maria e seguimos viagem. Muitas plantações de arroz e enormes campos/pastagem para criação de gado/corte. Chegamos  no hotel já passava das 16 horas, enquanto o pessoal fazia o chek In eu fui ao local da apresentação, um Salão de atos, num colégio bem antigo, um daqueles centro educacional de formação de professores de magistérios “normalistas”. SALÃO DE ATOS MARIA AMORIM no Instituto Estadual de Educação OSVALDO ARANHA/Praça Oswaldo Aranha, S/N. Dali mesmo combinou com o Master via telefone e combinamos todos os detalhes de montagem da estrutura GRID de luz e som. No dia seguinte, às 10 nos deslocamos para o Salão onde a equipe do Master já havia feito a montagem do GRID, depois já instalou os equipamentos e já partimos para afinar a luz. O Som também já estava funcionando. Os serviços foram oferecidos pela Empresa Master Som e Luz, com os técnicos: Auri técnico som, Rafael e Alex Luz, acompanhados pelo proprietário: Master, muito profissionalismo e qualidade no serviço. Fomos na Rede/Rádio Chê Alegrete de comunicação e compartilhamos de uma entrevista no programa entardecer rural, apresentado pela Cyntia. Uma conversa abordando os temas da peça. O curioso é que falei das ausências de politicas publicas e do delírio de um candidato a presidente de destratar as mulheres. Depois fui avisado que a apresentadora bandeira o coiso. Mas fazer o que... assim a vida segue. Não cito nomes de políticos, pois nossa missão nesse palco e falar de gênero e das violências sofridas por mulheres por esse Brasilzão afora. Um mate do bom para marcar essa passagem por Alegrete. As atrizes já no camarim e agora é só esperar a hora da apresentação. A apresentação transcorreu como nas anteriores, ainda com alguma oscilações e potência que o trabalho impõe. O debate foi muito forte e demonstrou o interesse do público pelo processo do O Imaginário e do Espetáculo As Mulheres do Aluá. Encontramos uma sobrinha do Osvaldo Pitaluga na plateia que aproveitamos para fazer um registro e encaminhar para nosso amigo lá em Porto Velho. A desmontagem foi rápida e já estava tudo na VAN e partimos para o hotel/janta e descanso. Missão cumprida. Agradecemos a todos do SESC e em especial ao Paulo Amaral, o cara do SESC e da Cultura. Alegrete obrigado e até breve. Dia 05/10, dia do aniversário da Constituição Brasileira partimos para Santa Maria, para mais uma apresentação e desta vez uma apresentação especialíssima e com muito significados, véspera da eleição e a cidade onde tivemos um março nas novas relações de espaços culturais, com o acidente/incidente ocorrido na Boate Kiss, onde vitimou mais de 240 pessoas. Tragédia em 27 de janeiro de 2013 em Santa Maria matou 242 jovens. O incêndio na boate Kiss foi uma tragédia que matou 242 pessoas e feriu 680 outras na cidade de Santa Maria, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. 

No Facebook: 

Ontem, assisti o Espetáculo de Teatro O Imaginário, de Porto Velho RO, "As Mulheres do Aluá", trazido pelo SESC. Uma noite pra não ser esquecida, retratando, por meio do teatro documental processos legais em que mulheres foram condenadas. Um tema contundente, marcante, em que as muitas mulheres que estiveram no IEEOA, puderam reverberar em suas próprias vidas as lembranças e possibilidades das violências que muitas de nós sofrem. E os homens puderam repensar suas atitudes e ideias e criar e recriar a empatia diante do sofrimento das mulheres. Misturando teatro e música, as quatro atrizes usaram a arte pra dizer não, estamos vivas e em pé! Destaco as duas questões que tocam meu coração, o gênero e o racismo! Algumas frases ou expressões de ontem: *Temos o registro no corpo de todas as opressões sofridas! "Corpo mapa" 
* Por que toda vez que uma mulher lidera, ela tem que ser silenciada? 
* Por que quando uma mulher tem mais e mais conhecimentos, surge uma legião de donos dela e de seu saber? "Pensamento homem" 
* Cada dia é um trilho nessa estação". Obrigada SESC, obrigada Paulo Amaral, obrigada, Cláudia Da Costa Rizzatti! 
                                                              Ana Lúcia Vargas – Alegrete – RS. 

Corpo-mapa; corpo-cidade! Achei lindo também sobre as cidades “descansarem” no meio das pernas das mulheres... que os corpos das mulheres também constroem as cidades. 
                                                              Aliriane Almeida – Alegrete – RS.


