Chicão
Santos
“Gostei muito da companhia de vocês.
Artesãos do fazer teatral. Teatro puro. Desses que a pessoa se reconhece e se
identifica. Atores e pessoas interagindo generosa e integralmente. Muito
obrigado. É espero vê-los sempre que possível”. Anderson Lima – Produtor/Anjo
SESC/PB.
30 de agosto, 13h40, partimos
para Campina Grande na VAN/SESC. A viagem me fez lembrar as andanças/caravanas,
pois a estrada/BR-230/transamazônica nos liga.
“É uma rodovia brasileira, criada
durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969 a 1974), sendo
umas das chamadas “obras faraônicas” devido às suas proporções enormes,
realizadas pelo regine militar. É a terceira maior rodovia do Brasil, com 4.223
km de comprimento, ligando a cidade de Cabedelo, na Paraíba à Lábrea, no
Amazonas. É classificada como rodovia transversal. Em grande parte,
principalmente no Pará e no Amazônas, a rodovia ainda não é totalmente
pavimentada”.
De longe observei atentamente ao
alto de um elevado/montanha uma aglomeração de prédio, uns mais altos e outros
inacabados e o nosso motorista anunciava... Ali é Campina Grande. A cidade do
maior evento, a cidade do folclore, do São João. Adentramos na cidade e um lago
surgiu bem na nossa frente, lembrando um pouco João Pessoa, uma rápida passagem
no SESC AÇUDE para deixar uns documentos e peças e fomos para o Serrano/hotel,
o relógio marcou 16 horas e já estamos acomodados. Ainda na “boca da noite”,
fomos numa espécie de feira/mercado popular encontramos muitas frutas e
produtos da zona rural paraibana. A noite serviu para um merecido descanso.
Agora no 31, ultimo dia do mês de agosto. Um café e um bate-papo com Zaine
Diniz, Flavia Diniz, Amanara Brandão e Edmar Leite, para iniciar o dia. Fiz as
tratativas da readequação da programação em Campina Grande, para atender a
demanda local. Ainda não encontramos com o Mestre Amir Haddad que se encontra
aqui ministrando oficina pela Funarte pelo programa Funarte de capacitação
técnica 2018. No dia 31/08, entre uma conversa/conexão com o pessoal da Funarte
sobre políticas públicas e pelos rumos que as artes no Brasil tá tomando e uma
circulação pelo centro da cidade/Campina/Grande. Já estávamos no SESC centro na
sala "TSI”, aguardando os participantes da oficina. Acolhido pelo nosso
produtor/anjo Bruno, uma pessoa ultrassensível e que ficou o tempo todo
conectado com a nossa passagem por essa cidade/sonho, do folclore e do açude
velho, do maior São João do Brasil.
“Mais uma oficina maravilhosa que o @sescpb nos oferece. Desta vez com o
grupo O Imaginário de Porto Velho - Rondônia. Palco Giratório: Oficina
"Gestão/Produção Cultural do Nosso Ofício" Ministrante: Francisco Santos - RO. Gratidão
ao SESC Campina Grande, na pessoa de @alvernandes e a todos que fazem parte do
grupo O Imaginário. Let's Go
Grupo de Dança/Campina Grande – PB”, fonte: face book.
As pessoas/participantes
acompanhavam atentamente as explicações e o desenvolvimento do conteúdo ali
estampados. Apesar da correria dos participantes das ultimas semanas não houve
falta de interesse e entusiasmo em aprender e promover a troca de conhecimentos.
E com tudo isso já passavam das 9 e ali encerramos o primeiro dia da oficina.
