sexta-feira, 10 de agosto de 2018

DIARIO DE BORDO – POCONÉ (MT) 05 a 09 de Agosto






  Zaine Diniz


Chegar em Poconé foi “a viagem”, viemos com um grupo de turismo q se destinava ao famoso Hotel Sesc Pantanal. Quase 3 horas de musicas sertanejas universitário daquelas q vão ser eternamente universitárias, sem chances de concluir a graduação!   Ouço todos os tipos de musicas, mas algumas realmente me causam náuseas e me desperta uma fúria que chego a me assustar com meus pensamentos e vontades !!!  É preconceito? Pode ser, não sou perfeita!  Quando não era a música, era a guia turística em seu bla bla bla infinito sobre como proceder no hotel, das pulseirinhas que seria colocada em todo o grupo. Enfim, subestimam as pessoas de melhor idade que já viveram o bastante para saber de detalhes tão  aparententemente insignificantes! Creio eu.   Enfim, mas a nossa jornada só está começando e a ansiedade de conhecer uma cidade que jamais pensei que conheceria só aumentava, apesar de algumas frustrações e mal entendidos (normal enquanto coletivo de pessoas) nada que perdesse o brilho e encantamento de chegar a essa localidade. Pense que graça de cidade!  A igreja, as praças (muitas praças) a cordialidade das pessoas, do comércio local. Amei!  Na oficina, uma clientela pra lá de especial: alunos do EJA, onde a maioria nunca tiveram contato com uma oficina de teatro e a maestria do Chicao Santos fez toda a diferença nesse primeiro dia, onde primeiramente contextualizou a todos sobre o trabalho, o ofício de cada um, a cultura e o “ser”, a partir daí, deu se o diálogo e a oficina transcorreu da melhor forma possível. No segundo dia, oficina só a noite e durante o dia caminhar, caminhar por ruas estreitas e prédios antigos, ruínas e terra  vermelha!  Já não tenho mais pra onde andar, onde ir... resta sentar no banco em frente ao hotel e observar o movimento dos transeuntes. Dentro de mim, apesar de estática, o movimento interno insiste em não parar! E não parou mesmo. Tenho dificuldades em me aquietar, mas não desisti. O clima maravilhoso me recompôs e trouxe alívio aos meus olhos altamente míopes... To vendo tudo mais claro e com outro olhar. Ansiedade no dia da apresentação pq sou ansiosa mesmo e aconteceu, foi maravilhosa e especial...  público atento, generoso, um pouco assustado mas entraram no jogo e se deixaram levar pela história, pela cena. O bate papo foi muito bom, os que ficaram, ficaram inteiros, falando sobre o que viram, o que sentiram e como foi diferente de tudo que já viram. A imagem e fala de dona Maeli resume pra mim a imagem dessa cidade, das mulheres que vivem aqui e das histórias que também ouvimos. Mais uma vez a arte me mostrando para quê e o pq aqui viemos.  Tem coisas que acontecem e que não entendo na hora o pq... mas depois da apresentação, tudo fica mais claro! Que chegue logo Goiânia, nossa próxima parada  que venha outros Poconés para me chacoalhar e me fazer aquietar um pouco... ou não.

Agrael de Jesus

Viagem de translado de Cuiabá a Poconé tranquila, conhecendo um grupo de turistas da melhor idade. Muita risada pela impaciência de alguns com o falatório chato e repetitivo da guia. Musicas de bordo chatas e também repetitivas. Sem querer conhecemos o Hotel Sesc Pantanal, decepção,   retorno a Cidade porta de entrada e Capital do Pantanal mato-grossense. A expectativa decepcionante, frustração, desgosto.  Instalada no hotel escala só me restava descansar para o dia seguinte. Apesar da cama, colchão e roupas de cama estarem em ordem, no quarto exalava um cheiro fétido de novo e algumas cositas mais.
Noite angustiante.
Manhã tranquila, a noite oficina com um público que não sabiam onde estavam, o que e porque estavam ali. No final deu tudo certo. Segundo dia de oficina, a turma mais receptiva. No dia do espetáculo muitos dos que participaram da oficina estavam presentes. Muito bom. Sinal que algo mudou na percepção deles. Espetáculo fluiu, desconforto por parte de algumas pessoas da plateia. Coisa normal. Objetivo alcançado. Bora, Goiânia nos espera.