Flavia Diniz 

Viagem sonolenta. Chegada com vento frio e já pegando o pôr do sol. Conversa solta. Uma volta na praça. Desacelerar. Dia seguinte, dia de apresentação. Eu senti que todas estavam conectadas. Energia fluiu. Tivemos uma boa apresentação. Bate-papo rico. Durou mais que o espetáculo. A maioria das pessoas ficaram para a conversa. E a maioria eram mulheres. Hotel. Dia da nossa partida. Dia ensolarado.

Agrael de Jesus

Translado com uma chuvinha, frio, neblina, chegada a tarde com um clima ameno. Alegrete, típica cidade do interior Riograndense, cidade fronteiriça.  Dar um rolê nas ruas próximas ao hotel, conhecer a pracinha, conversar com os  transeuntes (na maioria cabos eleitorais). Sentar no banco da praça, bater um papo com as meninas (Amanara e Flávia, depois chega o Edmar), boas gargalhadas. Dia apresentação, manhã toda no hotel só saindo para o almoço. Local diferente, auditoria de uma escola normal, prédio antigo, local adaptado, acústica boa. Espetáculo fluiu, bate papo, como sempre mais tempo do que o previsto. Pessoas curiosas e interessadas, querendo falar das suas vivências e chateações. A vida é assim, cheia de pedras. Vida que segue. Voltar pro hotel, descansar, amanhã seguir viagem para Santa Maria.

Edmar Leite

•Dia 1 - Dia de viagem. Frio bom, acompanhado de garoa. Saindo cedo pra Alegrete, estrada tranquila, paisagem bucólica, frio bom, neblina..Planícies, morros, serras, montanhas.. vegetação variada de pinheiros à arbustos. Viagem tranquila. Chegando bem, se instalando. Reconhecendo os arredores. Amanhã tem espetáculo!

•Dia 2 - Partindo de manhã para a montagem. Friozinho bom. Na Escola Osvaldo Aranha, escola grande e muy antiga, era uma escola Normalista, na hora lembrei do espetáculo O assassinato do anão do car%¥@# grande, do Grupo Oficina, tinha um personagem que soltava o bordão: " -Nós nos conhecemos a muito, muito tempo, desde que nos formamos normalistas...". Escola com um pé de amora bem na frente, foi a primeira vez que comi e logo amei. O espetáculo foi num auditório no segundo piso, logo esse lugar foi transformado em teatro. Os técnicos da empresa contratada de luz e som foram ótimos. Na parada pro almoço, um Cícero no restaurante... Mãos querendo rachar.. A apresentação fluiu muito bem, foi forte e cheia de energia. O papo rendeu muito, até demais. Desmontagem tranquila. Preparação pra próxima cidade. Em Alegrete a passagem foi rápida, porém muito boa. Lugar de público bom e participativo, paisagem bonita. Inté.

Zaine Diniz


Depois de uma Viagem longa , passando por lindas paisagens dos pampas gaúcho, finalmente chegamos a Alegrete. Cidade antiga do RS, pequena, aparentemente tranquila e de casas antigas e lindíssimas! Amei! Deu vontade de sair caminhando pra conhecer tudo e assim fiz, para reconhecer o espaço. Depois de um jantar maravilhoso num restaurante típico gauchesco. Dia seguinte, uma caminhada agora para se aquecer, movimentar o corpo num friozinho delicia, e com sol radiante. A tarde, entrevista na Rádio Tchê Alegrete juntamente com Chicão Santos e Paulo (nosso anjo local) que foi muito boa, um tempão no ar falando sobre o espetáculo, sobre o grupo e sobre o palco giratório. A noite, a apresentação em um espaço escolar, prédio antigo e enigmático ... Excêntrico e Belo!  Espaço do auditório adaptado para cena, acústica boa e formato intimista que foi muito bom. O bate papo quase que leva mais tempo que o espetáculo, pois a ansiedade das pessoas em falar e a objetividade nas respostas que nem sempre aparecem, estendem a conversa, mas necessário esse tempo. Enfim, final da noite no mesmo restaurante, agora com a presença do músico Nilson Xavier que nos mostrou outro lado da música gaúcha e eu amei! Repertório gaúcho de primeira qualidade. Despedidas musicais. Dia seguinte breve reunião com equipe para que o “trem” não descarrilhe!  Partimos para Santa Maria, feliz, realizada com meu trabalho e agradecida por ter tido essa oportunidade mais uma vez (a primeira foi em 2010) gratíssima ao diretor/produtor Chicão Santos pela competência em construir um trabalho como esse, e me confiar em atuar nele. Seguimos.

