domingo, 30 de setembro de 2018

Diário de bordo – Novo Hamburgo RS 29 de setembro de 2018







Chicão Santos
No aeroporto nossa linda escritora Ester Pilar Grossi para nos receber e receber o açaí que a Agrael trouxe de Belém e um cheirinho da Amazônia que a Zaine também ofereceu para esse lindo ser humano. Com pausa para um registro, seguimos para Novo Hamburgo, eu estava completamente deslocado geograficamente, mas nosso motorista Senhor Carlos foi atualizando e me situando, percebi que era muito perto, ligado em Porto Alegre, na região metropolitana. Saímos do aeroporto as 22 h e as 23h30 já estávamos instalados no Hotel. Fiz um breve contato com nossa Curadora Andressa Batista/SESC/RO e com a Rayana nossa técnica/produtora local em Novo Amburgo, comunicando a nossa chegada e tranquilizando, pois nossa caminhada continua dentro do que foi programado, proposto pela organização da Curadoria do Palco Giratório 2018. No dia 29/09, fiz um trabalho de produção, conversando com o nosso produtor de Montenegro, Mateus e com nossa produtora de Novo Hamburgo, Rayana. Às 10 horas seguimos para a montagem de luz/som. E o Palco continua girando. O local!!!! Uma rua (se essa rua fosse minha), com uma estrutura de palco e uma longa tenda e uma programação que viajava pelas obras de Miguel de Cervantes, contos de Grimm, pela culinária das barracas, dos tecidos talhados, do shop artesanal ou som pegado do rock e das 50 tons de pretas. Um caldeirão fervilhando e minha energia a mil por segundo. Um desafio gigantesco diante de nossa “baixa união” e elevada vaidade humana que não para de nos rondar. Energia a flor da pele e tudo tão instável. No Brasil e no mundo o movimento se fez contra o fascismo e a arrogância do “homem/mito/ferido/sem/asas”.
Enquanto as mulheres/homens/crianças/velhos se uniam entorno do #elenao #elejamais. Nosso foco estava na praça 20 de setembro e sua estética/ambiental/extraordinária. As 11h30 fomos ao hotel para fazer o check up pois deveríamos depois da apresentação partir para Montenegro. A produção local nos alojou num camarim adaptado no hall de entrada do Teatro que permanece em reforma. A luz já estava montada e todo material de cena preparado e guardado ali ao lado do palco. A programação da Aldeia iniciou as 15 horas e se estendeu até as 19h30. Neste período eu estava vibrando muito baixo e ai busquei refúgio na igreja/matriz, para estabilizar a energia e aprumar os sentidos. Bateu-me um movimento interno/sinuoso e apelei também para me livrar das “forças de sansão” e naquela cadeira e nas mãos do mestre com a conversa socialmente ajustada me estabilizei e voltei ao real. Voltei ao Prédio do Teatro/camarim/adaptado e uma breve e necessária conversa com as atrizes, que poucas vezes desejam ouvir minhas orientações, já estão num processo elevadíssimo... Desconsideram o aprendizado transmitido pelo suor e pelos calos do/a mestre/a. Mas neste dia/hora/minuto nada interferiu, pois o medo, a condição instável e a oposição da zona de conforto, fizeram todos descerem dos planos elevados do magistério conservador. Aplainado as divergentes ondas e acelerada a energia interna de cada um de nós ser pessoal/ser humano. Partimos para a pactuação/arte com o público e a delicadeza/sensibilização de construir afetos e laços com pessoas para a função ali estabelecer. Assim foi feito e a cena montada foi iniciada. Um desafio “Hercúleo” para fazer o espetáculo acontecer... A desmontagem da feira aconteceu junto com a encenação. Uma verdadeira enxurrada de sons, batidas e conversa, gritos, brigas etílicas/Coiso e tudo o que se pode imaginar aconteceu. Enfim, enfim, enfim... O teatro aconteceu mais uma vez. Desmontamos e colocamos tudo na VAN e partimos para Montenegro. Mais um desafio nesse meu breve currículo e da vida. Seguimos para mais um desafio. É o Palco que gira pelo Brasil.

