Chicão Santos
No aeroporto nossa linda
escritora Ester Pilar Grossi para nos receber e receber o açaí que a Agrael trouxe de
Belém e um cheirinho da Amazônia que a Zaine também ofereceu para esse lindo
ser humano. Com pausa para um registro, seguimos para Novo Hamburgo, eu estava
completamente deslocado geograficamente, mas nosso motorista Senhor Carlos foi
atualizando e me situando, percebi que era muito perto, ligado em Porto Alegre,
na região metropolitana. Saímos do aeroporto as 22 h e as 23h30 já estávamos
instalados no Hotel. Fiz um breve contato com nossa Curadora Andressa
Batista/SESC/RO e com a Rayana nossa técnica/produtora local em Novo Amburgo,
comunicando a nossa chegada e tranquilizando, pois nossa caminhada continua
dentro do que foi programado, proposto pela organização da Curadoria do Palco
Giratório 2018. No dia 29/09, fiz um trabalho de produção, conversando com o
nosso produtor de Montenegro, Mateus e com nossa produtora de Novo Hamburgo,
Rayana. Às 10 horas seguimos para a montagem de luz/som. E o Palco continua
girando. O local!!!! Uma rua (se essa rua fosse minha), com uma estrutura de
palco e uma longa tenda e uma programação que viajava pelas obras de Miguel de
Cervantes, contos de Grimm, pela culinária das barracas, dos tecidos talhados,
do shop artesanal ou som pegado do rock e das 50 tons de pretas. Um caldeirão
fervilhando e minha energia a mil por segundo. Um desafio gigantesco diante de
nossa “baixa união” e elevada vaidade humana que não para de nos rondar.
Energia a flor da pele e tudo tão instável. No Brasil e no mundo o movimento se
fez contra o fascismo e a arrogância do “homem/mito/ferido/sem/asas”.
Enquanto as
mulheres/homens/crianças/velhos se uniam entorno do #elenao #elejamais. Nosso
foco estava na praça 20 de setembro e sua estética/ambiental/extraordinária. As
11h30 fomos ao hotel para fazer o check up pois deveríamos depois da
apresentação partir para Montenegro. A produção local nos alojou num camarim
adaptado no hall de entrada do Teatro que permanece em reforma. A luz já estava
montada e todo material de cena preparado e guardado ali ao lado do palco. A
programação da Aldeia iniciou as 15 horas e se estendeu até as 19h30. Neste
período eu estava vibrando muito baixo e ai busquei refúgio na igreja/matriz,
para estabilizar a energia e aprumar os sentidos. Bateu-me um movimento
interno/sinuoso e apelei também para me livrar das “forças de sansão” e naquela
cadeira e nas mãos do mestre com a conversa socialmente ajustada me estabilizei
e voltei ao real. Voltei ao Prédio do Teatro/camarim/adaptado e uma breve e
necessária conversa com as atrizes, que poucas vezes desejam ouvir minhas
orientações, já estão num processo elevadíssimo... Desconsideram o aprendizado
transmitido pelo suor e pelos calos do/a mestre/a. Mas neste dia/hora/minuto
nada interferiu, pois o medo, a condição instável e a oposição da zona de
conforto, fizeram todos descerem dos planos elevados do magistério conservador.
Aplainado as divergentes ondas e acelerada a energia interna de cada um de nós
ser pessoal/ser humano. Partimos para a pactuação/arte com o público e a
delicadeza/sensibilização de construir afetos e laços com pessoas para a função
ali estabelecer. Assim foi feito e a cena montada foi iniciada. Um desafio
“Hercúleo” para fazer o espetáculo acontecer... A desmontagem da feira
aconteceu junto com a encenação. Uma verdadeira enxurrada de sons, batidas e
conversa, gritos, brigas etílicas/Coiso e tudo o que se pode imaginar
aconteceu. Enfim, enfim, enfim... O teatro aconteceu mais uma vez. Desmontamos
e colocamos tudo na VAN e partimos para Montenegro. Mais um desafio nesse meu
breve currículo e da vida. Seguimos para mais um desafio. É o Palco que gira
pelo Brasil.