Amanara Brandão

Intensa contemplação pelas estradas desse Rio Grande do Sul... Alegrete, cidade que me trouxe a sensação de receptividade. Logo que cheguei veio o impulso de dar uma volta pra olhar e respirar um pouco do lugar. A história da cidade impressa em suas ruas e construções de época. Na quinta-feira, dia de apresentação no auditório da Escola Oswaldo Aranha, prédio imponente e histórico, daqueles que fazem a gente se sentir um cisco diante de tamanha grandeza. A primeiro momento traz essa opressão mas que logo vai se desmanchando, quando vamos interferindo no tempo e espaço... e ainda mais depois que o público caloroso chega. Chicão e Edmar, que carregaram todo o cenário escada à cima, montaram tudo com maestria (como sempre), preparando o terreno para nós e o público. E foi lindo! Configuração 360°, cadeiras quase lotadas, olhares atentos e em predominância mulheres. O debate foi intensamente interessado, com contribuições riquíssimas, durando quase 1 hora (porque depois que o papo pega o embalo é difícil parar).... ainda bem!!! Nossas vozes seguirão ecoando.






quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Diário de bordo – Lajeado de 01 a 03 de outubro de 2018





Chicão Santos

Uma viagem tranquila na VAN/Carlos até Lajeado, chuva forte e vento forte. O relógio já marcava mais do meio dia e ai seguimos para o almoço no centro da cidade e depois para o hotel. Enquanto isso a Andressa Batista, enviava comunicado sobre o encerramento do Festival Palco Giratório/Rondônia e eu enviava a mensagem: Que maravilhoso Projeto/Festival, todas as atividades foram e são potencialíssimas, mas quero destacar duas que vão além da grandiosidade do Festival Palco Giratório Rondônia, a homenagem ao Palhaço Biribinha, com a montagem do circo, no parque da cidade e o circuito pelo interior de Rondônia, que além de promover o acesso do cidadão ao teatro, difunde o teatro em cidades com pouquíssimas ofertas de atividades artísticas. “O mundo do circo sempre exerceu fascínio sobre todas as pessoas. Crianças e adultos deixaram e deixam se levar nas ilusões do mágico ou nas deliciosas brincadeiras do palhaço”. – Biribinha. No dia 03/10, as 9 horas fomos no SESC para iniciar a montagem de luz/som e cenário. Uma das vantagens é que a empresa do Cassio vai nos fornecer todo o material de luz e som, com fez em Monetenegro. Ao adentrar as instalações do SESC uma surpresa um teatro gracioso e cheio de possibilidades, fiquei encantado com o espaço/teatro. Encontramos nossa Produtora/Anjo/SESC Claudine e ali já começamos listar o material necessário para a luz e som. No mesmo momento o Cassio e seu técnico de som já subia o material e iniciava a instalação, facilitada pelas varas/tomadas já instaladas, no sistema analógico que o teatro dispõe. Uma rede bem instalada e cuidada, com 04 dimmer e uma mesa. Quase no fim da tarde a energia foi embora e teve uma apreensão por parte da equipe do SESC, pois não havia previsão de retorno. Antes das 19 horas a luz se fez e seguimos com o firme proposito de realização a ação cênica de As Mulheres do Aluá. As atrizes já se encontravam no Espaço e fazendo o aquecimento físico/voz/corpo. O público já se encontrava na entrada, meio escada e hall de entrada. As 20 horas, nossa produtora Claudine deu as boas vindas e anunciou as próximas programações e o publico entrou na sala/espaço cênico. Nomes de mulheres ressoam pela arquitetura e o movimento cênico dura exatamente uma 1 hora e em seguida o debate, com todos os expectadores presentes, inédito neste palco giratório. As conversas versaram com os temas ali estampados e foi finalizado pelo depoimento de uma senhora que revelou as violências sofridas pelo pai e o desespero diante de um processo, que a levou a tentar o suicídio. A plateia/debate ficou num silencio profundo e ali as atrizes entre abraços e com um sentimento de solidariedade encerrou o debate. Todos refletindo muito e perplexos pelo depoimento. A vida imita a arte ou a arte imita a vida. Assim seguimos neste Palco Giratório.