Edmar Leite
Dia 1

Embarque tranquilo. Comandante Farias performando  suas boas vindas! Kkkkk Animação total. Voo tranquilo demais. Buenas... ué, cadê? Recepção calorosa, música ao vivo, indo de excursão para Poconé! Bus On! Eita Pantanal! Chegada em Poconé, passagem por ela. Nera.. De volta pra Poconé... tempo que fechou. Dia inteiro de viagem. Instalados. Pronto pra amanhã!

Dia 2

Dia amanheceu friozinho! Reconhecendo os arredores, busca  dos básicos. Cidade que resgata memórias, interiores, casa de vó. Calmaria. Recepção boa. Almoço muito bom, comidinha caseira. Reafinamento. Primeiro dia de oficina, turma grande do EJA, diversa, muitas experiências, conversa boa, início dos contatos, contextos, realidades, jogos funcionaram muito bem, ótimo começo! Que venha amanhã!

Dia 3

Amanheceu calor. Conhecendo mais a cidade. Segundo dia de oficina, ainda mais gente. Interação, trocas, animação, conhecimentos! Tempo desacelerado. Memória de infância.

Dia 4

É hoje! Montagem tranquila, equipe massa. Mesa de luz familiar, igual a nossa do Tapiri, daora! Apresentação fluiu crescente. Força, leveza, conexão, comunicação. Recado foi dado. Bate papo bom, relação com a cidade. Embalamento. Prontos pra partir.

Dia 5

Saída de Poconé! Cidade tranquila, com clima de nostalgia. Até mais ver.

Flavia Diniz
Viagem tranquila de MS à MT. Chegando em Cuiabá, fomos recebidxs com música ao vivo!
Maravilhoso. Em seguida, fizemos uma pausa para o almoço e partimos para Poconé. Durante a viagem fui observando a paisagem, o pantanal. Estava curiosa pra sair do ônibus e ver se era neblina ou fumaça. Chegando ao sesc pantanal, destino de outras pessoas que estavam dentro do ônibus, fazendo uma excursão, senti o clima úmido e a neblina. Estava frio. E por fim, chegamos ao hotel.
Interior, tudo perto e as pessoas se conhecem. Quando chegam pessoas de outra cidade, os moradores logo notam. Fomos jantar e depois voltamos para o hotel.
Dia 2
Manhã fria. Andando pela cidade, as pessoas perguntando de onde éramos. O clima já estava esquentando. Primeiro dia de oficina. Alunxs do EJA, galera afinada nos jogos teatrais. Algumas pessoas estavam tendo o primeiro contato com os jogos. Foi muito bom.
Dia 3
O frio já havia partido. Me sentindo em porto velho, tudo estava quente, até a tpm. Conhecendo um pouco o interior, as pessoas são bem receptivas já sabem que você não é daqui. Sempre perguntando de onde veio...
Segundo e último dia de oficina, @s alun@s e professores estavam mais à vontade, até mais comunicativos. Eles estavam ansiosos para o espetáculo. Fiquei feliz pelo o retorno da turma. Tod@s sempre abertos, entregues para o jogo.
Dia 4.
Poconé e seus 35ºC. Dia de apresentação. Concentração. Friozinho na barriga. Após o almoço, parece que o tempo vôo. Com o espaço em que apresentamos, a configuração do espetáculo ficou mais intimista. Com o tema do espetáculo, senti que foi um murro no estômago para a maioria dos homens. Missão cumprida. O bate-papo maravilhoso. Infelizmente todas as mulheres se identificam com espetáculo. Mas é isso, enquanto for preciso falar sobre, iremos lutar.