Flávia Diniz
Viagem cansativa, porém, teve um
lado positivo: ser recebidos por Esther Grossi com muitos suspiros. Um
reencontro maravilhoso. Já estava com saudade e continuo. Partindo para Novo
Hamburgo. Até chegar no hotel, organizar as coisas, desacelerar... dormir tarde
e acordar cedo. Check out. E começa a correria de novo. Partindo para o evento.
Essa experiência foi bem agitada. Ficar o dia todo no evento até a nossa
apresentação. O bom é que treinei na natureza, na grama, perto das árvores.
Achei estranho, chegar no RS e está calor! Bom pra mim, pra quem é cabocla,
acostumada com o calor, mormaço. Maravilhoso. Depois de dois shows agitados,
chega a hora da nossa apresentação. Que experiência! Estava insegura, pois o
espaço era aberto. Tinha um palco. Mas algumas pessoas estavam dispersas por
conta da bebida e de toda agitação de shows. A acústica não estava lá essas
coisas, mas com todas essas adversidades, deu tudo certo! Provamos que a gente
encara tudo! Trocas maravilhosas no bate-papo. É o tempo de trocar a roupa,
organizar as coisas e pegar estrada novamente. Que coisa boa! adoro essas
correrias!
Edmar Leite
•Dia 1 - Dia todo de Viagem. De
Castanhal até Belém, Belem até Brasília, Brasília até Porto Alegre e Porto
Alegre até Novo Hamburgo. Recepção no Aeroporto pela dona Eather. Seu Carlos
será o comandante da nossa van durante todo a circulação pelo Rio Grande do
Sul. Chegando em Novo Hamburgo apenas para descansar. Amanhã começa essa última
etapa do Palco desse ano.
•Dia 2 - Indo cedo pra montagem,
espaço ainda mais diferente, em palco na rua. Clima de feira, evento campal,
barraquinhas aos poucos sendo montadas, pessoas chegando, comidas, bebidas,
livros, roupas, diversidades. Aldeia Sesc na Praça 20 se Setembro foi assim.
Clima agradável e lugar bonito. Montagem tranquila demais. Equipamentos de
primeira e equipe boa de serviço. Aproveitando para encontrar leituras novas,
ir ao fígaro, interagir com o espaço. Apresentação boa, forte, desafiadora.
Bate papo fluiu. Público bom, logo foi entrando no clima. Tudo tranquilo,
desmontagem e partida para o próximo destino. Novo Hamburgo que pouco vi e já
gostei, deixa a curiosidade de saber mais. Chegada rápida em Montenegro.
Descanso e amanhã tem espetáculo.
Agrael de Jesus
Saída de Castanhal com uma breve
passada por Belém, conexão em Brasília e por fim chegada em Porto Alegre. O
cansado era grande mas a recepção da amiga Rainha Ester com seu neto e seus
merengues desfaz tudo. Um breve bate papo, abraços e fotos. Seu Carlos o
motorista da Van também entrou no clima de confraternização. Embarcar cenário e
bagagem e partir para Novo Hamburgo. Hotel, banho reconfortante e cama. Minha
cabeça estourando de dor. Aproveitar para dormir até mais tarde, café da manhã
às 11:00hs, fazer o check out e ir para o local da apresentação. Aldeia Sesc na
praça em frente ao teatro. Uma tarde de muita agitação, música alta,
barraquinhas com variedades. Aproveitei para fazer umas comprinhas. Sempre é
bom adquiri livros. Calor de rachar, almoço delicioso num ambiente bucólico e
acolhedor, o cansaço aumenta. A apresentação foi muito boa, apesar da dispersão
das pessoas devido ao espaço e à cerveja artesanal que rolou abundantemente a
tarde toda. Bate papo maravilhoso com
depoimentos surpreendentes. Depois dessa provamos que estamos prontos e
disponíveis para o que Der e Vier. Somos adaptáveis. Tirar o figurino, embarcar
o cenário e partir para a próxima cidade: Monte Negro nos aguarda. Daqui pra
frente vai ser assim Vapt Vupt.