Edmar Leite

•Dia 1 - Amanhecendo frio, finalmente! Partindo pra montagem. Belo espaço multifuncional, um teatro pronto! Equipe do Cássio mais uma vez com a gente. Tranquilidade, parceria e eficiência. Tudo pronto, pausa para o almoço e o frio aumentou seguido de chuva forte. Terminando os ajustes e afinação. Novas informações sobre softwares de iluminação, interfaces e controladoras, muito interessante esse tal de Lumikit, grato Cássio. Uma queda de energia devido aos raios nos deixa em estado de espera... A luz se refez e teve espetáculo! Apresentação muito boa, com força,  entrega, verdade, ritmo, fluxo! Bate papo, importante, pesado.. desmontagem tranquila. Descanso e preparo para a próxima cidade! Lajeado, cidade bonita, pequena mas nem tanto, paisagem charmosa, do pouco que conheci achei interessante! Até breve.

Agrael de Jesus

Chegando na cidade na tarde do dia 01, sol quente. Cidade linda, muito movimento. Direto almoçar e alojar no hotel. Uma volta na redondeza para se situar. Noite com chuvisco. Manhã do dia  02 com friagem para os nativos, para mim muito frio. Resolver algumas pendências bancárias, voltar ao hotel. Tarde chuvosa e muito frio. A apresentação maravilhosa. Bate papo como sempre com vários questionamentos. Revelações. Muita coisa tem que ser feito. Me sentindo impotente diante de situações que me fogem domínio.  Dormir pensativa. Amanhã partir para a próxima cidade. Deus no comando sempre.

Zaine Diniz

Mais Uma cidade que eu ainda não conhecia, e graças ao teatro cá estou!  Pense numa cidade pequena (mas nem tanto) e bonita! E friozinho delicia, de agora pra frente será assim, garantiram nossos anjos do sesc, friozinho!! A noite chuvosa, enfim. No dia seguinte mesmo com tempo nublado e friozinho de gelar o nariz, não resisti e fui fazer uma caminhada pela cidade (estava sentindo falta de andar, andar e andar. A noite, nossa apresentação foi potente, público atento e que ficaram a maioria para o bate papo, que foi muito profundo nas questões pertinente, e quando digo que muitos se reconhecem nas histórias que apresentamos no palco, uma mulher muito especial na plateia , se mostra e começa falar sobre sua história. Já vimos isso acontecer em outras plateias, e essa também foi muito forte e especial. Só podemos abraçar e desejar força para lutar, sempre. Salve Juliana! Dia seguinte, hora de prosseguir rumo a Alegrete. Mais uma cidade que fica no meu coração LAJEADO.

Flavia Diniz

Fomos recebidos com muita chuva. Trovões e relâmpagos. Dia seguinte, dia de apresentação. Concentração. O teatro é tão lindo, pequeno. Senti a apresentação bem intimista. Todas estavam conectadas no palco. Energia fluindo. Espetáculo voou. Passou rápido. Após espetáculo, tivemos um bate-papo maravilhoso e um pouco denso. Uma moça contou um pouco sobre sua história, fez uma comparação com algumas cenas. Muito emocionante a história dessa moça e me chamou a atenção. Passei a noite toda pensando nela. E eu sei que ela é forte e vai dar tudo certo. Noite chuvosa. Descansar e dia seguinte, puxar o bloco para Alegrete.

Amanara Brandão

Dias úmidos e frios por aqui, céu fechado, cidade florida, e nossa apresentação em Lajeado trouxe a confirmação do quanto esse trabalho é um verdadeiro expurgo coletivo. Juliana, espectadora, resolveu se expressar durante a conversa pós apresentação... contando sua história e comparando as histórias das personagens ao seu medo em ser condenada hoje em dia. Fazia alguns dias que ela não conseguia falar nada, e ali ela começou falando que não sabia o que tinha acontecido com o corpo dela no decorrer daqueles minutos assistindo ao espetáculo, mas que tinha necessidade de falar, e falou. Ela passa por uma situação extremamente delicada, que abriu para todas as pessoas presentes naquele Teatro. Algo aconteceu de tranformador ali, aos nossos olhos, todo mundo viu, ouviu, sentiu... é de supreender quem tá em cena e também me traz uma confirmação explícita do trabalho astral que acontece durante qualquer troca humana, especialmente nas que a Arte é mediadora. Seguimos... Juliana, lembra de nós! Pois eu nunca vou me esquecer de você. Vamos caminhando, é isso o que realmente importa em meio a qualquer tempestade. Vai passar, tá passando, e nós... seguimos!









segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Diário de bordo – Montenegro RS 30 de setembro de 2018