Chicão Santos

As coisas não são como pensamos e sim como nos sentimos, plagiando Fernando Pessoa para iniciar a descrição das minhas sensações ao chegar em terras poconeanas. Uma série de sucessivas falta de informações nos levaram ao Hotel SESC Pantanal em meio a um grupo de turistas, das cidades paranaenses: Curitiba e Ponta Grossa... Uma pena para a pessoa que nos recebeu naquele local/paraiso/hotel... Entre solavanco do ônibus/ferradura/ferro/ignorância, como categorizar num ambiente/meio, onde há poucas chances de proliferação do quadrupedalismo e sim de rastejantes. Passado esse momento da extrema indelicadeza humana, retornamos a cidade de Poconé e fomos hospedados no Hotel sonoro Skala. Ainda sobre os efeitos de um turbilhão de sangue correndo nas veias e a aceleração perturbadora do coração e da alma. Bem assim... e ainda um frio que nos acompanhou desde Campo Grande ajudou na calmaria oceânica avermelhada.
Uma coisa é certa: a vida nos impõe desafios e somente a educação, a capacitação continuada e permanente é capaz de criar condições no ser/ofício para enfrentamento dos obstáculos. O mais importante projeto de circulação da América Latina, o Palco Giratório, é capaz de fazer escola ou você aprende a trabalhar na diversidade ou fica pelo meio do caminho. O Palco gira e o mundo gira com a gente, são pessoas de uma grande rede de intercâmbios dos que fazem, trabalham, conduzem, orientam, estimulam, criam, ensinam, pensam... As pessoas precisam dessas equações pedagógicas para compreender esse universo/diverso de um País/Brasil continental. Informação não pode ser objeto de luxo ou produto de escassez nas prateleiras do marketing cultural ou da vida cultura de um projeto/organização, aqui ocorreu com uma frequência, não recomendadas nos manuais de produção/gestão, aí talvez, para o publico certo, a segunda opção de oficina do O Imaginário seria apropriada, produção/gestão de nosso ofício. Mas as coisas também começaram a se encaixarem quando Poliana Analista de Cultura do Sesc Poconé assume/presente a produção local.
A oficina o ator criador e a cena atende um grupo muito especial de alunos da educação de jovens e adultos (EJA). Pessoas de diferentes idades/interesses, mas estimulados pedagogicamente e com uma boa comunicação da arte interpretativa aguçaram os sentidos e aumentou o grau de interesse para as 08 horas de oficina, estampados num universo do lúdico/jogo/dinâmica, onde corpos/memorias derramados nos espaços do salão/oficina. Os desafios de educar jovens e adultos no Brasil não é uma das tarefas mais remuneratória do interesse professoral, mas é sem dúvidas, uma política pública  importantíssima para zerar o analfabetismo funcional/digital/cultural/artístico... E melhor a qualidade de vida/desenvolvimento. Um terreno semiárido e vulcanizado pela falta de interesses público/social. O teatro é uma ferramenta monumental de transformação silenciosa e eficaz nesta reparação secular de exclusão e negativa de direitos constitucionais. A arte/cultura são direitos fundamentais do individuo/povo/brasileiro garantido na Constituição Federal.
O salão/teatro já recebia a estrutura para receber cabos, refletores, gelatinas, cores e luz, lembrando frases de outros tempos que “tudo pode ser transformado”. E assim o salão vira cênico/espaço afinado e na sua forma retangular ganha acentos/cadeiras. Tudo pronto para o momento esperado.
A cena é aberta... o espetáculo se inicia sobre os olhares atentos daqueles mesmos Jovens e Adultos (EJA) da oficina, talvez uma primeira vez no teatro/espetáculo, uma garantia que o SESC faz tão bem, o de promover o acesso das pessoas ao teatro como uma garantia dos direitos individuais/coletivos. E a cada efeito/kriptonita das mazelas ali denunciadas pelas atrizes e testemunhadas pelas mães e filhas/filhos dos tempos infortuno do progresso mineração do território/chão/pantanal. Neste caso o resultado do garimpo é a reflexão, a inquietação, a inconformação/desacordos com os acontecimentos sociológico-impostos à vida.
Desta forma entendo que esta aqui com As Mulheres do Aluá é um acerto da curadoria do Palco Giratório 2018, tecer e estampar temas da vida fragilidade de mulheres, como feminicídio, pedofilia, abusos e violência sofridas por esses corpos/mulheres/crianças presentes na nossa sociedade.
Saímos de Poconé – MT com a certeza que devemos fazer muito mais para melhorar a condição de cada um de nós neste planeta. O teatro é um recurso importante. Não salva, mas transforma. Até breve Palco que gira e que (muito) reflete.











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