Flávia Diniz

Viagem cansativa, porém, teve um lado positivo: ser recebidos por Esther Grossi com muitos suspiros. Um reencontro maravilhoso. Já estava com saudade e continuo. Partindo para Novo Hamburgo. Até chegar no hotel, organizar as coisas, desacelerar... dormir tarde e acordar cedo. Check out. E começa a correria de novo. Partindo para o evento. Essa experiência foi bem agitada. Ficar o dia todo no evento até a nossa apresentação. O bom é que treinei na natureza, na grama, perto das árvores. Achei estranho, chegar no RS e está calor! Bom pra mim, pra quem é cabocla, acostumada com o calor, mormaço. Maravilhoso. Depois de dois shows agitados, chega a hora da nossa apresentação. Que experiência! Estava insegura, pois o espaço era aberto. Tinha um palco. Mas algumas pessoas estavam dispersas por conta da bebida e de toda agitação de shows. A acústica não estava lá essas coisas, mas com todas essas adversidades, deu tudo certo! Provamos que a gente encara tudo! Trocas maravilhosas no bate-papo. É o tempo de trocar a roupa, organizar as coisas e pegar estrada novamente. Que coisa boa! adoro essas correrias!

Edmar Leite

•Dia 1 - Dia todo de Viagem. De Castanhal até Belém, Belem até Brasília, Brasília até Porto Alegre e Porto Alegre até Novo Hamburgo. Recepção no Aeroporto pela dona Eather. Seu Carlos será o comandante da nossa van durante todo a circulação pelo Rio Grande do Sul. Chegando em Novo Hamburgo apenas para descansar. Amanhã começa essa última etapa do Palco desse ano.
•Dia 2 - Indo cedo pra montagem, espaço ainda mais diferente, em palco na rua. Clima de feira, evento campal, barraquinhas aos poucos sendo montadas, pessoas chegando, comidas, bebidas, livros, roupas, diversidades. Aldeia Sesc na Praça 20 se Setembro foi assim. Clima agradável e lugar bonito. Montagem tranquila demais. Equipamentos de primeira e equipe boa de serviço. Aproveitando para encontrar leituras novas, ir ao fígaro, interagir com o espaço. Apresentação boa, forte, desafiadora. Bate papo fluiu. Público bom, logo foi entrando no clima. Tudo tranquilo, desmontagem e partida para o próximo destino. Novo Hamburgo que pouco vi e já gostei, deixa a curiosidade de saber mais. Chegada rápida em Montenegro. Descanso e amanhã tem espetáculo.

Agrael de Jesus

Saída de Castanhal com uma breve passada por Belém, conexão em Brasília e por fim chegada em Porto Alegre. O cansado era grande mas a recepção da amiga Rainha Ester com seu neto e seus merengues desfaz tudo. Um breve bate papo, abraços e fotos. Seu Carlos o motorista da Van também entrou no clima de confraternização. Embarcar cenário e bagagem e partir para Novo Hamburgo. Hotel, banho reconfortante e cama. Minha cabeça estourando de dor. Aproveitar para dormir até mais tarde, café da manhã às 11:00hs, fazer o check out e ir para o local da apresentação. Aldeia Sesc na praça em frente ao teatro. Uma tarde de muita agitação, música alta, barraquinhas com variedades. Aproveitei para fazer umas comprinhas. Sempre é bom adquiri livros. Calor de rachar, almoço delicioso num ambiente bucólico e acolhedor, o cansaço aumenta. A apresentação foi muito boa, apesar da dispersão das pessoas devido ao espaço e à cerveja artesanal que rolou abundantemente a tarde toda.  Bate papo maravilhoso com depoimentos surpreendentes. Depois dessa provamos que estamos prontos e disponíveis para o que Der e Vier. Somos adaptáveis. Tirar o figurino, embarcar o cenário e partir para a próxima cidade: Monte Negro nos aguarda. Daqui pra frente vai ser assim Vapt Vupt.