Chicão Santos

Uma viagem tranquila na VAN/Carlos até Montenegro neste dia histórico 29/09 e no dia seguinte 30/09, já estávamos na montagem na Estação da Cultura, uma antiga Estação Ferroviária (em processo de revitalização), lembrando um pouco a nossa história, o surgimento de Porto Velho, a nossa investigação cênica ganha força, com o fantasma da ferrovia que esta em todos os lugares, na mente da gente e que não sai do lugar. Tive o prazer de conhecer o Cassio (atrista/empresário da luz/som) um artista/ator/diretor de teatro. Um gaúcho atento e de um profissionalismo invejável, também conheci os dois técnicos que o acompanha. Mais tarde no pós almoço tive o mesmo prazer de conhecer pessoalmente o nosso produtor local Mateus, que já havíamos conversado muito via whatsApp, tudo acertado e afinado, no espaço cultural que leva o nome da empresa que o reformou a Braskem. O público foi chegando e logo na sala de espera/hall fizemos uma fala discorrendo sobre a grandiosidade do Palco Giratório e do privilégio de nossa participação e de estar na cidade de Montenegro. Em seguida acessamos a sala da cena/espetáculo e o espetáculo aconteceu... a harmonia voltou, talvez seja pela nossa percepção de que nossa missão esta chegando ao fim e o nosso retorno está breve. Ai lembrou-me de frases apuradas durante essa caminhada e que fico por vezes analisando e refletindo. Muita vezes só o tempo apara as arestas e cura as feridas. Em outros casos nem o tempo apagam. Gostei imensamente da cidade, pela tranquilidade, pelas pessoas, pela arquitetura e pelo clima. Até breve Montenegro.

Edmar Leite

•Dia 1 - Indo de manhã para a montagem. A temperatura cai um pouco. Espaço Cultural Braskem, lugar incrustado de memória viva... Antigas instalações ferroviárias.. Dialogo direto com a nossa história.  Sala interessante pra teatro, sua própria estrutura de ferro auxilia na montagem da luz. Camarim underground, literalmente. Equipe boa e super organizada da Marca Produções Culturais! Na figura de Cássio e seus camaradas. Algumas mudanças energéticas de emergência, equilíbrio. Espetáculo daquele jeito de 360, vozes ecoando no espaço, emocionante, energia forte, memória pulsante, intimismo. Bate papo bom demais. Desmontagem tranquila. Uma volta aos arredores. Despedida da cidade, lugar aconchegante, organizado e limpo. Partiu descanso e pronto pra próxima cidade.

Agrael de Jesus


Montenegro. Viagem tranquila de Novo Hamburgo até Montenegro. Hospedagem top, instalações aconchegante, descanso e relax total. A tardinha conhecer o espaço da apresentação. Me senti literalmente no século passado, local lindo, aconchegante, acústica perfeita. Espetáculo gostoso. Bate papo esclarecer, questionamentos pulsantes. Tudo lindo. Após espetáculo um breve rolê na cidade, de volta ao hotel, descanso, amanhã novo destino nos aguarda: Lageado lá vamos nós.

Zaine Diniz

Em menos de 100 km de distância, chegamos e o clima mudou, um ventinho maravilhoso nos recebe e nos acolhe para uma noite de descanso merecido. Dia seguinte começa a preparação do espaço pelos “meninos” Chico e Edmar. Apresentação mais cedo que de costume e o local realmente é uma viagem, um espaço típico dessas terras gaúchas. O camarim de parede de pedras, tudo muito rústico e Belo. A janela nos mostra uma paisagem significativa, simples, bonita e cheia de energia.Piás jogam bola no gramado verde, e veem conversar com a gente pela janela. Quanta simplicidade e sinceridade nas falas dessas crianças!  Nosso camarim teve uma atenção especial no cardápio com bolinhos de biomassa de banana verde, aveias, sementes de abóbora, me encheu os olhos e a barriga tbm (depois do espetáculo é claro) muito grata a essa produção, pelos detalhes, pela recepção e pela competência e generosidade. Apresentar no espaço Braskem foi encantador! Acústica perfeita, formato específico para o local, potência em energia, detalhes técnicos que precisam melhorar e que foram apontados depois pelo diretor. Enfim, é sempre um novo aprendizado, cada espaço, cada público e cada apresentação. Sempre podemos fazer melhor! Bate papo muito bom onde a temática de gênero e violência contra as mulheres, todas em uma mesma situação, em grades e com tornozeleiras com correntes, é sempre muito forte, muito tocante em uma discussão. Gratidão a esse público tão sensível e conectado com o nosso trabalho. E o Palco continua a girar!!!