No dia 01, primeiro dia do mês de setembro, a promessa de uma agenda cheia, com
muitas atividades, pois em comum acordo entre a produção local e a produção do
O Imaginário e pela necessidade de ajuste na programação foi antecipada as
atividades de segunda-feira, pois a maioria dos participantes trabalha em
outras funções/atividades e ficariam impossibilitados de participarem. E às 8
horas no Centro de Cultura do UEPB/prédio vizinho dos Correios do Centro,
estávamos ali irmanados, Professor Chico e seus alunos e os integrantes do O
Imaginário. A troca foi um momento impar para o fortalecimento do fazer
artístico e para o teatro, nosso ofício, quatro horas de conversas e
entendimento do fazer e dos saberes... Uma verdadeira aula sobre o teatro
brasileiro. Relatos e experiência ditas/vividas/vivenciadas ao longo de mais de
4 décadas de teatro, um teatro que tem um compromisso
social/politico/artístico. Um momento histórico tão importante que o tempo nos
traiu e foi pouco para tanta necessidade de trocas das experiências e de
experimentos teatrais. O nosso produtor/anjo anunciava que haveria uma
entrevista ao vivo no Sesc/Centro ao meio dia, para a TV, para divulgar a apresentação
de As Mulheres do Aluá. A Zaine Diniz manda o recado pela TV convidando a
população para a apresentação aqui na cidade. Na sequência fomos almoçar, numa
velocidade de fórmula 1, para que as 14 horas estivéssemos no SESC para o
segundo dia da oficina de Gestão/Produção. Uma passagem pelo hotel para escovar
os dentes e aí finalmente e encontramos o Mestre Amir Haddad, que estava
sentado, terminando sua refeição, entre conversas/trocas/afetos. O mestre já
estava quase de partida para o Rio de Janeiro. Trocas rápidas entre o Mestre
Amir e os técnicos da Funarte, foi possível conversávamos e ver que o Mestre
Amir tá muito bem de saúde e muito bem para o trabalho. Encontramos a nossa
parceira/amiga Beth Araújo da Funarte, o professor de iluminação cênica Lobo e
os demais professores que estavam ministrando oficinas pela Funarte. De volta
ao SESC Centro, já na sala, a conversa volta com bastante intensidade e entre
uma intervenção e uma pergunta os conteúdos se desenvolveram sobre projeto
cultural, financiamento, conteúdo e produtos culturais, Leis, decretos,
portarias e ainda sobre sistemas de produção, cadeia produtiva, economia da
cultura. Uma rápida avaliação dos dois dias e já estamos dentro do Salão de
Artes Visuais. Na descida da escada encontramos nosso curador da Paraíba Álvaro
Fernandes, um ser inquieto e proativo no mundo/universo arte. Um forte abraço
para selar esse profícuo encontro/arte. E aí uma coincidência boa encontramos
com os técnicos em artes visuais/audiovisual dos Sesc do Brasil e do DN –
Departamento Nacional. Ali estavam nossa Betânia (SESCRO), Poliana (SESCMT),
Jane (SESCRS), que felicidade encontrar tanta gente boa e importante para as
artes no País. Que salão importante para as artes visuais. Fiquei muito
impactado e impressionado com as falas dos oradores, todos numa sintonia sobre
a política de artes do SESC PB e assim da mesma forma fiquei feliz de ver
tantas obras no salão. Na sequencia um momento para saborear um banquete
oferecido aos convidados. Uma delicia para um sábado que ainda não terminou.
Dali mesmo, subimos as escadas e fomos para o teatro para fechar nosso
intercambio assistindo o espetáculo do Grupo, dirigido pelo Professor Chico
Oliveira, um Dom Quixote e seus delírios Quixotescos. Achei uma boa sacada do
SESC finalizar o intercâmbio com um trabalho do grupo. Momento importante para
que a gente possa ver a cena da cidade e estabelecer uma conexão com essa
produção. Ao termino deste sábado estamos completamente exausto, porém com uma
vibração/energia a mil, uma energia boa circula pelo meu corpo e uma sensação
de felicidade. No dia seguinte, dia da nossa apresentação, já havia agendado
com nosso produtor/anjo e com o técnico de luz a montagem para as 12 horas. Eu
e o Edmar fomos fazer uma caminhada matinal pela feira e como estava fechada,
fomos em busca do açude velho, não mais de 40 minutos já era possível avistar o
grande volume de água do açude, localizado bem no centro da cidade/grande,
depois de uma água de coco e um pedido de informação, fomos em direção ao
bodôdromo, uma local/restaurante onde serve comidas, especialmente da carne do
bode, e em especial a buchada de bode. Ali nos estalamos e enquanto esperávamos
a Zaine e Amanara, já que as demais atrizes ficaram no hotel. E ali me senti em
Campina Grande saboreando uma deliciosa Buchada. Uma delicia da culinária do
nosso grande Nordeste. As 14 horas já estamos no Teatro para a montagem de
cenário/luz do espetáculo As Mulheres do Aluá. Uma ação rápida e tudo pronto e
as 17 horas as Atrizes já iniciavam a preparação para a sessão do espetáculo no
SESC CENTRO. A apresentação começou as 20h10 apedido da produção local e um bom
público compareceu lotando parcialmente o lindo teatro. No debate as atrizes e
a plateia fizeram a conexão com o público e os temas: violências, mulheres,
histórias e suas relações neste momento da sociedade contemporânea, que ainda
vive uma relação de idade média, especialmente nas relações de gênero. Neste
mesmo instante a desmontagem acontecida na velocidade de sempre. Tudo embalado
e na VAN depois Hotel. Ainda no SESC a triste notícia do incêndio no Museu
Nacional do Rio de Janeiro, uma imagem triste da cultura nacional, as chamas derretendo
tudo e todos... Uma tristeza que atinge a alma da cultura brasileira. Momento
de muita tristeza e sentimento de perda.
