Chicão Santos
Neste
dia 05/10, pela manhã antes da partida uma rápida reunião para afinar nossas
futuras ações neste Palco que Gira, na recepção do hotel. Uns instantes de
conversas e de gerenciamento de nossas relações pessoais, que sai às vezes do
rumo que traçamos nesta/para a caminhada pelo Brasil. Energias destoante e
instável. Tudo aparentemente conversado e colocado no lugar e seguimos adiante
por esse Rio Grande do Sul. Ainda não passava do meio dia e seguimos para Santa
Maria, aproximadamente 230 km, na VAN/Carlos. Almoçamos em Santa Bárbara do
sul, metade do caminho. E já era hora de avistar os montes e os prédios da
cidade de Santa Maria. Uma pequena dificuldade para chegar até o Hotel/Dom
Rafael, mas enfim tudo certo e em Casa/hotel. Fiz um contato com nossa
produtora/SESC Fábrica e estabelecemos os horários de montagem no dia seguinte
e ainda sobrou tempo para fazer produção e fazer umas publicações nas redes
sociais. Em seguida uma caminhada pela principal rua comercial (Rio Branco) da
cidade e fomos até os pontos comerciais e depois uma passada pela Igreja Matriz
e finalizando com uma passagem pelo Supermercado. Descanso e se preparar para o
dia seguinte. Com um clima agradável num pós-café, partimos para a montagem da
luz/som/cenário no belíssimo Teatro Treze de Maio, na Praça Saldanha Marinho.
Tudo muito rápido, com os técnicos/amigos: Betho (som/palco), Guingo (som) e o
Luís (amigo do Geovane Berno, que é daqui de Sta Maria), as 12h20 já estávamos
partindo para o hotel/almoço. Às 17 horas partimos novamente para o Teatro
Treze de Maio, junto com as atrizes para cumprir mais essa função/apresentação,
antes do dia das eleições gerais no Brasil. A apresentação foi super tranquila,
num palco com proximidade da plateia com friso, em forma de ferradura. Um
público pequeno que foi orientado a ocupar a parte de baixo, composta de
artistas, alunos de teatro. O debate suscitou os temas que a peça propõe e foi
acalorado pelas atrizes e as mulheres da plateia. A desmontagem ocorreu na
mesma velocidade. Tudo empacotado e na VAN e fomos ao hotel e depois num
encontro para jantar com nossa Produtora local/Fábricia. No dia 07, pela manhã
fui até o que restou da Boate Kiss, fiz alguns registros e depois fui até a
Catedral acompanhei a celebração e fiz uma oração pelas vitimas/familiares da
Boate Kiss. Foi muito carregado de energia, fiquei muito sensível e emocionado.
Pois naquela calçada há um registro de energia/memória muito presente e
intensa. Que Deus ilumine cada alma/energia para que percorra as suas
caminhadas no “circo etéreo”. Muito triste tudo ali. Senti as imagens e os
sofrimentos de cada jovem e de cada família. Já no meio do dia, fomos
justificar o voto, pois estamos fora de nosso domicilio eleitoral, após isso,
vamos almoçar e o restante do dia livre para acompanhar os resultados das
eleições. Dia 08, partimos para Pelotas, nossa penúltima cidade deste circuito
pelo Rio Grande do Sul e deste Palco Giratório 2018.
Agrael de Jesus
.
Agrael de Jesus
Conhecer
Santa Maria era uma vontade minha desde o acidente da Boite Kiss, sentia a
necessidade de, junto aos escombros, rezar e pedir a Deus por aquelas almas
ceifadas brutalmente. Conversar com as pessoas sobre o ocorrido e tentar
entender um pouco tudo o que aconteceu. Emoção foi grande, quando na tarde do
mesmos dia em que cheguei na cidade, como de costume, fui dar um rolê pelas
redondezas do hotel, indo até a praça onde também está o teatro, conheci
pessoas maravilhosas como a Dona Rulh diretora do teatro e a dona Cleuza,
bióloga, amiga do teatro, e que nos deu uma verdadeira aula de história da
cidade. Falou-nos sobre a Vila Belga, a ferrovia, quarta Colônia e a Boite
Kiss, indicando o endereço que fica bem perto do hotel. Não consigo descrever a
sensação, emoção, sentimento de desolação, só sei que foi uma coisa ruim.
Limitei-me, em breves palavras, fazer uma oração a Deus. Num passeio pela Villa
Belga me senti em Porto Velho, na Vila Ferroviária, perto dos galpões da
EFMM. Voltando para o hotel, a notícia
de que minha sogra não estava bem e que se encontrava internada. O dia todo na
expectativa da apresentação a noite e preocupada com o estado de saúde da
sogra. O dever e a responsabilidade em primeiro lugar. Subi no palco, momentos
finais de aquecimento, poucos minutos para entrar em cena, um mal estar
repentino, dor no braço direito que me fez levanta-lo. Me veio à mente minha
sogra, até comentei com a Zaine: Acho que minha sogra faleceu. Desliguei do
mundo e dos problemas, foquei no trabalho. Apresentação maravilhosa, na platéia
dona Cleuza e sua filha, dona Ruth, a Fabrícia nossa produtora local, a Raquel, professora universitária. E tantas
outras figuras ilustres que nos prestigiaram. O bate papo pós espetáculo foi
show. Histórias que se repetem. E o papo durou mais que os 20 minutos
propostos, como sempre. De volta ao camarim, e olhando no celular, o recado que
me comunicava do falecimento da minha sogra. Agora ir para o hotel, preparar
psicologicamente para as eleições do dia seguinte ( vou só justificar), e isso
eu fiz no domingo, dia 7, pela manhã. Sair para o almoço com o grupo, voltar
para o hotel e arrumar as bagagens para partir para nova missão: Pelotas nos
aguarda. De Santa Maria levarei muitas lembranças de pessoas e lugares que
conheci e de que, foi nessa cidade que eu estava quando minha sogra
desencarnou. Deus no comando sempre. E a vida que segue.