Zaine Diniz

Eita que começou o circuito RS, o último dessa Palco Giratório 2018, e que me surpreendeu logo de cara! Quantos Lugares diferentes em um mesmo lugar chamado Brasil. Quantos sotaques, quanta diferenças e quantas igualdades...  Chegamos em Porto Alegre e fomos recebidos pela querida Esther Gossi e sua delicia de Torre de Merengues, não resisti a tanta doçura, e pelo nosso motorista Sr Carlos que nos trouxe até Novo Hamburgo. Mas nem tudo são “flores” nessa nossa caminhada e uma Logística  meio Ilógica  nos apresenta a real do local. Nada que nos tira do sério - somos do Norte, logo, somos fortes! - Passar a tarde em um espaço adaptado até chegar a hora da nossa apresentação as 20:00. Calor, show de rock, me lembrei de quando minha filha colocava linkin park no volume máximo só pra me irritar, torturar, despertar o meu lado nada simpatico. Preferi o banco da praça, cheio de flores e árvores maravilhosas que me proporcionaram um encontro comigo mesma, forte e necessário. Enfim, nos foi colocado um grande desafio e topamos, fomos com tudo e a cena aconteceu! Um público que veio de dois shows altamente amplificados e os que ficaram para nos assistir, ficaram porque queriam mesmo assistir e aconteceu, e foi forte e foi  muuuuuito bom!  Pessoas interessadas em discutir sobre o universo do gênero e violência proposto pelo nosso trabalho. Ainda sobre o dia, admiro cada vez mais o nosso produtor e diretor Chicão Santos pela paciência, diplomacia ,tranquilidade e sabedoria em resolver as questões do nosso ofício e sobre as relações interpessoais. O desafio foi concluído com sucesso, e que venham as próximas apresentações seja em qual espaço nos for propostos, estamos prontas! Hora de seguir para Montenegro, dormir lá e apresentar amanhã.

Amanara Brandão


Longo caminho do Pará ao Rio Grande do Sul... encontrar a dona Esther Grossi no aeroporto, com mimos doces, reencontro especial. Encontrar também o sr Carlos, que é quem comanda a van que vai nos levar pelo interior gaúcho. Chegamos em Novo Hamburgo na madrugada; correria até na hora de descansar. Diária encerrou 12:00, a apresentação era só às 20:00... lá fomos nós acompanhar toda a programação do avento da Aldeia Sesc; feira de artesãs locais, oficina de bolha de sabão gigante com as crianças, grande palco montado na rua, coberto por tendas. A praça linda; arborizada, deitei na grama por algum momento, observando a movimentação. Famílias com crianças, banda de rock no começo da tarde, samba em seguida... Curtimos o evento, na medida do possível, já que estávamos ali a trabalho e não à curtição... o dia era quente, calor que amolece, sonzeira alta na cabeça... difícil concentrar; a certa altura, estávamos as quatro atrizes deitadas no chão do camarim improvisado tentando relaxar. Fiquei preocupada com a acústica do palco e das tendas, já que não usamos microfone... mas deu tudo certo; Chicão e Edmar montaram a luz da melhor forma possível e nós conseguimos dar nosso melhor, projetar a voz e energizar nossa presença mais que o comum, já que as circunstâncias exigiam o máximo de concentração  (mas sem tensão). Aconteceu! Mais uma prova do quão profissionais somos, unidos pra fazer nosso trabalho acontecer. Nesse dia que milhares de mulheres estavam mobilizadas contra o fascismo nas ruas de todo o país, minha manifestação #EleNão foi em cena, me permitindo ter voz e fazer ver e ouvir essas vozes que atravessam milênios.


 














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