Entre uma boa conversa no saguão
do hotel e já sentíamos o cansaço e o corpo que repousa em busca de
recomposição das energias. Como antecipamos as atividades do dia 03 e tínhamos
o dia 04 livre. Então são duas merecidas folgas, mesmo assim hoje dia 03/09,
estamos novamente no SESC para ver a cena da cidade/estado, vamos assistir: O
SESC PARAIBA EM CENA, com a Cia Fuá de Terreiro, com o espetáculo: Baile
Moderno. A cena aberta a atriz/bailarina embala as pessoas para a cena adentrar
e a cachaça beber. Um arqué para a alma humana. Ao som da
rabeca e na manipulação de objetos, do metal ao barro. Quatro jovens talentos
inicia uma viagem pelas matrizes da nossa cultura popular
brasileira/nordestina. Uma estrutura de matrizes de coco, maracatu, ciranda com
uma mistura de influência afro-indígena, com um fio condutor da contoria
dos folguedos populares mas atravessando a ponte do tradicional com o moderno,
sem perder a conexão com a ancestralidade e a maestria do griós. Fiquei muito
impressionado com as atrizes/dançarinas e com a performance de “Topete” e
Edmilton. Pessoas/meninos que admiro e gosto muito. E que tive a oportunidade de
conhecê-los em 2013, na sede do “Quem tem boca é para gritar”. Um trabalho que
reporta a tese que defendo de formação de atores a partir das estruturas das
matrizes da cultura popular/cavalo marinho.
No dia seguinte, dia 04 de setembro, tivemos o privilegio de almoçar/degustar uma “buchada de bode”, seguido de umas águas/ardentes de Serra Limpa, na companhia do nosso curador/Paraíba Álvaro Fernandes. Que oportunidade generosa e ímpar. Gratidão eterna Álvaro. E ainda para completar nosso cardápio/agenda cultural nessa Campina Grande um espetáculo do “Sonora Brasil do SESC”, com o sofisticadíssimo repertório do “Quinteto de Metais da UFBA. Depois dessa chuva que caiu no sertão é hora de partir para Maceió/Araripina. Até mais breve Paraíba.
Satisfação,
emoção, recordações. Sentimentos borbulhando. Deus me permitindo mais uma vez
ver e rever lugares dantes visitado. Campina Grande, local onde curti vários
São João. Pena que agora não é época dos festejos juninos. Translado de João
Pessoa à Campina Grande, de Van, viagem maravilhosa, permitindo apreciar a
paisagem, terra castigada pela sêca,
falta d'água, sofrimento. Agora a paisagem está um pouco amena em virtude das
poucas chuvas que caíram. Alegria ao adentrar na cidade e encontrar o famoso
Açude Velho. Local onde antigamente fornecia água para toda Campina Grande,
hoje serve de capitação de todo o esgoto da cidade. Infelizmente. Após alojar
no hotel fui fazer uma visita na feirinha (que de "rinha" não tem nada),
na realidade é uma feirona. Dia 01/09, o intercâmbio foi uma coisa muito
prazerosa, conhecer o professor Chico Oliveira, pessoa abençoanda e iluminada.