Amanara Brandão

Chegando em Montenegro sábado, na hora do almoço... coisa boa ter a tarde e noite para descansar e se organizar.
Domingo, dia de apresentação, amanheceu com o céu meio fechado, ar fresco. Curti a cidade da janela do quarto, de onde se via ruas, construções e uma montanha coberta pelo verde, com antenas lá no topo... Falando em verde, o que me encanta muito nesse Sul é a vegetação!.. me sinto preenchida de boas sensações quando observo. Na Estação Cultural, onde nos apresentamos às 18:30 desse domingo, tinha uma área externa (verde!!!) onde crianças brincavam, famílias passeavam, jovens se reuniam... lugar de passeios, ao lado do CTG da cidade, de estrutura histórica e sendo ressignificado pela ocupação que as pessoas têm feito. E lá estávamos nós, naquela sala linda aconchegante (de madeiras pintadas de verde claro com detalhes amarelo claro, pelos vitrais pude ver o céu corando no pôr do sol, em meio às copas das árvores, momento mágico que precedeu a apresentação), rodeadas por um público atento super receptivo ao tema abordado. A conversa pós apresentação foi rica, com grande retorno por parte do público... essencial.

Flavia Diniz

Depois de um dia produtivo de trabalho, chegamos à Montenegro. Sensação de mais uma missão concluída. Músculos tensos. Desacelerar. Hibernar.
Dia de de apresentação. Clima agradável. Uma vista maravilhosa do quarto: uma montanha. Concentração. Partir para o teatro. Configuração do espetáculo bem intimista.
Antes da apresentação, uma volta no espaço Estação da Cultura. Muito verde. Lugar arborizado. Ainda deu tempo de fazer amizade com alguns guris que estavam jogando bola. Voltei a ser criança. Joguei bola com aquelas crianças que estavam curiosas e queriam saber o que iríamos apresentar. Adorei minha nova amizade!
Após a apresentação, o bate-papo muito rico! 20 minutos para o bate-papo é muito pouco para o tema. E geralmente ultrapassa os 20 minutos. Enfim, muito grata por tudo o que vem acontecendo. Aprendendo muito nessa circulação. Partindo para o hotel. As ruas de Montenegro tranquilas. Molhando a palavra e observando ao redor. Fechando a noite em grande estilo: conversas filosóficas com a companheira de quarto, Amanara.
Amanheceu, outubro chegando muito bem, com trovões, ventos e muita chuva. Partindo para Lajeado.














domingo, 30 de setembro de 2018

Diário de bordo – Novo Hamburgo RS 29 de setembro de 2018







Chicão Santos
No aeroporto nossa linda escritora Ester Pilar Grossi para nos receber e receber o açaí que a Agrael trouxe de Belém e um cheirinho da Amazônia que a Zaine também ofereceu para esse lindo ser humano. Com pausa para um registro, seguimos para Novo Hamburgo, eu estava completamente deslocado geograficamente, mas nosso motorista Senhor Carlos foi atualizando e me situando, percebi que era muito perto, ligado em Porto Alegre, na região metropolitana. Saímos do aeroporto as 22 h e as 23h30 já estávamos instalados no Hotel. Fiz um breve contato com nossa Curadora Andressa Batista/SESC/RO e com a Rayana nossa técnica/produtora local em Novo Amburgo, comunicando a nossa chegada e tranquilizando, pois nossa caminhada continua dentro do que foi programado, proposto pela organização da Curadoria do Palco Giratório 2018. No dia 29/09, fiz um trabalho de produção, conversando com o nosso produtor de Montenegro, Mateus e com nossa produtora de Novo Hamburgo, Rayana. Às 10 horas seguimos para a montagem de luz/som. E o Palco continua girando. O local!!!! Uma rua (se essa rua fosse minha), com uma estrutura de palco e uma longa tenda e uma programação que viajava pelas obras de Miguel de Cervantes, contos de Grimm, pela culinária das barracas, dos tecidos talhados, do shop artesanal ou som pegado do rock e das 50 tons de pretas. Um caldeirão fervilhando e minha energia a mil por segundo. Um desafio gigantesco diante de nossa “baixa união” e elevada vaidade humana que não para de nos rondar. Energia a flor da pele e tudo tão instável. No Brasil e no mundo o movimento se fez contra o fascismo e a arrogância do “homem/mito/ferido/sem/asas”.
Enquanto as mulheres/homens/crianças/velhos se uniam entorno do #elenao #elejamais. Nosso foco estava na praça 20 de setembro e sua estética/ambiental/extraordinária. As 11h30 fomos ao hotel para fazer o check up pois deveríamos depois da apresentação partir para Montenegro. A produção local nos alojou num camarim adaptado no hall de entrada do Teatro que permanece em reforma. A luz já estava montada e todo material de cena preparado e guardado ali ao lado do palco. A programação da Aldeia iniciou as 15 horas e se estendeu até as 19h30. Neste período eu estava vibrando muito baixo e ai busquei refúgio na igreja/matriz, para estabilizar a energia e aprumar os sentidos. Bateu-me um movimento interno/sinuoso e apelei também para me livrar das “forças de sansão” e naquela cadeira e nas mãos do mestre com a conversa socialmente ajustada me estabilizei e voltei ao real. Voltei ao Prédio do Teatro/camarim/adaptado e uma breve e necessária conversa com as atrizes, que poucas vezes desejam ouvir minhas orientações, já estão num processo elevadíssimo... Desconsideram o aprendizado transmitido pelo suor e pelos calos do/a mestre/a. Mas neste dia/hora/minuto nada interferiu, pois o medo, a condição instável e a oposição da zona de conforto, fizeram todos descerem dos planos elevados do magistério conservador. Aplainado as divergentes ondas e acelerada a energia interna de cada um de nós ser pessoal/ser humano. Partimos para a pactuação/arte com o público e a delicadeza/sensibilização de construir afetos e laços com pessoas para a função ali estabelecer. Assim foi feito e a cena montada foi iniciada. Um desafio “Hercúleo” para fazer o espetáculo acontecer... A desmontagem da feira aconteceu junto com a encenação. Uma verdadeira enxurrada de sons, batidas e conversa, gritos, brigas etílicas/Coiso e tudo o que se pode imaginar aconteceu. Enfim, enfim, enfim... O teatro aconteceu mais uma vez. Desmontamos e colocamos tudo na VAN e partimos para Montenegro. Mais um desafio nesse meu breve currículo e da vida. Seguimos para mais um desafio. É o Palco que gira pelo Brasil.