Zaine Diniz
Eita que começou o circuito RS, o
último dessa Palco Giratório 2018, e que me surpreendeu logo de cara! Quantos
Lugares diferentes em um mesmo lugar chamado Brasil. Quantos sotaques, quanta
diferenças e quantas igualdades...
Chegamos em Porto Alegre e fomos recebidos pela querida Esther Gossi e
sua delicia de Torre de Merengues, não resisti a tanta doçura, e pelo nosso
motorista Sr Carlos que nos trouxe até Novo Hamburgo. Mas nem tudo são “flores”
nessa nossa caminhada e uma Logística
meio Ilógica nos apresenta a real
do local. Nada que nos tira do sério - somos do Norte, logo, somos fortes! -
Passar a tarde em um espaço adaptado até chegar a hora da nossa apresentação as
20:00. Calor, show de rock, me lembrei de quando minha filha colocava linkin
park no volume máximo só pra me irritar, torturar, despertar o meu lado nada
simpatico. Preferi o banco da praça, cheio de flores e árvores maravilhosas que
me proporcionaram um encontro comigo mesma, forte e necessário. Enfim, nos foi
colocado um grande desafio e topamos, fomos com tudo e a cena aconteceu! Um
público que veio de dois shows altamente amplificados e os que ficaram para nos
assistir, ficaram porque queriam mesmo assistir e aconteceu, e foi forte e
foi muuuuuito bom! Pessoas interessadas em discutir sobre o
universo do gênero e violência proposto pelo nosso trabalho. Ainda sobre o dia,
admiro cada vez mais o nosso produtor e diretor Chicão Santos pela paciência,
diplomacia ,tranquilidade e sabedoria em resolver as questões do nosso ofício e
sobre as relações interpessoais. O desafio foi concluído com sucesso, e que
venham as próximas apresentações seja em qual espaço nos for propostos, estamos
prontas! Hora de seguir para Montenegro, dormir lá e apresentar amanhã.
Amanara Brandão
Longo caminho do Pará ao Rio
Grande do Sul... encontrar a dona Esther Grossi no aeroporto, com mimos doces,
reencontro especial. Encontrar também o sr Carlos, que é quem comanda a van que
vai nos levar pelo interior gaúcho. Chegamos em Novo Hamburgo na madrugada;
correria até na hora de descansar. Diária encerrou 12:00, a apresentação era só
às 20:00... lá fomos nós acompanhar toda a programação do avento da Aldeia
Sesc; feira de artesãs locais, oficina de bolha de sabão gigante com as
crianças, grande palco montado na rua, coberto por tendas. A praça linda;
arborizada, deitei na grama por algum momento, observando a movimentação.
Famílias com crianças, banda de rock no começo da tarde, samba em seguida...
Curtimos o evento, na medida do possível, já que estávamos ali a trabalho e não
à curtição... o dia era quente, calor que amolece, sonzeira alta na cabeça...
difícil concentrar; a certa altura, estávamos as quatro atrizes deitadas no
chão do camarim improvisado tentando relaxar. Fiquei preocupada com a acústica
do palco e das tendas, já que não usamos microfone... mas deu tudo certo;
Chicão e Edmar montaram a luz da melhor forma possível e nós conseguimos dar
nosso melhor, projetar a voz e energizar nossa presença mais que o comum, já
que as circunstâncias exigiam o máximo de concentração (mas sem tensão). Aconteceu! Mais uma prova
do quão profissionais somos, unidos pra fazer nosso trabalho acontecer. Nesse
dia que milhares de mulheres estavam mobilizadas contra o fascismo nas ruas de
todo o país, minha manifestação #EleNão foi em cena, me permitindo ter voz e
fazer ver e ouvir essas vozes que atravessam milênios.
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