terça-feira, 22 de maio de 2018

Diário bordo em Cuiabá







DIARIO DE BORDO – CUIABÁ (MT) Data 18 até 21/04 As Mulheres do Alua no Mato Grosso Local: Teatro do SESC ARSENAL Data 19/04 – 19h 
Zaine Diniz - Enfim, a primeira cidade desse circuito Palco Giratório 2018 CUIABÁ, que para nós do O Imaginário é a casa da “vizinha” amiga, pois já apresentamos varias vezes em outras ocasiões , neste espaço Sesc Arsenal que é tão precioso - por sua arquitetura, sua história que exala cultura por todos os cantos deste celeiro de arte que nos acolhe e nos encanta. Apresentar neste palco, é sempre uma alegria - desta vez não foi diferente - a acolhida pelos técnicos do sesc, fez com que nosso trabalho transcorresse sem stress e com muita tranquilidade. E o clima? Frio em Cuiabá?!?! Sim!!!! Como das outras vezes que viemos Coincidências da natureza imprevisível. A apresentação em si transcorreu de forma única, com um público seleto onde os que ficaram para o bate papo (poucos, pois havia outra apresentação em seguida) foram de uma generosidade incrível em discutir sobre o espetáculo, sobre a temática, tão forte e necessária nos dias de hoje. No dia seguinte, após reunião de avaliação que sempre fazemos , nos preparamos e seguimos para o “Pensamento Giratório “ onde Fizemos uma Roda para discutir sobre A Mulher na Cena Amazônica - desafios, conquistas, lutas, emponderamento, Pensamento homem, família, mercado de trabalho, enfrentamento, estigmas e a nossa ARTE. Nossa passagem foi breve nessas terras que tbm são minhas, pois sou mato-grossense de nascimento e Rondoniana de escolha e de coração Mas esses breves dias, alguma coisa mudou em mim, como sempre acontece quando paro pra refletir sobre o meu fazer teatral, sobre o papel da arte e o meu papel nesse contexto. Saio fortalecida. Mais uma vivência, entre risos, lágrimas de emoção da companheira de cena Amanara - tão novinha!!! Tão linda e verdadeira na sua fala que emociona a todos e a si mesma ... E agora, que venha a próxima!!! POA, estamos chegando.! Evoé!!! 
Agrael de Jesus Nessa etapa seguimos primeiro para Cuiabá, fizemos uma excelente viagem e fomos super bem recebidos pela Izabela, pessoa amável e gentil. Amo Cuiabá, tenho vários amigos e afilhada que aqui residem. Como sempre, coincidência ou não, a temperatura baixou. Mas está suportável kkkkk. Tivemos a oportunidade de assistir o espetáculo Eu Sem Você Não Sou Ninguém, da Cia Teatral Turma do Biribinha. Espetáculo maravilhoso. Após o espetáculo tive o bate papo e foi muito gratificante e enriquecedor ver e ouvir o ator com toda a vivasidade no alto dos seus 67 anos e comemorando 60 anos de profissão. Exemplo para todos nós. Nossa apresentação foi maravilhosa, o palco do teatro Arsenal me transmite uma segurança e ao mesmo tempo uma inquietação. Bom público, como sempre meus parentes e amigos nos prestigiando. Cantar a música ao final, sem play back, foi uma experiência muito gostosa. Após espetáculo um bate papo gostoso, perguntas e questionamentos coerentes e interessantes No pensamento giratório foi tudo muito mágico e divino. Ensinamos coisas e aprendemos tantas outras. Isso é viver, conhecer, ensinar e aprender. Partindo para o Sul. Que Deus nos acompanhe e nos guie. 
Flavia Diniz Diário de Bordo - 18/05/18 Chegamos em Cuiabá - MT por volta de 8:30/9h a.m. Fomos para o Sesc Arsenal. Em seguida, fomos tomar café e depois partimos para o hotel. À noite assistimos o espetáculo do Biribinha. Foi maravilhoso! 2ª dia - Dia choroso. Chuvoso. Dia de apresentação. A temperatura da cidade já estava começando a cair. Foi uma apresentação boa. Pós-apresentação fomos conhecer um restaurante/bar metade cheio. Foi muito nostálgico. Lembrei-me de porto velho. Voltamos para o hotel. 3ª dia - Cuiabá estava frio. Fui conhecer a arquitetura da cidade na parte da manhã. Em seguida, fomos almoçar e depois fomos ao shopping. À noite houve o pensamento Giratório. Foi uma noite de muito conhecimento, de trocas de informações. Pós o pensamento giratório, fomos assistir espetáculos. Saímos para comer algo e depois para o hotel. 