Edmar
Leite
•Dia 1
- Dia de pegar a estrada. Santa Maria o próximo destino. Viagem tranquila mas
com alguns solavancos. Temperatura variante do frio forte, ilhas de calor e
mais frio. Esses campos enormes e fragmentos de árvores homogêneas remetem a
lembranças de filmes épicos, grandes batalhas, jornadas longas e calmaria.
Chegando e dando uma volta na cidade. Descanso e preparar para a apresentação
de amanhã.
•Dia 2
- Amanhecendo bem frio, me gusta mucho! Teatro bonito, aconchegante, caprichado
e organizado. Sua construção foi possível através dos esforços de uma
associação! Montagem ocorreu em tempo record, graças a maestria do Luís da
iluminação. Uma pausa antes da apresentação.
Fomos muito bem recebidos. Espetáculo foi ótimo, forte, intenso,
objetivo. Bate papo bom. Desmontagem tranquila. Descanso e um pouco de aflição
devido as eleições se amanhã.
•Dia 3
- O dia amanhece mais quente, um dia sombrio, preocupante, o futuro do país em
jogo.. Infelizmente não consegui votar, tive que ir justificar. No caminho de
volta do almoço, depois de tentar resolver coisas de banco, acabei de alguma
forma sendo atraído a passar em frente ao local da fatídica boate Kiss... Clima
pesado no ar, calafrios, temperatura alta que surge e esvai do nada.. uma
oração, e seguindo caminho. Aguardando os resultados da eleição no hotel.
Depois na expectativa com as meninas, conversas descontraídas pra espantar o
temor.. Um tanto desapontado com a nação. Porém ainda há esperança... Preparação
para a próxima cidade. Que a força esteja conosco.
Zaine
Diniz
Mais
uma cidade do RS, essa em especial pois é terra que ficou famosa principalmente
por causa de uma tragédia, onde tantos jovens morreram, em uma casa noturna.
Enfim, não tem como não se como er ao passar em frente das ruínas, paredes pretas pelo fogo, só me resta rezar
por essas almas e agradecer pela vida.Dia que antecede o que também poderia ser
uma tragedies para o nosso país , mas independente do resultado já perdemos
pois 49% da população prefere um “coiso” como presidente, mas enfim temos chance ainda pois teremos segundo
turno, e sou resistência até o fim. A nossa apresentação no teatro 13 de Maio
foi muito cheia de energia, voz, corpos atuantes, dando voz mais uma vez a
mulheres que se calaram no início do século passado, e como essas histórias se
reverberam! O bate papo foi caloroso, a maioria do público ficou para trocar
conosco sobre esse tema tão necessário: gênero e violência contra as mulheres.
Depois da apresentação, saborear o buffet do camarim tão cheio de delícias,
nesse teatro tão lindo administrado por dona Ruthe, uma senhora competente na
sua função, que me deixou encantada com tudo. Para terminar a noite, jantar com
Fabricia, a técnica do sesc que nos recebeu, o de pudemos trocar um pouco mais
sobre esse projeto tão maravilhoso que é o palco giratório. Muito grata SESC
RS. E palco que segue a girar.
Amanara
Brandão
Momento
de tensão e horror em perceber um país que revela o que tem de mais podre. Na
região que mais votou a favor do racismo, misoginia, homofobia e intolerância.
Meu corpo de mulher, negra, de origem pobre e lgbt circula, pelas ruas e
espaços privilegiados desse Sul! Olhares atravessados só alimentam minha
certeza de estar no caminho certo da resistência.
Sábado,
no Theatro 13 de Maio, em Santa Maria, deixamos nosso "recado", nossa
vozes ecoaram, a turma de teatro da UFSM foi em peso nos assistir e conversar
sobre o tema. A recepção no Theatro foi linda, estou agradecida com tamanho
acolhimento e bom tratamento.
O
domingo foi dia livre, eleição, lá vamos nós justificar o voto (uma pena, pois
eu gostaria de estar votando contra esse absurdo que se alastra no país, feito
doença). Passei o dia inteiro sob álcool, coisa que nunca havia feito, um
indício do quanto estou preocupada com tudo o que vejo e ouço. Álcool pra
anestesiar. Mas não adianta. Segunda-feira amanheci triste, e alimentada a
CONTINUAR. Estou viva e na ativa. Estamos VIVAS E NA ATIVA.
Flávia
Diniz
chegando
à tarde, clima ameno. Uma voltinha pela cidade. Na verdade, interior com o
movimento, pegada de capital. Uma visita ao teatro Treze de Maio, conhecendo
uma figura, dona Creuza. Que maravilha, nos contou um pouco da história de
Santa Maria. Tem uma memória incrível! Dia seguinte, dia de apresentação.
Teatro Treze de Maio, é maravilhoso! muito organizado. Lembra um pouco o teatro
de João Pessoa. Todos os técnicos, as pessoas que trabalham para que o teatro
aconteça, todas e todos estão de parabéns! Senti uma energia muito boa entre
nós, no palco. E do público também. O bate-papo quase teve a duração do
espetáculo. Muitas trocas maravilhosas. Bate-papo foi tenso, era véspera de
eleição. Todas preocupadas. Dia seguinte, dia livre. (eu acho) Pois estava
aflita com as eleições. Dia de “justificar” voto.
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