Flávia Diniz

Viagem cansativa, porém, teve um lado positivo: ser recebidos por Esther Grossi com muitos suspiros. Um reencontro maravilhoso. Já estava com saudade e continuo. Partindo para Novo Hamburgo. Até chegar no hotel, organizar as coisas, desacelerar... dormir tarde e acordar cedo. Check out. E começa a correria de novo. Partindo para o evento. Essa experiência foi bem agitada. Ficar o dia todo no evento até a nossa apresentação. O bom é que treinei na natureza, na grama, perto das árvores. Achei estranho, chegar no RS e está calor! Bom pra mim, pra quem é cabocla, acostumada com o calor, mormaço. Maravilhoso. Depois de dois shows agitados, chega a hora da nossa apresentação. Que experiência! Estava insegura, pois o espaço era aberto. Tinha um palco. Mas algumas pessoas estavam dispersas por conta da bebida e de toda agitação de shows. A acústica não estava lá essas coisas, mas com todas essas adversidades, deu tudo certo! Provamos que a gente encara tudo! Trocas maravilhosas no bate-papo. É o tempo de trocar a roupa, organizar as coisas e pegar estrada novamente. Que coisa boa! adoro essas correrias!

Edmar Leite

•Dia 1 - Dia todo de Viagem. De Castanhal até Belém, Belem até Brasília, Brasília até Porto Alegre e Porto Alegre até Novo Hamburgo. Recepção no Aeroporto pela dona Eather. Seu Carlos será o comandante da nossa van durante todo a circulação pelo Rio Grande do Sul. Chegando em Novo Hamburgo apenas para descansar. Amanhã começa essa última etapa do Palco desse ano.
•Dia 2 - Indo cedo pra montagem, espaço ainda mais diferente, em palco na rua. Clima de feira, evento campal, barraquinhas aos poucos sendo montadas, pessoas chegando, comidas, bebidas, livros, roupas, diversidades. Aldeia Sesc na Praça 20 se Setembro foi assim. Clima agradável e lugar bonito. Montagem tranquila demais. Equipamentos de primeira e equipe boa de serviço. Aproveitando para encontrar leituras novas, ir ao fígaro, interagir com o espaço. Apresentação boa, forte, desafiadora. Bate papo fluiu. Público bom, logo foi entrando no clima. Tudo tranquilo, desmontagem e partida para o próximo destino. Novo Hamburgo que pouco vi e já gostei, deixa a curiosidade de saber mais. Chegada rápida em Montenegro. Descanso e amanhã tem espetáculo.