Edmar Leite Dia 01 Viagens tranquilas, deu até pra descansar um tanto, pouco ou nenhum atraso. O pouso em Cuiabá demorou um pouquinho devido a um catioro aventureiro brincando na pista. Fluxo pareado. Calor. Cidade organizada. Revisita ao Sesc Arsenal, lugar bonito demais, boa lembrança do Sesc Amazônia das Artes. Um pequeno reajuste de harmonia. Jeito e sons de cidade grande. Tarde livre. Escurece bem cedo aqui hein. Assistir os companheiros de Palco à noite. Biribinha, vida contada. Biografia de todos. Conversando consigo. Mestre em cena. Aprendizado gigante. Oi Lu. Dia 2 Amanheceu quase frio, interessante.. segunda vez que viemos em Cuiabá e esfria kkkkk Montagem de Cenário e Luz, ocorreu tudo bem, equipe bem solícita e eficiente, participaram de duas montagens ao mesmo tempo, valeu Roberto. Temperatura caiu mais, bueno. Hoje tem espetáculo, tem sim senhor. Conferindo os conferidos, passando, opa olha o foco do monólogo ^^ Espetáculo rolou legal. Até faltas ensaiadas entram nas brincadeiras de bola de hoje em dia kkkkkk. Metade cheio. Dia 3 Manhã livre. Cidade para no domingo. Pensamento Giratório, se desenvolveu de forma clara r construtiva. Espetáculo de circo, treinamento, força, leveza, incrível e natural. Eles não usam tênis naique.. baque, fôlego some, música, ruído, ritmo, quebra da quarta parede, dar e tomar, inversões. Jantar, mais frio, dormir.. Até breve Cuiabá! Valeu Cacau e Isa. 
Amanara Brandão 18 de maio. E aqui começamos nossa jornada nesse projeto grandioso... muito ânimo, garra, energia diretamente da Fonte inesgotável. Vôo tranquilo de Porto Velho a Brasília, conexão rápida e mais tranquilidade de Brasília a Cuiabá. Muito bem recepcionadas no aeroporto pela Izabela. O calor cuiabano nos acolhendo, e como um presente, logo nessa chegada pudemos assistir o espetáculo da Turma do Biribinha, que ainda não conhecíamos e a partir daqui virou uma grande inspiração e referência. Sábado, 19 de maio, dia de apresentação e logo cedo Edmar e Chicão partem para a montagem de luz, cenário e som no Teatro. As quatro atrizes permanecem em concentração; cuidando da alimentação, exercitando o corpo, passando texto, estreitando laços... fim de tarde já no camarim, a hora da apresentação se aproxima... 19:00! Aquecidíssimas, sintonizadas, e lá vamos nós contar essas histórias pro público cuiabano que lotou as poltronas do Teatro e nos recepcionou de forma tão acolhedora. Foi lindo! Após desmontar o cenário coletivamente, já estávamos livres pra sentir a friagem noite a dentro... Mais tarde, encontrei as companheiras de cena do Coletivo Lugar Comum (PE) e fiquei sabendo que elas também usufruiram de nossas músicas de aquecimento, ouvindo na sala ao lado enquanto também se preparavam para apresentar às 20:00. Ambas embaladas pelo Tecnomacumba de Rita Ribeiro. Força!!! Essa noite foi GRL PWR, dois espetáculos de mulheres em cena fazendo acontecer a magia de materializar cotidianamente ideias revolucionárias. Nós somos a própria revolução! 20/05 Dia de Pensamento Giratório... ufa!!! Que riqueza esse primeiro Pensamento Giratório. Na companhia das mediadoras Tereza e Talita, a hora correu tão rápido que nem percebemos, tamanha amplitude de assuntos a serem tratados nessa temática. Construção social, coletividade-indivíduo... Perceber e compartilhar do íntimo, de como esses assuntos nos afetam diariamente, foi/é sempre como um expurgo, nesse momento qualquer barreira criada de "vida pessoal X profissional" é quebrada. 