Encontro dos dois Chicos: Chico Oliveira e Chicão Santos. As falas dos dois,
cada um com sua particularidade e conhecimentos distintos, foram uma aula para
minha pessoa inexperiente, engatinhando na arte teatral. A tarde desse mesmo
dia tivemos o primeiro dia de oficina, público maravilhoso, pessoal cedente de
conhecimentos. Dispostos a alimentar mais e mais o leque de vivências. Os dois
dias de oficina foram enriquecedores. Anoite assistir o espetáculo Delírios
Quixotescos( adorei o título kkkkkkkkkk). A nossa apresentação foi explendida,
plateia embasbacada com o tema e como é passado, retratado. Na segunda-feira fomos
presenteados com um lindo espetáculo de dança: Aliás, uma miscigenação de
vários segmentos: coco, tribal, cavalo marinho, etc....Muita resistência
corporal. Nossa última noite tivemos o coroamento, bálsamo para o corpo, mente
e alma: Quinteto de Metais. Simplesmente lindo e maravilhoso. Obrigada ao SESC
C. Grande-PB. Foi tudo muito intenso, porém maravilhoso. Obrigada Álvaro,
Bruno, Lizandra. Gratidão imensa.
“Olha, eu que agradeço pela compreensão do grupo,
parabenizar pelo trabalho maravilhoso e pelas pessoas magnificas e simples que
vocês são. 2018 tem sido desafiador e encontrar um grupo com a energia de vocês
ameniza toda a carga ... Desejo muito mais sucesso! e contem conosco!”. Bruno
nosso Produtor/Anjo do SESC/Campina Grande – PB.
No dia seguinte, dia 04 de setembro, tivemos o privilegio de almoçar/degustar uma “buchada de bode”, seguido de umas águas/ardentes de Serra Limpa, na companhia do nosso curador/Paraíba Álvaro Fernandes. Que oportunidade generosa e ímpar. Gratidão eterna Álvaro. E ainda para completar nosso cardápio/agenda cultural nessa Campina Grande um espetáculo do “Sonora Brasil do SESC”, com o sofisticadíssimo repertório do “Quinteto de Metais da UFBA. Depois dessa chuva que caiu no sertão é hora de partir para Maceió/Araripina. Até mais breve Paraíba.
Agrael de
Jesus
Zaine
Diniz
Que
delicia a viagem de van até essa cidade!
A paisagem que se modifica, traz uma calma que eu precisava para
continuar a jornada. A cidade, com uma correria mais rural me lembrou Cacoal,
cheio de carros indo para as linhas e comunidades próximas - soa mais rural que
urbana. Esse lugar me presenteia com a
culinária maravilhosa! Rubacão, carne de
sol e queijo coalho assado!! Impossível não ser feliz aqui. Me impressiona
também o lado nada bonito da cidade: mal cheiro das vielas, pedintes com
necessidades especiais pelas calçadas do centro, a violência que a tv mostra a
todo momento, nos revela as mazelas desse interiorzão de meu Deus. Nos primeiros dias, intensas atividades:
oficina de produção onde chicao santos com sua maestria conduziu tão bem e
novamente deu um show de competência e comprometimento com a função. Varias
produtores culturais e artistas na sala para estudar e discutir a produção e
gestão, entre essas pessoas, a nossa querida Cynthia Anjos, nossa “cria” que
passou pela primeira e inesquecível turma do Tapiri e que há cinco anos saiu de
Porto Velho pra seguir seu caminho por essas terras, foi lindo encontra la e
matar um pouco da saudades, faltou ver a pequena Sofia, mesmo assim, obrigada
pelo carinho e companhia e continue trilhando pelos caminhos da arte, do
teatro, do cinema, onde quiser. O intercâmbio com a cia do Rosário sob o
comando de Chico Oliveira foi encantador, pela sua luta e resistência no fazer
teatral, na cena de Campina Grande e da Paraíba. Assistimos o espetáculo
resultado da turma de 2016 do seu núcleo de pesquisa “Delírios Quixotescos”,
assistimos também o trabalho forte dos nossos amigos de João Pessoa - Topete e
Ademilton que com seu grupo deram um show de côco, caboclinhos, maracatu de
quintal aliados com eletrônico de uma guitarra que tocou fundo, bem como a
energia e prontidão das meninas em cena que realmente arrepiou até a alma e que
lindo a reverência, o carinho e o respeito para com os mestres onde eles
beberam da sabedoria e prática que fizeram parte da caminhada de cada um.