Agrael de Jesus

Saída de Castanhal com uma breve passada por Belém, conexão em Brasília e por fim chegada em Porto Alegre. O cansado era grande mas a recepção da amiga Rainha Ester com seu neto e seus merengues desfaz tudo. Um breve bate papo, abraços e fotos. Seu Carlos o motorista da Van também entrou no clima de confraternização. Embarcar cenário e bagagem e partir para Novo Hamburgo. Hotel, banho reconfortante e cama. Minha cabeça estourando de dor. Aproveitar para dormir até mais tarde, café da manhã às 11:00hs, fazer o check out e ir para o local da apresentação. Aldeia Sesc na praça em frente ao teatro. Uma tarde de muita agitação, música alta, barraquinhas com variedades. Aproveitei para fazer umas comprinhas. Sempre é bom adquiri livros. Calor de rachar, almoço delicioso num ambiente bucólico e acolhedor, o cansaço aumenta. A apresentação foi muito boa, apesar da dispersão das pessoas devido ao espaço e à cerveja artesanal que rolou abundantemente a tarde toda.  Bate papo maravilhoso com depoimentos surpreendentes. Depois dessa provamos que estamos prontos e disponíveis para o que Der e Vier. Somos adaptáveis. Tirar o figurino, embarcar o cenário e partir para a próxima cidade: Monte Negro nos aguarda. Daqui pra frente vai ser assim Vapt Vupt.

Zaine Diniz

Eita que começou o circuito RS, o último dessa Palco Giratório 2018, e que me surpreendeu logo de cara! Quantos Lugares diferentes em um mesmo lugar chamado Brasil. Quantos sotaques, quanta diferenças e quantas igualdades...  Chegamos em Porto Alegre e fomos recebidos pela querida Esther Gossi e sua delicia de Torre de Merengues, não resisti a tanta doçura, e pelo nosso motorista Sr Carlos que nos trouxe até Novo Hamburgo. Mas nem tudo são “flores” nessa nossa caminhada e uma Logística  meio Ilógica  nos apresenta a real do local. Nada que nos tira do sério - somos do Norte, logo, somos fortes! - Passar a tarde em um espaço adaptado até chegar a hora da nossa apresentação as 20:00. Calor, show de rock, me lembrei de quando minha filha colocava linkin park no volume máximo só pra me irritar, torturar, despertar o meu lado nada simpatico. Preferi o banco da praça, cheio de flores e árvores maravilhosas que me proporcionaram um encontro comigo mesma, forte e necessário. Enfim, nos foi colocado um grande desafio e topamos, fomos com tudo e a cena aconteceu! Um público que veio de dois shows altamente amplificados e os que ficaram para nos assistir, ficaram porque queriam mesmo assistir e aconteceu, e foi forte e foi  muuuuuito bom!  Pessoas interessadas em discutir sobre o universo do gênero e violência proposto pelo nosso trabalho. Ainda sobre o dia, admiro cada vez mais o nosso produtor e diretor Chicão Santos pela paciência, diplomacia ,tranquilidade e sabedoria em resolver as questões do nosso ofício e sobre as relações interpessoais. O desafio foi concluído com sucesso, e que venham as próximas apresentações seja em qual espaço nos for propostos, estamos prontas! Hora de seguir para Montenegro, dormir lá e apresentar amanhã.

Amanara Brandão


Longo caminho do Pará ao Rio Grande do Sul... encontrar a dona Esther Grossi no aeroporto, com mimos doces, reencontro especial. Encontrar também o sr Carlos, que é quem comanda a van que vai nos levar pelo interior gaúcho. Chegamos em Novo Hamburgo na madrugada; correria até na hora de descansar. Diária encerrou 12:00, a apresentação era só às 20:00... lá fomos nós acompanhar toda a programação do avento da Aldeia Sesc; feira de artesãs locais, oficina de bolha de sabão gigante com as crianças, grande palco montado na rua, coberto por tendas. A praça linda; arborizada, deitei na grama por algum momento, observando a movimentação. Famílias com crianças, banda de rock no começo da tarde, samba em seguida... Curtimos o evento, na medida do possível, já que estávamos ali a trabalho e não à curtição... o dia era quente, calor que amolece, sonzeira alta na cabeça... difícil concentrar; a certa altura, estávamos as quatro atrizes deitadas no chão do camarim improvisado tentando relaxar. Fiquei preocupada com a acústica do palco e das tendas, já que não usamos microfone... mas deu tudo certo; Chicão e Edmar montaram a luz da melhor forma possível e nós conseguimos dar nosso melhor, projetar a voz e energizar nossa presença mais que o comum, já que as circunstâncias exigiam o máximo de concentração  (mas sem tensão). Aconteceu! Mais uma prova do quão profissionais somos, unidos pra fazer nosso trabalho acontecer. Nesse dia que milhares de mulheres estavam mobilizadas contra o fascismo nas ruas de todo o país, minha manifestação #EleNão foi em cena, me permitindo ter voz e fazer ver e ouvir essas vozes que atravessam milênios.