Chicão Santos Cachorro & frio & Sola de sapato 18/05 – Partimos para Cuiabá, mas como a lógica é ir em Brasília... obedientes, não havendo outra maneira rumamos para o planalto. 2h40 e (de) repente o sol já estava brilhando com um tom avermelhado, falei pro Edmar o primeiro refletor já está acesso, uma luz que transpassou todo o interior da aeronave, foi rápido e já estávamos circulando com passos apressados pelo aeroporto shopping, como diz o Mestre Amir. 1h45 depois já estávamos na capital do Mato Grosso, quase lá... o avião teve que abortar a aterrissagem, pois o comandante avisou que o pessoal de solo havia comunicado que um cachorro atrevido estava na pista “imaginando o imaginário”!!!!! Avião que circula pelos ares e cachorro que corre pela pista, nada de susto, aeronave no solo. No comando do receptivo a jovem Isabela. Uma rápida passagem pelo Arsenal e já estamos perambulando pelas ruas próxima do Sesc em busca de um café. Rapidamente Isabela nos acomodou no Hotel preparando para o pessoal que gira pelo palco que é giratório. Do almoço a noite passou-se com um cochilo e já estávamos no belo jardim, do encantador SESC ARSENAL com Mateus e Kakau e embarcamos numa viagem pelo universo do Biribinha... do circo-teatro, no drama e no pastelão da comicidade de um espetáculo dramaturgicamente bem custurado que me fez reportar aos personagens/mascaras de Becket/essa linha tênue entre o ser/criatura e a persona. No palco 60 anos de de maestria, de ofício, memorias respingando em nossas almas: real e ficção tudo misturado. Um homem palhaço ou um palhaço/homem, fazendo o jogo com seu boneco misturando ingredientes lúdicos para encantar crianças, jovens e velhos. Biribinha me remeteu ao meu Bisavô Joaquim, meu circense-família, espanhol, que também equilibrou se por essa vida e no desiquilíbrio foi para o “circo-etéreo”. Fascinante e visceral. A noite linda... um banho na alma dessoa pessoa-criança. Para pisar neste e em outros chão sagrados é preciso limpar a sola dos sapatos, dizia meu palhaço velho/pai. Senti o barulho do ar do quarto do hotel e no balancear de uma dosagem alimentar matinal. Já estamos descendo e subindo escadas no teatro do sesc arsenal, acompanhado no Roberto no ataque, Edmar na retaguarda e eu no meio de campo e uma transição de cabos/refletores/fios/tomates/surpresas e a luz já estava pronta. No som a sonoridade da voz do venezuelano ao papo genial com o Sandro tudo numa fração de segundos-instantes. Kakau aciona as coleta das tarjetas de acesso de um publico fiel e que já estava convencionado com Mateus nesta noite vamos beber esse aluá para também ficar a flor da pele. Queremos os dois espetáculos exclamou um moço que estava entrando na plateia. As atrizes iam pisando sorrateiramente o palco em direção as janelas e a luz abre as cortinas da ficção e o público é fisgado pela cena primeira de quatro mulheres de cera/pedra na ribalta da perversidade da hostilidade humana. Quando misturada as mulheres/atrizes/personagens/publico a sena ganha contorno de uma ação pós-dramática para alguns e fica refletiva de um hiper-realismo da urgência da vida devassada dessas guerreiras mulheres do século quase passado/presente. Entre um corro/corre o debate com corpos tortos e olhares deslizantes... As violências ganharam os ares do acolhedor planeta/cênico que urgência fez movimento. Conversas e relatos verdadeiros. Tudo embalados: os cenários e os corpos, pois o frio chegou com “os imaginários” não só desta vez, mas por outras vezes. Daí meio quilo ou metade de um quilo é nada diante do frio no osso da costela degustada por dentes feroz das atrizes ferina/feridas pelas regras da dieta celestial. Das ruas/passos largos e dos corpos frios, o refugio na fé, no discurso desatualizado da imponente obra arquitetônica da igreja/murro: “A riqueza material não traz a felicidade” (...) Girando pelas abertas fendas de um centro histórico chegamos num pensamento que também gira-conversas com avides a cena/amazônica deslizando pelas histórias, pelas memórias, pela narrativa crua e visceral, desnudada de sofisticações, de apelos lógicos/conceituados na ração. Cospe pelos olhos as emoções sentidas e pelas almas as (in)certezas do feminino latente na carne crua e nas pegadas calejadas pelo tempo. As Mulheres do tempo e da hora ocupando tudo o que é cênico... Não há metáforas, não há codificação e tão pouco mundo irreal. São seres/humanos que sussurram/falam/gritam no espaçamento de seis colunas/mulheres que mistura a alma suada, girando deparamos com corpos nos jardins em equilíbrios/desequilíbrios em Salta Alto... E só para não amaciar e nem afrouxar a maré... a “cariocadas” nos presenteia com o balançar da rede que move o universo temático do giratório/2018. Da negra/nego aliciado pelos crimes as estupidez de uma intervenção de um (des) governo. Tema profundamente regado das mazelas do social/politico. Mariele presente. Estampa novamente o feminicídio/matança dos sonhos de um jovem Brasil plural, escarnado nos sucessivos de erros de uma conjuntura sem alicerce e de algozes voraz pelas fatias do latifúndio da ignorância nacional. A reflexão pós-espetáculo é mais profundo e atinge nosso observatório e nossas lentes das camadas sociais do povo e da soberania viúva e órfão. Cuiabá sempre que tiver frio e a nossa presença que se anuncia. Nossa eterna gratidão pelo acolhimento. Até muito breve.

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