Revigorei me nas emoções que a arte é capaz de nos presentear. Cada vez mais entendo a necessidade de nos
profissionalizar mais e quanto é necessário o amadurecimento - não falo de
idade cronológica - mas de emocional pra poder transitar em uma circulação como
essa. Não tem espaço para trololós, precisamos crescer e nos fortalecer e
prevalecer o bom senso, humildade e reconhecimento da nossa função e missão
diante de um projeto como Palco Giratório, onde giramos literalmente por esses
palcos, essas culturas tão diferentes e tão grandiosas, com tantos encontros
marcantes e que com certeza deixamos um pouco de nós e levamos também da arte
do outro. Para finalizar, assistimos ontem o quinteto de metais da universidade
da Bahia, onde me tocou muito pela exímia execução das peças e pela reverência
aos mestres , meu pensamento e coração remeteu ao meu avô Maestro Didi -
Juvêncio Aquiles Diniz in memória - do
qual só sinto não ter aproveitado tanto a sua companhia, a sua sabedoria e sua
arte, pois era muito criança quando ele partiu , e que ficou suas partituras,
sua obra e a saudade. Seguindo agora para Arapiraca, cidade que estarei pela
primeira vez, assim como foi Campina Grande, primeira vez! Ansiedade por
conhecer e depois 3 dias em casa, ansiedade também ... gratidão e saudades me resume.
Flávia
Diniz
Paraíba
foi/é intensa, necessária e inspiradora! Encontros e reencontros. Interior com
jeito de capital. O sotaque fascinante, encantador, culinária atraente. Sol com
direito a vento e à noite com vento congelante. Um pouco interior, um pouco
capital. Com cavalos, burros, carros, pessoas generosas, cuidadosas. Pessoas de
bom humor, que está no seu biotipo projetar a voz, a gargalhada. Me faltam
adjetivos para descrever uma cidade tão receptiva, tão admirável.
Muito
produtivo nossa passagem por Campina Grande. Tivemos um intercâmbio maravilhoso
com o Núcleo de manutenção de repertório. Foram apenas quatro horas de troca,
que passaram tão rápido e se deixasse, poderíamos ficar o dia todo com essas
pessoas tão carismáticas. Foi dia de correria (que eu amo). À tarde, fomos para
a oficina e que sempre me faz pensar muito sobre o artista empreendedor. Ainda
tenho que aprender muito. Tivemos a oportunidade de assistir o espetáculo
Delírios Quixotescos, com a direção do Chico Oliveira. Tão bom ver aquelxs
jovens se dedicando ao seu ofício, que tem todo o potencial e que estão numa
crescente.
Ainda tivemos a oportunidade de encontrar o
mestre Amir. É uma grande inspiração ver essa pessoa com 80 e poucos anos e com
a energia de um jovem.
Dia de
apresentação, o teatro lindo, todo conservado. O bate-papo foi muito rico.
Os dois
dias que tivemos livre, foi de muita introspecção. Um projeto tão maravilhoso
que é o palco giratório, nos possibilita conhecer os trabalhos dos artistas
locais.
Edmar
Leite
#Campina
Grande - PB
•Dia 1
Despedida
de Jampa. Mais uma vista das franjas do mar. Dia de viagem. Estrada tranquila e
viagem também. Paisagem descampada, dura, porém bela. Chegada tranquila.
Pequena volta aos arredores. Descanso.
•Dia 2
Dia da
primeira parte da oficina de gestão e produção; turma boa, interessada,
participativa, questionadora. A oficina fluiu de forma dinâmica e natural.
Idéias gerais sobre projetos, realidades, troca.
•Dia 3
Dia
repleto de atividades. Logo pela manhã intercâmbio com o professor Chico e sua
turma. Contextos, históricos, importância do debate e do encontro. Logo antes
do almoço rolou entrevista ao vivo para divulgar o espetáculo. Reencontro com o
Grão Mestre Amir Haddad, que veio para ministrar oficina de um ciclo da
Funarte. De tarde a segunda parte da oficina, novas compreensões, crescimentos.
Revendo a Cynthia, parceira do grupo que agora mora por aqui. Vernissage do
Salão de Artes Visuais do Sesc, com direito a performance e reencontro com a
Beta, amiga pessoal e técnica do nosso Sesc. Pra fechar a noite o espetáculo
"Delírios Quixotescos" da turma do Núcleo de manutenção de repertórios
e do Núcleo de Pesquisa Experimental Teatral do professor Chico. Um dia
repleto.
•Dia 4
Dia de
montagem e apresentação, tudo ocorreu muito bem. De maneira rápida e tranquila,
graças aos desdobramentos do técnico local Gláucio, que proporcionou as
montagens tanto da luz como do nosso som. A apresentação foi tranquila, público
reagiu e comunicou, bate papo fluiu.
•Dia 5
Dia
livre, aproveitando para conhecer um pouco mais da cidade. Volta nos arredores
do açude e nas dimensões do Museu de lá. De noite prestigiamos um espetáculo de
ritmos e dança; com base em coco, maracatu, ciranda, danças populares em feral
e até os 4 fatores de Labba; esse Baile Muderno da Cia Fuá de Terreiro.
•Dia 6
Dia livre
e bom pra se reorganizar. Fechando o ciclo daqui com o início do Sonora Brasil,
assistindo a apresentação do Quinteto de Metais. Cidade de interior com
arquitetura grande, trânsito brabo, mas calma. Suas ladeiras, clima hora
quente, hora esfriando com seu forte vento na noite. Cidade boa pra voltar um
dia.
Amanara Brandão
"Discriminação por orientação sexual é
ilegal e acarreta multa". De João Pessoa à Campina Grande foi o que mais
li (placas ou adesivos por quase todos os estabelecimentos comerciais), além de
muitos pixos pelos muros com dizeres feministas. Um indício da necessidade de
que esses assuntos sejam "desenhados" para lidar com tamanha
violência de gênero que permeia todo esse país?
Percebi nessa terra mulheres
"arretadas", vi em tantos semblantes a força que o sertão nos obriga
a ter. "É o Palco Giratório
acontecendo e meus "dentes do juízo" nascendo... enrra!" foi uma
anotação que fiz por aqui; esses dias em Campina foram de tpm, fase sensível. O
calor intenso nos dias e o frio estranho das noites mexeram comigo. Busquei nos
encontros, tão preciosos, superar essas "coisinhas" íntimas que me
afligiram um tiquinho. Conhecer o Chico Oliveira e sua turma, numa troca
matinal intensa foi de alimentar as esperanças, assistir ao espetáculo de
encerramento da turma completou essa troca linda. Os dias da oficina de Gestão
Cultural foram, mais uma vez, espaço para ampla reflexão. Sábado ainda
apreciamos a abertura da Exposição de Artes Visuais no Sesc, uma oportunidade
de conhecer os artistas e seu trabalho
(como o Flaw, que esteve por lá organizando, além de expor e performar), onde
encontrei também a amiga Betânia, que está por aqui representando o setor de
Artes Visuais do Sesc Rondônia. No domingo, dia da nossa apresentação (que,
confesso, não achei que foi uma das melhores - visto o quanto sabemos que
podemos oferecer) conheci minha nova prima Loriene, rondoniense também que
comentou, ao assistir o espetáculo, ter relembrando seus tempos de criança, em
Porto Velho, época do ciclo do ouro por lá... Os dois dias livres em Campina
Grande deram o tempo de, além de apreciar apresentações de outros grupos e cair
na dança com a Cia. Fuá de Terreiro (PB) na segunda-feira e deliciar-se com o
Quinteto de Metais(BA) na terça-feira, observar e me surpreender com a falsa
calmaria que percebi na cidade no primeiro momento... perceber no Açude Velho a
dificuldade humana em lidar com seus resíduos (não só físicos, mas
principalmente ou primeiramente mental), ver a luta pela sobrevivência no meio
urbano, a violência à qual esse modo de organização social nos condiciona...
Pela janela do hotel,
intercalando leituras e a observação do pôr do sol em meio as construções
verticais foi meu passa-tempo preferido nesses dias que a vida me pesou, no
útero e na consciência.
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